OS LENÇOS BRANCOS QUE NÃO ACENAM À PAZ

Maria Fernanda Garbero de Aragão (UERJ)

 

Não é difícil reconhecer que, nos tempos atuais, a recorrência de temas e motivos clássicos greco-latinos tem sido constante e vem assumindo diversas configurações filosóficas, antropológicas, psicológicas, literárias.

Mais que uma alternativa de um pensar dialético do que uma solução para os problemas que permitem essa inter-relação temática, ao se traçar um estudo entre a personagem sofocliana Antígona e as personagens reais que compõem o quadro sócio-político argentino, alguns conflitos surgem para ilustrar a precariedade acerca da condição humana imersa em períodos dominados pela tirania do silêncio e da obediência.

Nas antinomias homem x mulher, indivíduo x sociedade, vivos x mortos e homem x Deus (ou deuses), enxergam-se enfrentamentos nos quais não existe possibilidade alguma de negociação e, por isso, promovem o insolúvel conflito absolutamente trágico. Cada uma dessas oposições é posta em ação por Sófocles em Antígona.

Daí, provem sua riqueza significativa e a aparentemente inesgotável possibilidade de atualizá-la, de “chamar para a vida” o que Hölderlin considerava verdades ocultas, latentes, sem que para isso existam condicionamentos a tempo ou a lugar. Ainda, como se pode comprovar, há tempos e lugares mais propícios para o nascimento de novos descendentes dessa história.

Segundo Hölderlin, Sófocles é um poeta de momentos de crise, de revolução e de deslocamento temporal. Sendo assim, em tempos de difícil compreensão como é visto o século XX (o mais clássico de todos e mais rico em cataclismos históricos), o mito de Antígona esclarece uma das mais fundas e dolorosas questões da existência do homem, tornando-a possível de releituras e diálogos que se estabelecem e se escrevem ao longo do tempo e do espaço.

Com a personagem de Antígona e seu enfrentamento às leis ditadas por seu tio, o tirano Creonte, surge a colisão entre amor e lei, esta vista em uma perspectiva alheia às vontades do indivíduo, uma vez que preconiza ordens que vão de encontro às leis divinas. O impasse e a impossibilidade de negociação são oriundos do conflito que se estabelece entre a vontade e a liberdade.

Antígona é filha de Édipo e Jocasta, é filha de um matrimônio condenado à impossibilidade. Irmã de Ismene – a mulher que, na peça, encarna o papel subalterno legado à figura feminina – Polinice e Etéocles – os irmãos mortos em uma luta fatricida – Antígona, ao saber que Creonte proíbe os rituais fúnebres destinados a Polinice em decorrência de sua oposição ao governo do tio e ter matado – e morrido – em luta com o irmão que representava os ideais propostos por essa figura de poder, decide enterrá-lo, ciente de suas futuras punições e sua futura sentença final: a morte e o fim dos Labdácidas, um genos ao revés.

Mulher, jovem e fruto de uma sociedade potencialmente masculina, Antígona se apresenta com suapiedosa vilania” e se entrega à morte. Sepultar o corpo, além de um direito divino, ilustra a impossibilidade de uma negociação entre os conflitos que se instauram nesse universo sofocliano. O destino se mostra implacavelmente duro e inviável, dando passagem ao trágico caminho das personagens dessa história. Nãocomo se salvar.

No decorrer dos cinco episódios que compõem a peça, a figura dessa jovem vai adquirindo proporções que a equiparam à tirania de Creonte, embora suas leis e sua língua sejam ditadas pelo amor ao corpo do irmão que precisa voltar à terra, ser abrigado na sepultura.

Ao pensar na divisão estrutural de Antígona e suas relações discursivas estabelecidas, o embate surge no prólogo, quando Antígona convoca a irmã Ismene para, juntas, cumprirem os rituais fúnebres a Polinice. Ambas mostram-se conscientes de suas devidas punições, porém Ismene se nega, por medo e obediência, ao ato de amor suicida que lhe propõe a irmã. Numa lúcida loucura, Antígona abala a tirania sozinha e morre, dignificando todos os que, atemporalmente, atacam a injustiça.

