Ano 13 - No 60 - Rio de Janeiro, Abril, Maio e Junho de 2009. Publicação bimestral. |
O FILÓLOGO DE
PLANTÃO
Um jornal que teima em
buscar a verdade na doce ilusão de encontrá-la. Segundo número de 2009. (Muito atrasado). Esperamos que logo fique em dia. Ficamos muito contentes porque o site www.filologia.org.br está sendo cada vez mais visitado. Já sabem que ali encontram muitos programas interessantes no setor de Letras. Também podem fazer as perguntas que quiserem para www.alfredo.ntg.com.br ou pelo telefone (21)2593-1960. cccc g., ddd ddd ccc nnn kkk 095 yyy ggg ggg ccccc ,,, yyy ggg ggg ,,, ,,, ccc ,,, ,,, 095 cccc |
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Mico leão dourado Primata encontrado originariamente na Mata Atlântica, no sudeste brasileiro. (Leontopithecus rosalia). Atualmente encontra-se em perigo de extinção. Restam apenas 1000 micos desta espécie no mundo, metade dos quais em cativeiro. A reserva biológica Poço das Antas representa cerca de 2% do habitat original da espécie. =========================================== Alguns eventos de Letras que ocorrerão proximamente Fórum e Estudos Linguísticos da UERJ
Língua Portuguesa, descrição e ensino:
diálogos.
IV
Jornada Nacional de Linguística e Filologia da Língua Portuguesa |
E-mails pessoais que respondem sem demora
Filologia; língua portuguesa; CiFEFiL: Língua latina: Língua alemã: Língua inglesa: Língua espanhola;
língua galega: Lusofonia; acordo
ortográfico: Provérbios em várias
línguas: Línguas
internacionais; esperanto:
Língua Tupi: ***************************************** Sentenças de Publilio Siro
Fidem nemo unquam perdit,
nisi qui non habet.
Fidem qui perdit, nihil
pote ultra
perdere. Mala est
medicina, ubi aliquid naturae perit.
Velox consilium sequitur paenitentia.
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Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos
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O FILÓLOGO DE PLANTÃO
Redator:
Alfredo Maceira Rodríguez
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ORIGEM E PERMANÊNCIA DO GALEGO Os primórdios As línguas românicas ou neolatinas originaram-se do latim falado, também chamado latim vulgar ou corrente. A língua escrita continuava sendo o latim que tinha como modelo o latim clássico dos escritores latinos. A Península Ibérica deixou de pertencer ao domínio do Império romano no séc. VI, depois de que tribos de invasores dos chamados bárbaros do norte ocuparam o território. Essas tribos eram guerreiras e viviam da pilhagem nos lugares que ocupavam. Algumas dessas tribos se radicaram na Península, entre elas a dos suevos, que ocupou aproximadamente a província romana da Galaecia, atual Galiza, expandido-se também pelo norte de Portugal e territórios limítrofes do Estado espanhol. O reino suevo durou do ano 409 ao ano de 585, quando foi anexado ao reino visigodo e assim permaneceu até o ano de 711 quando a Península foi invadida pelos árabes. A ReconquistaOs cristãos, logo que se reorganizaram, empreenderam a luta contra os muçulmanos para expulsá-los da Península. Esta luta, chamada Reconquista, foi levada a cabo por pequenos reinos cristãos formados no norte da Península que foram empurrando os árabes para o sul, mas a expulsão total da Península durou quase 800 anos. Galiza e PortugalDo reino de Leão faziam parte a Galiza e o norte de Portugal. O rei Afonso VI de Leão doou a um genro o Condado da Galiza e a outro o Condado Portucalense. Em 1139, Afonso Henriques, ao herdar o seu condado, tornou-o independente da coroa de Castela e Leão e assim nasceu o reino de Portugal, que continuou ampliando seu território para o sul a custa das conquistas aos mouros. A Galiza permaneceu unida ao reino de Leão e Castela, reino que posteriormente se integrou na Espanha. O galego-portuguêsOs reinos cristãos da Península continuaram usando o latim, mas cada vez mais modificado na língua falada, inclusive entre os próprios cristãos. Assim foram os chamados romanços, que deram lugar às línguas românicas. Na parte mais ocidental da Península desenvolveu-se o romanço galego, que se prolongava por Portugal e que foi mais conhecido como galego-português. Nessa língua, do séc. XIII ao XV, foram escritas cantigas inspiradas na literatura provençal, que são conhecidas como cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio e maldizer. Estas cantigas foram conservadas em cancioneiros e são os primeiros testemunhos literários da língua escrita, pois o latim ainda era a língua oficial. Participavam na poesia dos Cancioneiros poetas galegos e portugueses, embora Portugal já estivesse independente, o que prova que a língua era a mesma. Participavam também poetas de outras partes da Península, mas a língua era o galego-português que naquela época era a língua da lírica peninsular.
