LINGUAGENS DE ESPECIALIDADE
UM INVENTÁRIO DE VERBETES
PARA DICIONÁRIOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Carlos Almeida Santos (UESB)
Manoel Soares Sarmento Filho (UESB)

INTRODUÇÃO

Dicionários para Cada Coisa é um projeto que visa a confecção e edição de dicionários monolíngue sobre linguagem de especialidades da área Comunicação Social, que contribuirá para unir e facilitar a comunicação dos jornalistas, publicitários, radialistas, fotógrafos e usuários da informática.

Como não foi possível executá-lo na Academia onde o referido projeto foi aprovado para o curso de Doutorado em “Ciências Del Lenguaje i Lingüística Aplicada” (2003-2005), no Instituto Universitário de Lingüística Aplicada – IULA, da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona-Espanha, procurou-se, em seguida, quando nada fazer um exercício mais detido a respeito de uma teoria, de concepções metodológicas, propostas teóricas e práticas do fazer lexicográfico, no sentido de confeccionar obras de termos técnicos e expressões peculiares a profissões das ciências humanas.

Devido à natureza um tanto embrionário da proposta e sem nenhuma ajuda financeira, apenas com as constantes colaborações do orientador, está sendo interessante conduzir e aperfeiçoar a primeira etapa deste trabalho, pois estamos cientes que:

A lexicografia pode ser vista sob duplo aspecto: (i) como técnica de montagem de dicionários, ocupa-se de critérios para seleção de nomenclaturas ou conjunto de entradas de sistemas definitórios, de estruturas de verbetes, de critérios para remissões, para registro de variantes etc. ; (ii) como teoria, procura estabelecer um conjunto de princípios que permitam descrever o léxico (total ou parcial) de uma língua, desenvolvendo uma metalinguagem para manipular e apresentar as informações pertinentes. é neste aspecto que entra a grande contribuição da teoria lingüística (BORBA, 2003: 15)

Os objetivos do projeto são: tentar investigações de cunho científico e criar instrumentos susceptíveis de favorecer ao desenvolvimento da Língua Portuguesa; estabelecer princípios metodológicos aplicáveis à compilação de palavras para obra lexicográfica; confeccionar dicionários atentando para sua micro e macroestrutura; divulgar em simpósios, congressos e, principalmente na comunidade universitária as necessidades do uso dos glossários e dicionários de especialidades; falar sobre as terminologias de especialidades: jargões, palavras e expressões de tais profissões, dando uma contribuição ao desenvolvimento da pesquisa descritiva terminológica para a Lingüística Aplicada.

A expressão “Para Todas as Coisas”, implica selecionar dentre vários verbetes que venho pesquisando há alguns anos, aqueles que constituiriam como objeto de estudo, um corpus de 5 mil verbetes que, certamente, daria uma tese doutoral a ser apresentada no IULA da UPF. Temos arrolado numa espécie de inventário lexicográfico de cinco temas da comunicação humana, termos técnicos de uso cotidiano do jornalismo, do rádio e da televisão, da publicidade e da propaganda, da fotografia e da informática.

No processo de elaboração e organização de material lexicográfico deve-se ficar claro a definição de termos (os quais consideramos também como textos) fazem parte do discurso de determinada comunidade ou recorte a ser estudado. Segundo Kock & Travaglia (1997), texto, no sentido estrito, “será entendido como uma unidade lingüística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários (falante, escritor/ouvinte, leitor), preenchendo uma função comunicativa”.

Por linguagem de especialidade entende-se, genericamente, o conjunto de marcas lexicais, sintáticas, estilísticas e discursivas que tipificam o uso de um código lingüístico em qualquer ambiente de interação social. Sendo assim, a terminologia – “conjunto dos termos próprios duma arte ou ciência; estudos da identificação e delimitação de conceitos peculiares a qualquer ciência, profissão, arte, ofício etc” na acepção do Aurélio – enquanto instrumento descritivo tem por objeto de estudo um dos componentes essenciais das chamadas linguagens de especialidade: o seu léxico. Se aprofundarmos nesse universo, vamos ver que Aubert (1996) tem toda razão quando ele afirma que “a terminologia nasce da necessidade manifestada pelos especialistas de ordenar as denominações de seus sistemas de conceitos, com a finalidade de conseguir uma comunicação profissional mais eficiente”.