Atacar a injustiça e mostrar as fissuras de um poder que se instaura sob à pena do silêncio e da anulação de direitos são pontos que permitem e requisitam o paralelo em relação a vários conflitos presentes na sociedade atual. Lutas por terras, reconhecimentos de etnias consideradas subalternas e crise de soberania podem ser vistos nessa perspectiva dialógica aqui proposta como uma ressemantização do tema da liberdade, seja de expressão, de direitos e deveres, ou simplesmente de amar.

Antígona é humana, não é enviada dos deuses, o que favorece ainda mais sua aproximação à capacidade de enfrentamento e afrontamento que se espera da esfera feminina. Entretanto, como todo herói trágico, ela pulsa entre a carência e o excesso e, ao enterrar Polinice, ela em sua uniteralidade desconhece Eros, reconhecendo Tanatos, ou seja, o amor que por toda peça é seu leitmotiv de combate, caminha junto com sua escolha simbólica por seu auto-sepultamento. Seu amor é semeado exclusivamente entre os mortos, daí sua Ramartia.

Para falar de culpa, a sua não é uma questão subjetiva. Ela não tem escolha, pois o que se lhe apresenta é uma situação inexorável, na qual é preciso enterrar o irmão. Ela assume as conseqüências e responsabilidades de seu ato, ainda que sem o dolo, a intenção. Desde sua aspiração à conclusão de seu ato que põe fim a própria vida, Antígona passa por todas as fases que desencadeiam a tragédia final. Sua deliberação e decisão se mesclam num processo entre seu intelecto e seu debate interno, contudo prevalecem sobre o resultado do qual ela tem a noção desde o princípio, desde a vontade.

Dessa maneira, a idéia de conceitos integradores surge emergencialmente frente às totalidades opressivas, dando expressão a uma simbologia que pode ser lida sob as óticas de realidades latino-americanas.

A (re)leitura de Antígona e sua possível relação com o movimento argentino das Mães da Praça de Maio remete às figuras propostas por Hegel: “Amo-Escravo” e “Homem-Mulher”. É importante ressaltar que, em relação à primeira, o servo, ao enfrentar o senhor, põe em marcha seu projeto de conscientização, o que promove uma inversão dos papéis. Na segunda, ao se colocar em conflito o homem e a mulher, surge o que se pode entender como a verdadeira eticidade, ou seja, o caráter, a individualidade, o reconhecimento da própria alteridade.

“Amo-Escravo” e “Homem-Mulher” se ressignificam e abrem para os questionamentos de embate e resistência frente a um regime opressor e segregacionista. Combater Creonte e morrer decretando a falência do poder masculino representado por este homem fazem com que Antígona atinja o ponto que permite novas discussões sobre o papel feminino diante da crise do sistema logo-falocêntrico.

Ela, ao se conscientizar de seus direitos e apontar para os abusos do tirano, se torna senhora de sua própria vida e morte, que lutam em um conflito sem saída. Ela morre e, junto com seu fim, surge a total aniquilação do poder de Creonte.

Num salto espaço-temporal permitido pelo diálogo entre as duas realidades presentes nesse estudo, falar do papel desempenhado pelas Mães argentinas é um caminho viável para se pensar na dicotomia outrora mencionada entre o amor e a lei, visto que essas mulheres podem ser consideradas como as “Antígonas ibero-americanas”.

Les folles de la Place de Mai"[1], como são chamadas na França, não pejorativamente, mas pelo papel que desempenharam frente a um regime repressivo, essas mulheres que tiveram seus filhos desaparecidos durante a última ditadura militar Argentina saíram da esfera privada e foram para a praça construir um discurso na contra mão do poder.

