Ano 5 - N o 25 - Rio de Janeiro, jan-fev de 2001. Publicação bimestral. |
Aqui estamos com o primeiro número do ano, do século e do milênio. Esperamos que haja mudanças para melhor. Aos que nos dedicamos às ciências da linguagem cabe-nos uma grande responsabilidade, pois com o avanço da ciência e da tecnologia é tal o bombardeio de informações que cada vez temos mais dificuldade de selecioná-las e processá-las. Parece que se aceita tudo, que tudo é válido. É preciso pôr ordem no caos, parar para pensar e ouvir, aceitando o novo, sem deixar-nos ofuscar por ele.
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FIM DE FÉRIAS Terminadas ou prestes a terminar as férias escolares, começam as atividades em congressos seminários e outros eventos. Comunique-nos o de seu interesse para publicá-lo aqui. |
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CASÓRIO Será realizado no próximo mês de abril o enlace matrimonial da Srta. Daniela Bonfim dos Anjos com o Diretor de Relações Públicas do CiFEFiL, Prof. Dr. Afrânio da Silva Garcia. Ao novo casal, votos de muita felicidade de O Filólogo de Plantão. |
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Sobre A FILOLOGIA
As professoras Aileda de Mattos Oliveira e Cristina Alves de Brito, respectivamente, Diretora e Vice-Diretora Cultural do CiFEFiL, estão organizando, um encontro de filólogos a ser realizado no próximo mês de maio, no Rio de Janeiro. O evento, tem por finalidade principal informar os estudantes e o público em geral sobre a importância da Filologia nos dias de hoje, visto que ainda perdura bastante confusão a respeito de sua utilidade e do interesse de seu estudo. Serão convidados filólogos e estudiosos de universidades brasileiras como palestrantes. No próximo número daremos informações mais detalhadas. A seguir, para provar que a desinformação sobre a Filologia é antiga, transcrevemos alguns parágrafos, extraídos da Introdução ao estudo da Filologia Portuguesa, do Prof. Serafim da Silva Neto, o homenageado do CiFEFiL no V Congresso Nacional de Filologia e Lingüística: “A Filologia, entre nós, não goza de bom conceito. Confundem-na com o simples conhecimento prático da língua e, o que é mais e pior, identificam-na com os exageros e a desorientação disso a que pejorativamente se chama purista, figura tão propícia ao ridículo. Correm, assim os filólogos, o cruel risco de ser considerados intolerantes, e intratáveis, incapazes de sentir e compreender uma obra de arte, preocupados, tão somente, com a míope fiscalização dos galicismos, dos barbarismos ou dos solecismos. De certo é obrigação elementar de todo homem bem educado falar e escrever corretamente a sua língua. A linguagem classifica socialmente os indivíduos: cumpre, portanto, que as classes mais bem dotadas, cônscias de suas responsabilidades, cultivem a língua vernácula”. “A língua é um poderoso vínculo da unidade nacional: é um símbolo que une e estreita fortemente os grupos humanos que se comunicam por seu intermédio. É fenômeno conhecido aos que estudam as Ciências Sociais que a desnacionalização de um povo começa pelas infiltrações estrangeiras no idioma nacional, cujo sistema pouco a pouco se vai desorganizando” “...é preciso que não nos entreguemos ao Purismo, de pés e mãos atados. O Purismo é uma arma bigúmea; se, de um lado, pela defesa das línguas vernáculas, presta bons serviços - de outro corre o risco de contribuir para empobrecer a língua, pois levanta um obstinado muro, que opõe feroz intransigência a qualquer penetração de neologismos. O Purismo é uma exagerada e exclusiva imitação do passado, é deturpação, é imobilidade morta. O passado não deve ser um modelo cristalizado e hirto, mas um modelo em perpétuo movimento, constantemente vivificado e enriquecido”. “Por mais nobre, portanto, que nos pareça a defesa inteligente das formas vernáculas, a Filologia é outra coisa. Para ela a língua é uma expressão de cultura e, como tal as estuda. Interessam-lhe, assim, os falares das sociedades não alfabetizadas tanto quanto a expressão artística dos grandes escritores”. SILVA NETO, Serafim da. Introdução ao estudo da Filologia Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1956. p. 11-13. |
TRADUÇÃO AO ESPANHOL
Como prometemos, apresentamos um texto em português para que você o passe para o espanhol. Confira com nossa tradução no próximo número.
O fumante
Conheço um homem já de certa idade que tem muitas qualidades, mas também um grande defeito: É um fumante inveterado. Segundo me disse, começou fumando um cigarro de brincadeira, com os amigos, mas quando se deu conta já estava fumando um maço por dia. O pior é que não parou aí. Do cigarro passou à cigarrilha, desta ao charuto e não parou mais. Qualquer tipo de fumo lhe serve. Pode ser de cachimbo, de piteira ou o que vier. Só não pode parar de fazer fumaça. Campanhas como O fumo faz mal à saúde não tem efeito para ele. Sabe as doenças que o fumo pode causar, mas acha que isso só acontece com os outros. Para ele, a vida sem cigarro não vale a pena.
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Fiat voluntus tua
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