Na matéria de “Veja” nº 34, (2001), intitulada O Poder da Palavra, na qual aborda os dois principais dicionários da Língua Portuguesa: “Aurélio” e “Houaiss”, a revista diz que

Conhecer um número maior de palavras é sempre uma vantagem. Mesmo que seja apenas vantagem potencial. Pesquisa da Harvard Business School mostrou que, para galgar um nível hierárquico nas empresas americanas, o funcionário é obrigado a enriquecer seu vocabulário em pelo menos 10%.

De acordo com Aubert (1996), linguagens de especialidade são notórias como partes integrantes do uso e comportamento lingüístico do homem no exercício de qualquer atividade, desde a industrial e científica até a artesanal e doméstica.

Portanto, se fossemos defender e brigar pela língua ou linguagens nossa tese seria a seguinte: Dicionários Para Cada Coisa tem contribuído sim para o desenvolvimento da Língua Portuguesa, principalmente no que se refere à Linguagens de Especialidades. Até porque, não é arriscado afirmar que Dicionário pode ser considerado como texto, discurso didático e pedagógico, pois sendo livro, é uma ferramenta de educação permanente, cuja finalidade é definir a norma lingüística adequada, responder questões obscuras sobre o uso da palavra e frases “aceitáveis” ou “coisas” denotadas, nesse caso terminologias de especialidades que os consulentes procuram nos dicionários técnico-científicos.

A terminologia, mais além das distintas necessidades, é também um campo de conhecimento que pode ser objeto de descrição e explicação. Como diz a profa. Cabré (1993) “os termos desempenham uma função basicamente representativa; servem, fundamentalmente, para ordenar e classificar os conceitos de um âmbito científico ou profissional”. Com essa definição, comparamos com a de Juan Sager, quando ele diz em A Pratical Course in terminology Processing, que, Terminologia, disciplina das áreas de Letras e Comunicação, “é como um campo de estudo ou atividade relacionado com a compilação, descrição, processamento e apresentação de termos, ou itens lexicais pertencentes a áreas de uso especializado em uma ou mais línguas”.

O mais interessante em nossa pesquisa é a justificativa de que, no sentido de podermos observar o signo em sua relação com outro signo. Compreendermos os verbetes do corpus selecionado na visão de uma semântica frasal e não lexical por si só. Estes são subsídios para a montagem de dicionários de língua.

METODOLOGIA

Tendo em vista que, para elaborar dicionários sobre terminologia de especialidades, o procedimento metodológico adotado se deu, num primeiro momento, na compreensão, de concepções teóricas, método e técnico, bem como leitura crítica em textos sobre a questão da semiótica dos signos. Utilizando uma metodologia que privilegiou a técnica da observação sistemática, tivemos a oportunidade de verificar a interação social da linguagem de especialidades.

Nossa primeira tarefa foi o levantamento de dicionários de língua geral, glossários, e dicionários de comunicação nas bibliotecas de universidades da Bahia. Extraímos os verbetes que nos interessavam. Na organização, separamos por subáreas da comunicação social, na medida em que íamos dando significações. As acepções dos termos estão fundamentadas em definições de autores da área. Ouvindo profissionais da área em conversas informais no cotidiano nas redações e meios acadêmicos, fomos somando e catalogando lexemas.

Na segunda etapa, separamos por especialidade e classificando-os em ordem alfabética, em seguida, digitou-se todo o material catalogado em fichas.

Após a compilação dos verbetes em ficha terminográfica, que segundo Sampaio (1998), é um dos instrumentos mais importantes do trabalho terminológico, organizamos as entradas para posterior trabalho de conceitos das classes gramaticais. Nas entradas, os vocábulos aparecem em negrito com seus respectivos significados. As palavras estrangeiras do texto, mesmo as “aportuguesadas” estão grafadas em itálico.