Na repersonificação da personagem grega, surgem mulheres que saem à luta para abrir as feridas deixadas pelo medo e pela opressão.

Ao se ter como base a presença das “Madres de Plaza de Mayo”[2] na Argentina, buscar-se-á neste momento verificar a importância da permanência dessas mulheres para o contexto político-cultural, bem como os discursos que elas produzem, tendo-lhes em mente como “herdeiras” do legado de Antígona.

O que, a princípio, seriam apenas algumas mães que se reuniam em frente ao palácio do governo, A Casa Rosada, para estarem juntas e, nessa angústia compartilhada, buscarem notícias de seus familiares levados pelo terror, ganhou uma dimensão enorme, a ponto de existirem até os dias de hoje, na mesma praça, onde se reúnem semanalmente, todas as quintas-feiras, e fazem a ronda ao redor da pirâmide levantando polêmicas e bandeiras acerca de temas e problemas que tangem à política atual desse país.

Terminado esse percurso que, temporalmente, não passa de trinta minutos, elas vão para frente da Casa Rosada e uma Mãe um texto de crítica e combate às posições do governo, sempre lembrando que a presença delas ali é para que não se apague uma história de luta.

Quando esse pronunciamento chega ao fim, elas e as pessoas que as acompanham – alguns estudantes, outros turistas que passam pela principal praça de Buenos Aires – começam a cantar juntos o que elas estão buscando: “Alerta, alerta que camina, milicos asesinos por América Latina. Alerta, alerta que camina, aparición con vida y castigo a los culpables”.[3]

Faz mais de vinte e cinco anos que muitos desapareceram. Os números são terríveis, beirando trinta mil pessoas. Estar na praça até hoje gritando por justiça e por vida é a maneira que elas encontraram de fazer com que essa história permaneça viva e o corpo que não pode ser enterrado possa continuar sua trajetória de luta junto a elas.

O terror na Argentina se instaurou alguns anos antes do golpe militar de 76. Dois anos antes, havia ameaças e algumas pessoas estavam desaparecendo. As mulheres grávidas durante o processo foram levadas para os centros clandestinos de detenção, tiveram seus filhos roubados e, muitos destes, foram entregues à adoção a pessoas ligadas ao governo.[4]

Portanto, era nesse clima de medo e ameaça que o país se encontrava. O que poderia ser apenas mais um agrupamento de algumas mães na praça, em 1977, torna-se a Marcha, após policiais lhes gritarem “Circulem, circulem”, e essas mulheres começarem a dar voltas. O lenço branco que usam, até hoje, não simboliza a paz. Uma vez que é comum que as mães tenham alguma fralda de recordação de seus filhos, o lenço é isso: a lembrança, o resgate e o reconhecimento na dor.

Desacreditadas inicialmente pelos governantes, as Mães sabiam do perigo que representava a voz que elas ecoavam. Muitas foram reprimidas e houve casos de seqüestros, como o de Azucena Lidia Villaflor De Vincenti, criadora do movimento das Mães da Praça de Maio, desaparecida em 1977.

O desaparecimento de Azucena e as constantes ameaças ratificaram a necessidade de se fazer presente na praça. Perseguidas, chamadas de loucas – argumento óbvio quando é necessário anular a alteridade, visto que o discurso do “louco” é interditado socialmenteelas resistiram em sua doce loucura como a personagem sofocliana e seguiram em frente. Enfrentando.

A língua que está em seus gritos não é a mesma de Ismene, que suas palavras não aceitam as regras da gramática ditatorial, prescrita de normas tiranas que denotam o pavor.

Se a ditadura tentou apagar o perigo que via naqueles jovens revolucionários “românticos” que desapareceram, talvez os militares não tivessem idéia do legado às avessas que eles deixariam: suas Madres. O espaço que elas passaram a ocupar tomou uma grande dimensão, pois a história está sendo reescrita. Nas lutas, nas marchas, ou em seus escritos produzidos nas oficinas literárias, relato e testemunho se fazem presentes para reabrir a ferida da dor que não foi curada. Pedir aparição com vida é mais que uma simples frase. É requisitar da história a parte de uma memória coletiva.

