Ano 6 - No 36 - Rio de Janeiro, nov-dez de 2002. Publicação bimestral. |
Enfim, conseguimos pôr em dia, ou quase, O Filólogo de Plantão. Desejamos-lhes um 2003 com muito sucesso e grandes progressos na área das Ciências da Linguagem. Muita pesquisa, porém depois das férias, que ninguém é de ferro. Já há muitas atividades programadas para este ano. Algumas são mencionadas aqui, porém, para ficar bem informados, principalmente sobre o CiFEFiL, visitem o domínio www.filologia.org.br . Aproveitem para enviar suas sugestões e comunicar seus eventos para divulgá-los. |
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Eventos
VII CONGRESSO NACIONAL DE LINGÜÍSTICA E FILOLOGIA O VII CNLF será realizado no Instituto de Letras da Uerj (mesmo local dos últimos anos) nos dias 25 a 29 de agosto de 2003. Será em memória e homenagem ao filólogo Gladstone Chaves de Melo. Um esboço da programação já está disponível em www.filologia.org.br/viicnlf. Também podem ser obtidas informações sobre o evento com seu Coordenador Geral, Prof. José Pereira da Silva pereira@uerj.br. Tel/Fax.: (21) 2569-0276. Não deixe para a última hora. Vá preparando os trabalhos que pretende apresentar. Informe-se sempre! |
Que a pomba da paz consiga penetrar na consciência dos senhores da guerra para que neste ano reine a paz no mundo. ========================= |
CONGRESSO SOBRE A OBRA DE DAMIÃO DE GÓIS Será realizado nos dias 29, 30 e 31 de janeiro de 2003 um congresso internacional sobre Damião de Góis por ocasião do 5o centenário de seu nascimento. Damião de Góis (1502-1574) foi historiador, diplomata e humanista português. O evento terá lugar na Universidade do Minho, em Braga (Portugal). O tema do congresso será “Damião de Góis e o Humanismo Europeu”. Participarão nesse congresso as doze universidades portuguesas, além de duas brasileiras e duas espanholas, assim como pesquisadores italianos, franceses, belgas, ingleses e alemães. Fonte: www.elcorreogallego.es. |
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PROVÉRBIOS E EXPRESSÕES DO LATIM E OUTRAS LÍNGUAS
O pesquisador Henerik Kocher, depois de vários anos de paciente pesquisa, acaba de disponibilizar na internet um alentado trabalho de várias centenas de páginas com frases do latim com equivalência em português e outras em português com correspondência em esperanto ou italiano. Pretende ainda continuar o trabalho com equivalências em francês, inglês e espanhol. Este grande repositório de cultura e erudição encontra-se repartido nos três sites seguintes.
http://members.tripod.com.br/kocher/index.htm
http://membres.lycos.fr/hkocher/index.htm
http://members.tripod.com.ar/kocher.index.htm
O acesso é fácil e o conteúdo pode ser copiado. O autor gostaria de receber sugestões. Eis uma pequena amostra:
Habitus non facit monachum.
O hábito não faz o monge.
Haec perdunt hominem: vinum, femina, tesserae.
A mulher e o vinho tiram o homem do seu juízo.
Jogo, mulher e bebida, a casa perdida.
Homo sine pecunia est imago mortis.
Sem dinheiro, tudo é vão.
De dois males, o menor.
El du malbonoj pli malgrandan elektu.
Tem macaquinhos no sótão.
Li havas en la cerbo tro multe da herbo.
Mankas klapo en lia kapo.
Tem mais olhos que barriga.
Okuloj estas pli grandaj ol la ventro.
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Picadinho
0,99 = 1?
A propaganda comercial já nos tem acostumado a seus malabarismos lingüísticos, haja vista o uso do x = vezes. Pode-se pagar em 3x, 6x, etc. Agora é a vez de substituir o zero das dezenas, centenas e milhares por 99. Você não encontra uma mercadoria que custe R$ 50,00; R$ 100,00 ou R$ 1000,00. Vai pagar menos: R$ 49,99; R$ 99,99; R$ 999,99 e assim por diante. O difícil vai ser receber o troco, porém você pode levar o dinheiro trocado. Economiza um centavo.
Esse
Já está penetrando na língua escrita o uso de esse, ou suas variantes no lugar de este. Agora que começa um novo ano não faltam bons propósitos tais como “Nesse ano tudo vai melhorar nesse país”. Embora não pareça, o ano é 2003 e o país é mesmo o Brasil. Tomara que, apesar da possível confusão lingüística do enunciado, a intenção se torne realidade.
Óculos
“Não posso ler porque esqueci o óculos”. Não adianta argumentar que tem que haver concordância, pois a resposta é que se trata de um par. Claro que meias ou sapatos também se usam em pares, mas, segundo eles, estão separados.
Caixa
“Encontramos a repartição com o caixa raspado”, lamentava-se um político que acabava de tomar posse no cargo. Na certa que não se referia ao caixa funcionário nem ao livro caixa sob sua responsabilidade, e sim à falta de numerário disponível que deveria estar na caixa-forte, ou no cofre, se preferirem, mas não no caixa.
Tradução (Não deixe de passar este texto ao espanhol. Veja nossa tradução no próximo número.) Há dias, procurei o escritório de uma grande companhia aérea para reservar um vôo e falei com uma das moças no guichê de reservas. Seu rosto era jovem, contrastando de modo encantador com seu cabelo grisalho, preso num rabo de cabalo. No fim de nossa conversa, ela pediu-me para deixar meu endereço. Retirei de minha carteira um cartão de visitas e lhe entreguei. No dia seguinte, verifiquei, surpreso, que na ocasião, deviam ter caído folhas soltas com números de telefones, umas folhas pequenas, retangulares, com linhas azuis atravessadas por uma linha vermelha. KISHON, Efraim. Um reino por uma agenda. In: Como é duro ser pai e outras tragédias. São Paulo: Círculo do Livro, 1987. (Fragmento) |