PROBLEMAS DE SIGNIFICAÇÃO

Em artigos científicos e nas mais diversas mídias, termos técnicos e expressões peculiares compõem um repertório de verbetes que dificultam nossa compreensão. Muitas vezes o leitor é obrigado a parar a leitura para consultar glossários ou dicionários. Isso faz o consulente perder tempo e conseqüentemente compromete o rendimento do trabalho ou pesquisa. Não temos tempo a perder!

Na perspectiva da Comunicação e Representação, segundo Cabré (1995) a terminologia aplicada tem dado uma resposta eficiente a este universo de pesquisa tanto em forma de recopilação de termos como em serviços de consultas e normatização.

Termos e expressões de especialidades nos ajudam enquanto leitor, espectador/telespectador, internauta ou até mesmo como consumidores de produtos da indústria cultural a entender o discurso especializado. Nesta “aldeia global”, lembrando o pensador canadense McLuhan, quem desconhece suas representações não consegue entender o significado de tais verbetes, pois eles se adequam no campo da semiótica dos multimeios, do jornalismo; na semiótica da imagem, da fotografia, do vídeo.

Em conversas informais, percebe-se que nem todos os estudantes ou profissionais de comunicação sabem o significados dos verbetes ou entendem suas significações semanticamente falando nas redações de jornais, nas tvs, nas agências de publicidade etc. Como somos seres pensantes e falantes, indivíduos sociais, somos obrigados a consultar dicionários de linguagem geral (daí a necessidade dos de especialidades!). Há linguagens específicas de quem estuda ou trabalha na área, por isso, muitos vocábulos ainda são obscuros e desconhecidos. O hábito quase que constante nas dificuldades é folhear logo qualquer dicionário que encontramos pela frente.

Nas definições de Santaella (1983), signos traduzem significados, que implicam em consciência, em linguagem. Então, para conhecermos as linguagens de qualquer ciência, se faz necessário uma leitura com espírito científico e olhar semiótico na perspectiva peirciana para se compreender o significado de língua – aquela que falamos e da qual fazemos uso dela para ler, escrever, criar, reproduzir, traduzir, transformar, entender, ou melhor; ver-ouvir-ler-falar para que possamos nos comunicar uns com os outros.

Destacamos três conceitos de obras lexicográficas: 1 – Dicionário sendo “Conjunto de vocábulos duma língua ou termos técnicos próprios duma ciência ou arte, dispostos, em geral, alfabeticamente, e com o respectivo significado, ou sua versão em outra língua. Obra ou livro que os consigna”, define o Aurélio; 2 – Glossário é ou representa um “vocabulário ou livro em que se explicam palavras de significações obscuras; elucidário. Dicionário de termos técnicos, científicos, poéticos etc.”, diz Ferreira (1986). Considerando esses, estamos assim resolvendo um ou diversos problemas de significação de terminologias inseridos na Língua Portuguesa. Os vocábulos e expressões obscuras como, por exemplo: hipertexto, insite, hiperlink, download, entre outros, fazem parte do nosso dia-a-dia em redações, assessorias e agências de publicidade ou propaganda.

Quem trabalha na área, ou aqueles que estão distantes precisam consultar os glossários que vêm no final das publicações assim passam a entender melhor o conteúdo dos livros. Os glossários e dicionários surgiram para facilitar o entendimento dos textos. Consultar e ver o significado de vocábulos em obra de linguagens de especialidades é sempre uma necessidade de qualquer consulente. Esperamos, com a continuidade dessa pesquisa, obter resultados satisfatórios de uma infinidade de atos verbais, que na experiência social, se desliga de seus atores para fazer parte do patrimônio cultural de nossas bibliotecas.

BASES TEÓRICAS

Cabré (1993) enfatiza que se podem designar três conceitos diferentes para a palavra terminologia: conjunto de princípios e de bases conjunturais que segue o estudo dos termos – terminologia enquanto ciência; o de conjunto de diretrizes que utilizam no trabalho terminográfico – prática terminográfica; e, por fim, conjunto de termos de determinada área ou especialidade – terminologia objeto. A Terminografia, a qual se fundamenta esta pesquisa, é a ciência aplicada à qual cabe a elaboração de modelos que permitem a produção de obras terminológicas/terminográficas. E a terminologia, por sua vez, tem um objeto, no caso do nosso recorte (termos técnicos), que contempla questão que lhes cabem estudos como as das relações de significação – entre expressão e conteúdo – do signo terminológico.