Neste momento, a presença da performance surge como alternativa dialética, uma vez que, as rondas ao redor da pirâmide nos dias atuais ganharam um outro sentido. Por mais que elas saibam do destino trágico que tiveram seus filhos, elas continuam na Praça redesenhando o quadro político da Argentina e criando novas alternativas de discurso.

Em uma dupla situação de marginalidademulheres e latino-americanas – reconhecer essas vozes é uma urgência política que acompanha o discurso crítico, que deve cumprir, neste momento, uma tarefa duplamente descolonizante, ao ter em sua agenda questões que tocam os preconceitos sexuais e as mutilações de dependência cultural.

Estudar essas personagens é uma alternativa de possível regate do debate acadêmico a fim de se inserir em temas que tocam à sociedade em seus problemas.

A relação de tal aspecto com as Mães da Praça de Maio surge quando se aborda a questão da resistência. Com seus atos performáticos e seus relatos de experiências inseridos socialmente, estudados e, sobretudo, respeitados por seu valor histórico, abrem-se possibilidades de investigação acerca de um fenômeno que questiona às estruturas de poder e, assim, é consolidado.

Os discursos delas ainda permitem lembrar uma outra figura literária: Scherazade, pois esta é resgatada para que apareça uma voz que requisita ser ouvida e, desta forma, haja uma memória preservada. É preciso resistiraos ditames do rei”(PIGLIA, 1994:63), neste caso representado pelas políticas que encerram o ideal de homogeneização, em detrimento de um sistema globalizado implantado horizontalmente, sobretudo nos países latino-americanos, após a derrubada do Muro de Berlim.

Desta maneira, pode-se identificar que o grito de Antígona continua a ecoar todas as semanas na praça portenha. A necessidade de enterrar o corpo para que a história permaneça viva e mostre o quão fraco e débil pode ser um sistema baseado na tirania e na razão cega em nome da dominação e do poder continuam a existir. A língua dessas mulheres é a mesma, pois não importa a diferença lexical ou, até mesmo, idiomática. A voz que ecoa é o amor e a busca por um direito que lhes foi negado.

CONCLUSÃO

Este estudo se propôs, ainda de uma maneira inicial, a traçar uma hipótese relacional entre a tragédia sofocliana Antígona (V a.c) e o contemporâneo movimento feminino argentino conhecido “Las Madres de Plaza de Mayo”.

A perda e a dor que se derivam da morte e da impossibilidade de enterrar o corpoato visto como uma questão física e simbólica – foram o mote que nortearam essa perspectiva de estudo comparativista.

Em relação à tragédia grega, a proibição de Creonte no tocante às realizações dos rituais fúnebres para Polinice desencadeou uma série de conflitos e impasses que permitiram questionar dualismos sedimentados, como o enfrentamento entre a ordem masculina e a feminina, derivados do conflito inicial entre amor e lei, uma vez que esta é personificada poder e este é conferido ao homem. Na peça, a Creonte.

A idéia de pensar essa tragédia numa visão interdiscursiva veio do laço que é estabelecido com a atitude de resistência desempenhada pelas mulheres argentinas em foco. Distantes contextualmente, essas personagensreais e fictícias – questionam à lei ao apontarem o amor como desencadeador de um processo que reitera cotidianamente as falhas de uma sociedade que vive sob o terror imposto pela tirania, na qual o silêncio impera como alternativa única de encobrimento de suas fissuras mais frágeis e aparentes.

Creonte, o tirano tebano ressemantizado, vem representar as mais cruéis figuras que compuseram e compõem o quadro político argentino. Em distintos tempos e sistemas, pode-se pensar em como a razão masculina desenvolve seu papel e, em nome de uma ordem alheia aos indivíduos, mortes, enganos e mentiras podem ser colecionados como verdades oficiais dadas ao povo como sua história, na busca de umbem-estar” promovedor do abafamento de “monstrosque podem emergir e destruir uma ordem baseada na ilusão do poder.