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O português e o galegoAs elites portuguesas deslocaram-se para o sul, onde suas tropas aumentavam o país, conquistando territórios aos muçulmanos. Com a tomada de Lisboa (1147), a capital do reino foi estabelecida nesta cidade. No sul do país, a língua sofreu a influência dos moçárabes, que era a fala dos cristãos que permaneceram vários séculos sob o domínio árabe. Trovadores de Portugal e da Galiza, no final do séc. XII e nos sécs. XIII e XIV, participaram ativamente na composição de cantigas de inspiração provençal. Esses trovadores usavam o galego-português, uma língua de compromisso que era também conhecida como a língua da lírica peninsular, pois nesse período literário participavam trovadores de outras regiões da Península. A partir do final do séc. XII, o português começou a ser usado em documentos oficiais, passando assim a substituir o latim como língua da corte. No séc. XV, com a publicação de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, teve início o período do português moderno. Portugal levou sua língua às diversas terras que descobria e conquistava. Trajetória do galegoO Condado da Galiza permaneceu fazendo parte do reino de Leão e Castela que, a partir do séc. XV, passou a constituir Espanha, país que escolheu como língua nacional a língua de Castela ou castelhano que desde então também se chama espanhol. É a língua oficial de todos os reinos que constituíram o território espanhol e dos territórios descobertos e conquistados por Espanha, como ocorreu com o português nas suas colônias. O galego, assim como as línguas pertencentes às antigas regiões do Estado espanhol, continuou se praticando oralmente, pois a língua oficial era o castelhano. O galego permaneceu, desde o século XV ao séc. XIX, quase sem cultivo literário, porque a modalidade de língua escrita era privilégio do espanhol, mas continuou sendo a língua falada no território galego, sobretudo na área rural. No séc. XIX eclodiu na Europa o movimento romântico, movimento que, entre outras características, valorizava as raízes nacionais da Idade Média. Como identidade nacional, a língua foi valorizada e, no caso do galego, ganhou o status de língua literária. Nessa época surgiu uma plêiade de literatos em língua galega, entre eles Rosalia de Castro, Curros Enríquez e Francisco Añon. A guerra civil espanholaEm 1936 teve início a Guerra Civil Espanhola que durante três anos ensanguentou a Espanha e teve como consequência um governo ditatorial que durou até 1975. Durante esse período foi reprimido o uso das línguas regionais porque se considerava que tinham conotações separatistas. Nesse período, o galego continuou praticamente como língua falada. Em 1982 foi promulgada a nova Constituição Espanhola que transformou as antigas regiões em comunidades autônomas, entidades com certo grau de autonomia, e deu às comunidades com língua própria, o poder de usá-la dentro da comunidade, paralelamente ao espanhol, que é a língua do todo o Estado.