Observamos nos glossários que serviram de fontes para o desenvolvimento desse trabalho que os autores – lexicógrafos e lexicólogos – têm se dedicado em suas pesquisas tanto no aspecto da prática quanto no campo das teorias. Para isso, consultamos o Dicionário de Comunicação, de Rabaça & Barbosa (1987), referência indispensável no campo de comunicação, no qual os autores reúnem verbetes de jornalismo, rádio e televisão, publicidade e propaganda, fotografia e cinema.

Lemos muitos artigos de lexicógrafos e dicionaristas do Cifefil que nos deram fundamental sustentação teórica, a exemplo de Conceito/Definição em Dicionários da Língua Geral e em Dicionários de Linguagens de Especialidades, da professora Maria de Andrade; Para um Dicionário Terminológico da Fitotecnia: a Cultura do Café, de Sampaio (1998) publicados nos Anais do 5º e 6º Congresso de Pesquisa e Extensão (Conpex) – UESB.

A interrelação comunicação/semiótica se fundamenta pelas colocações de Charles Peirce que considerou toda e qualquer produção, realização e expressão humana como sendo uma questão semiótica. Lembrando dessa afirmação do “pai” da semiótica, subsidiado pelos pressupostos da teoria da comunicação e da semiologia, assim como atentando às teorias da lingüística de Saussure, “passeamos” em nosso universo da pesquisa no intuito de chegar às dúvidas e hipóteses levantadas no início da investigação. Aubert (1996), em Introdução à Metodologia da Pesquisa Terminológica Bilíngüe In: Cadernos de Terminologia, nº 2, da FFLCH/USP, apresenta contribuições importantes para a lexicografia.

Cabré (1995), em La Terminologia. Teoria, Metadologia, Aplicaciones, (1995); e Maria Guimarães Ferri, em seu Glossário Ilustrado de Botânica mostram também a importância dos dicionários de especialidades. Consideramos como referência importante em nossa pesquisa o Glossário de Propaganda e Jornalismo, do professor Mário L. Erbolato.

Na visão teórico-lingüística, se o signo é a totalidade formada de significado e significante, os dois últimos se implicam mutuamente. Ou seja, não há significado sem significante nem significante sem significado. Filosoficamente, pode-se dizer que o significado é a parte inteligível do signo, ao passo que o significante é a parte sensível, pelo menos na sua manifestação físico-sonora. Foi o próprio Saussure que escreveu em seu Curso de Lingüística Geral que as entidades que formam o sistema sincrônico da língua são signos, os quais (e esse é o terceiro e último passo de seu percurso epistemológico) contraem entre si dois tipos de relações, ou seja, sintagmáticas e as paradigmáticas.

Textos e discursos de profissionais da comunicação social podem também nos levar a constatar as definições de Mattoso Câmara Jr.: “Filologia é o estudo da língua na literatura”. Para tanto, tentarei resgatar alguns termos da área no sentido de se situar a mobilidade interativa de conceitos e de definições, com base nos requisitos teóricos da lexicologia e terminologia. Assim, seria possível dar algumas acepções aos verbetes coletados. Tendo como arcabouço teórico afirmações do professor Hildo do Couto, da UnB, em Introdução à Lingüística, (1999), “a lingüística é a parte de uma ciência que trata de todos os sistemas de significações e comunicação, sendo a língua apenas um dentre eles, embora o mais importante”. Segundo o prof. Couto, Saussure afirmara que, para os falantes, a língua só existe em sincronia, pois para nós falantes, a língua é um meio de comunicação no seio da vida social.

RESULTADOS

Como resultado parcial – pois a pesquisa está ainda em fase de desenvolvimento – conseguimos organizar 900 verbetes para o Dicionário de Jornalismo; 1.320 verbetes para o Dicionário de Rádio e Televisão; 600 verbetes para o Dicionário de Publicidade e Propaganda; 430 verbetes para o Dicionário de Fotografia; e 1.994 termos e expressões, incluindo o internetês para o Dicionário de Informática.

