OS PROVÉRBIOS NO DICIONÁRIO BRASILEIRO DE FRASEOLOGIA
José Pereira da Silva (UERJ/ABF)
INTRODUÇÃO
O Dicionário Brasileiro de Fraseologia é simplesmente um repositório dos diversos tipos de “discurso repetido” em língua portuguesa, entre os quais está o provérbio, uma das mais importantes expressões da literatura oral de todos os tempos e de todas as civilizações.
Patrich Dahlet, apresentando o livro de Regina Rocha, lembra que o provérbio só pode ser bem compreendido em bloco, visto que a soma de seus elementos constituintes é insuficiente para estabelecer o seu sentido e que é um discurso pronto e acabado, que obriga o seu usuário a não alterá-lo (DAHLET, 1995, p. 18).
Portanto, como forma fixa, pode ser organizado como um vocabulário porque, apesar da quase impossibilidade de encontrar palavra ou expressão com sentido equivalente, tem o seu significado próprio que não se confunde com o de qualquer outro no léxico da língua.
Trataremos do provérbio como um elemento lingüístico-literário que pode ser “reconhecido por suas características formais e semânticas. Formalmente é um verso ou quase verso, apresentando muitas vezes rima, assonância, metáforas, estrutura geralmente bimembre, elipse etc. Do ponto de vista semântico ‘deve encerrar uma mensagem admoestadora ou conselho’, segundo M. Steinberg” (ROCHA, 1995, p. 11).
Apresentaremos alguns exemplos extraídos do Dicionário Brasileiro de Fraseologia para exemplificar as descrições em português da enunciação dos provérbios apresentadas por Regina Rocha em seu livro Enunciação dos Provérbios.