SEREIA-SÓ


 

Finjo que sou

no máximo de mim,

bóio e me lavo em teu lago,

nado, faço piruetas e marolas

tentando te seduzir.

 

Mas,

no divisor de minhas águas,

estou eu

simples

simplesmente

metade

meia verdade

temendo me naufragar

e afundar

- atadas as pernas

de pesado fardo.

 

Se soçobrar-me as forças

- naufrágio de mim -

que tu me restes balsa

que me mantenha à tona.

 

Me mergulha e me desafoga o medo.

Me navega e me recupera o rumo.

Me lança a âncora e me resgata à vida.

 

 

 

 

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