Todas as entradas digitadas e arquivados em CD Rom, na configuração de papel ofício tipo A4, Times New Roman, 12, de acordo normas da ABNT. Esta soma que totalizamos cerca de 5.200 termos de linguagens de especialidade, certamente, vai gerar conhecimentos científicos no que tange o dizível, característica principal dos dicionários técnico-científicos.

De acordo Charles Sanders Peirce, diz Santaella (1992):

Nenhum signo, por si mesmo, pode ser absolutamente preciso, visto que a relação com seu objeto (aquilo que o signo representa) é uma fonte de representação ou aplicabilidade do signo e a relação com o interpretante (o efeito que o signo produz na mente de quem o interpreta) é uma fonte de indefinição na profundidade (poder conotativo) do signo.

A autora lembra que, para funcionar como signo, algo tem de estar materializado numa existência singular, que tem um lugar no mundo, pode ser real ou fictício, e reage em relação a outros existentes de seu universo.

Pretendemos trabalhar nas próximas etapas estrutura dos dicionários – acrescentando dados nas classes gramaticais das acepções – parte importante dos termos – onde os lexicógrafos procuram o que pode e deverá ser consultado: o termo – unidade lexical definida pelos textos especializados, seu sentido semântico inserido no conceito/definição dos verbetes.

CONCLUSÃO

Há muito pouca literatura sobre Linguagens de Especialidade em universidades brasileiras, principalmente nas academias do Nordeste, aonde repousamos e concentramos nossas investigações.

Temos conhecimento que existem apenas o Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia – CITRAT, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP; o Projeto Terminológico Cone Sul – Termisul, do Departamento de Letras da UFRGS; e o Centro de Estudos Lexicais e Teminológicos (Lexterm), do Departamento de Lingüística e Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de Brasília; e o Círculo de Estudos Filológicos e Lingüísticos (Cifefil), da UERJ. Os pesquisadores do Departamento de Lingüística da Unesp, a exemplo do professor Francisco da Silva Borba, também têm dado contribuições significativas no campo da Lexicografia no Brasil.

Essa demanda por materiais terminográficos representa um mercado em clara expansão, o que se torna particularmente perceptível em um país como o Brasil, que recentemente passou de um regime de mercado fechado para uma intensificação forte das relações bi-e multilaterais na ciência, na tecnologia, na indústria e no comércio.

Delimitamos, agora, ao Dicionário de Jornalismo, pois o mesmo já está organizado e gravado em CD-ROM para a primeira revisão lingüística. Em seguida, será diagramado para a impressão e comercialização. Na última etapa deste trabalho, vamos disponibilizar para o público em geral, numa maneira de democratizar o saber, o mesmo conteúdo em forma de e-books.

Para melhor interação comunicativa os futuros consulentes terão uma obra lexicográfica de cunho técnico-científica, composta por verbetes do mundo globalizado, termos e siglas comuns das novas mídias assim como também explicações de abreviaturas das mais diferentes significações.

Para a Semiótica, a tarefa do intérprete – nesse caso, incluem-se jornalistas e profissionais da comunicação – é receber o signo e promover uma interpretação efetiva, singular, falível, psicológica e relativa. De acordo Santaella (1992)

Para se compreender as possibilidades de utilização dos meandros da definição de signo, como um mapeamento ou guia, como um conjunto de sinalizações para a observação, descrição, análise e interpretação de semioses concretos, as “peças” de teatro ou uma matéria de jornal têm de ser lidas.

Com a realização dessa ultima fase da pesquisa, é inevitável o aparecimento de novas teorias para a ciência num mundo já pós-moderno e com um repertório lexical infindável. Novos termos técnicos surgirão.

Concluímos que a Terminologia e a Terminografia são consideradas como ferramentas essenciais, provedoras de informações para o exercício da atividade tradutória nos domínios técnico e científico. É com elas que estamos construindo dicionários. Estamos envolvidos em resolver problemas de significação, esclarecer aspectos da linguagem humana, aperfeiçoar sua forma de comunicação lingüística, ensina a profa. Maria de Andrade, em Conceito/Definição em Dicionários da Língua Geral e em Dicionários de Linguagens de Especialidades. (Cifefil-UERJ), 2002.

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