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O galego hojeRádios, televisões e jornais usam o castelhano, na sua grande maioria. Existe uma televisão galega, algumas rádios e um jornal diário impresso, Galicia Hoxe, além de outras publicações impressas e virtuais. Os grandes jornais galegos usam o castelhano, embora publiquem entrevistas e alguns artigos em galego. Depois da entrada em vigor da nova constituição espanhola, a comunidade autônoma da Galiza procurou padronizar a língua galega e, em 1982, publicaram-se as Normas ortográficas e morfolóxicas do idioma galego. Esta tentativa de padronização foi elaborada por duas entidades dedicadas ao estudo da língua: A Real Academia Galega e o Instituto de Lingua Galega. Estas Normas não foram unanimemente aceitas pelos estudiosos da língua, embora fossem aprovadas e oficializadas pela Xunta de Galicia. Houve, e ainda há, grande oposição às Normas porque muitos as consideram influenciadas pelo castelhano. Há uma entidade dedicada ao estudo da língua, a Asociaçom Galega da Língua (AGAL) que defende uma aproximação do galego ao português, sustentando que é uma língua só. Enquanto isso, a comunidade vive no bilinguismo, sem preconceitos, pois, todos ou quase todos conhecem, pelo menos passivamente, as duas línguas. Não é raro dirigir-se a um falante numa língua e ele responder normalmente na outra. O Parlamento Galego aprovou por unanimidade a obrigatoriedade de 50o do conteúdo do ensino na Galiza fosse ministrado em galego, porém, recentemente houve câmbio de governo na comunidade galega e voltou-se a agitar o problema linguístico. O que se observa é que o problema da língua na Galiza é usado mais como instrumento político do que elemento de compreensão do povo, problema que praticamente não existe. As discussões em certos meios galegos prosseguem Esperamos que se entendam. O muito bom saber as duas línguas. O galego pela tradição e folclore e o espanhol pelo seu universalismo, assim como o português, que para os galegos e até para os espanhóis de outras comunidades é bastante fácil e todos podemos ganhar culturalmente.+++++++++++++++++++++++++++++++++++++ Xunta de Galicia – Portal Educativo Portal Galego da Lingua - AGAL Instituto da Lingua Galega - USC www.ilg.usc.es
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Linguagem figurada Alterações fonéticas conhecidas por METAPLASMOS Alguns exemplos de evolução de palavras do latim ao português Por aumento: Prótese – stare > estar; scutu > escudo Epêntese – stella > estrela; umero > ombro Paragoge – ante > antes Por supressão: Aférese – acume > cume; episcopu > bispo Síncope – legale > leal; legenda > lenda; malu > mau Apócope – mare > mar; amat > ama; male > mal Crase – pede > pee > pé; colore > coor > cor Por transposição: Metátese – pro > por; semper > sempre; inter > entre Hipértese – primariu > primairo > primeiro; fenestra > festra > fresta Hiperbibasmo (mudança da sílaba tônica): Por sístole – pantânu > pântano; idólu > ídolo Por diástole – límite > limite; pônere > ponere > poer > pôr Por transformação: Vocalização – nocte > noite; regnu > reino; multu > muito Consonantização – iam > já; Iesus > Jesus; uacca > vaca Nasalização – nec > nem; mihi > mim; bonu > bom Desnasalização – luna > lua; bona > boa; põer > pôr Assimilação – ipsu > isso; auru > ouro; nostro > nosso; persicu > pêssego; captare > cattar > catar Dissimilação – liliu > lírio; rotundo > rodondo > redondo Sonorização – capio > caibo; lupu > lobo; civitate > cidade; cito > cedo; aqua > água; acetu > azedo; profectu > proveito; caballu > cavalo; faba > fava; populu > pobo > povo Palatalização – venea > vinha; junio > junho; folia > folha; video > vejo; pluvia > chuva; oculu > oclo > olho Assibilação – capitia > cabeça; ratione > razão; audio > ouço; judicio > juízo Ditongação – malo > mao > mau; arena > area > areia Monotongação – fructu > fruito > fruto; auricula > orelha; lucta > luita > luta Apofonia – in + aptu > inepto; in + barba > imberbe; sub + jactu > sujeito Metafonia – debita > dívida; tepidu > tíbio
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Exercício Nomeie as seguintes alterações fonéticas:1 – dolore > dolor > door > dor_____________ ______________________________________ 2 – oculu > oculo > oclo > olho ____________ ______________________________________ 3 – acume > agume > gume _______________ ______________________________________ 4 – filiu > filio > filyo > filho______________ ______________________________________ 5 – invidia > invedia > invedya > inveja ______________________________________ 6 – lacuna > lacona > lagona > lagõa > lagoa__ ______________________________________ 7 – operariu > operario > oberario > obrario > obrairo > obreiro ________________________ ______________________________________ ************************************** Opiniões sobre Poesia AUTOPSICOGRAFIA Fernando Pessoa O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas da roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
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Marquês de Maricá Os poetas têm feito maior mal à espécie humana com as suas fábulas e ficções do que filósofos com as suas teorias e abstrações. Máximas. Miguel de Cervantes Si el poeta fuera casto en sus costumbres, lo serían tam-bién sus versos; la pluma es lengua del alma; cuales fueren los conceptos que en ella se engrendaren, tales serán sus escritos. Don Quijote, Parte Segunda, Cap. XVI.
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