Os lenços brancos que não acenam à paz são a resistência aos contextos onde os gritos não se escutam, as vozes se calam pela impossibilidade de existência dentro da opressão. Há uma ferida, há uma lacuna e, sobretudo, há a necessidade de abertura e diálogo entre o que se entende por lei, ou razão, e vida, amor e luta.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACHUGAR, Hugo. “Repensando la heterogeneidad latinoamericana (a propósito de lugares, paisajes y territorios)”. In: Revista Iberoamericana, Vol. LXII, 1996.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. 2a reimp. Trad. Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 8a ed. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 2002.

––––––. Microfisíca do poder. Tradução Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

KRISTEVA, Julia. Sol negro, depressão e melancolia. 2a ed. Trad. Carlota Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

MADRES DE PLAZA DE MAYO. Cantos de vida, amor y libertad. Buenos Aires: Rafael Cedeño, 1985.

––––––. Historia de las Madres de Plaza de Mayo. Buenos Aires: Asociación Madres de Plaza de Mayo, 1996.

––––––. El corazón en la escritura. Buenos Aires: Asociación Madres de Plaza de Mayo, 1997.

––––––. Luchar siempre. Buenos Aires: Asociación Madres de Plaza de Mayo, 2002.

MIGNOLO, Walter. “Lógica das diferenças e políticas das semelhanças”. In: CHIAPPINI, Lígia et alii. Literatura e História na América Latina. São Paulo: EDUSP, 1993.

––––––. Decires fuera de lugar: sujetos dicentes, roles sociales y formas de inscripción. In: Revista de Crítica Literaria Latinoamericana. Lima/Berkeley, n° 41, 1995.

PIGLIA, Ricardo. Crítica y ficción. Buenos Aires: Seix Barral, 2000.

––––––. O laboratório do escritor. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Iluminuras, 1994.

RICHARD, Nelly. “Feminismo, experiencia y representación”. In: Revista Iberoamericana. Vol. LXII, 1996.

SARLO, Beatriz. “Argentina: nada será como antes”. Trad. Sebastião Nascimento. In: Novos Estudos CEBRAP, nº 61, nov. 2001.

––––––. Cenas da vida pós-moderna. Trad. Sérgio Alcides. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.

––––––. Memoria Cultural, Memoria Política: la imaginación del futuro”. In: CONGRESSO ABRALIC, 2º Belo Horizonte, 1990. Anais, Vol. 1. Belo Horizonte: UFMG, 1991.

––––––. Tiempo Presente. Notas sobre el cambio de uma cultura. Buenos Aires: Siglo Veintiuno editores Argentina S.A., 2001.

SÓFOCLES. Antígona. Trad. Donaldo Schüller. Porto Alegre: L&PM, 1999.

SZONDI, Peter. Ensaio sobre o Trágico. Trad. Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

 


 


 

[1] As loucas de Praça de Maio (a tradução dos textos são de minha autoria)

[2] No presente estudo, trabalharemos com as mães da “Asociación Madres de Plaza de Mayo”. Sobre este tema é importante ressaltar que há duas linhas: uma composta pelas mães desta associação e outra chamada “Línea Fundadora”. Embora ambas tenham uma história de vida importante para contar, a opção feita é motivada pela resistência delas em relação ao governo, uma vez que não aceitaram a indenização proposta pelo então presidente Raúl Alfonsín como preço de restituição pelo desaparecimento de seus filhos.

[3] “Alerta, alerta que caminha, milicos assassinos por América Latina. Alerta, alerta que caminha, aparição com vida e castigo aos culpados”.

[4] O termo empregado ao que foi feito com essas crianças é “apropriação”, o que confere um caráter de ilegalidade e contravenção ao ato.

 

 

...........................................................................................................................................................

Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos