Confrontando a formosíssima Maria
e a
linda
Inês
Maria Paula
Lamas (Lisboa)
Ao
confrontar os
episódios da Formosíssima Maria e da
linda Inês,
patentes no III
Canto d’Os
Lusíadas, verificamos
que,
apesar de apresentarem
certas
identidades, os
desfechos contrastantes das respectivas
ações intensificam as
diferenças
entre as
protagonistas.
A
introdução do
episódio da Formosíssima Maria é constituída
pela
estrofe 102. De
imediato, Luís de Camões localiza a
ação no
espaço, tratando-se de
um
ambiente
faustoso. D. Maria desloca-se a Portugal, aos
paços
reais,
para
solicitar
auxílio ao
pai, D. Afonso IV. O
reino
castelhano estava a
sofrer uma
poderosa
invasão
moura e D. Maria,
que se
encontra
casada
com Afonso
XI de
Castela, pretende a
colaboração do
rei
português, combatendo ao
lado do
genro.
O
poeta,
para
melhor
realçar a
tristeza desta
personagem, apresenta o
seu
retrato
psicológico
em
oposição
com
toda a
sua
beleza:
Entrava a fermosíssima Maria
Polos
paternais
paços sublimados,
Lindo o
gesto,
mas
fora de
alegria,
E
seus
olhos
em
lágrimas
banhados.
Os
cabelos angélicos trazia
Pelos
ebúrneos
ombros espalhados.
Diante do
pai
ledo,
que a
agasalha,
Estas
palavras
tais, chorando, espalha: / «(...).»
(Canto III, est. 102)
No
respeitante à
introdução do
episódio de Inês de Castro,
que se desenrola nas
estrofes 118 e 119,
também surge
um
aspecto contrastante. Trata-se
precisamente do
êxito alcançado na
Batalha do Salado,
em
que os portugueses e os
castelhanos uniram
forças
contra o
inimigo
comum, e o
triste
caso de Inês. O
poeta dá,
assim,
mais
ênfase ao
trágico
desenlace, responsabilizando unicamente o
Amor,
que impõe
sacrifícios.
Alguns
recursos estilísticos ajudam a
expressar essa
exclusividade,
como a
utilização do
advérbio
só e a diácope do
pronome
pessoal
tu:
Tu,
só
tu,
puro
amor,
com
força crua,
Que os
corações
humanos
tanto obriga,
Deste
causa à
molesta
morte
sua,
Como se
fora
pérfida
inimiga.
Se dizem,
fero
Amor,
que a
sede tua
Nem
com
lágrimas
tristes se mitiga,
É
porque
queres,
áspero e
tirano,
Tuas
aras
banhar
em
sangue
humano.
(Canto III, est. 119)
Neste
episódio, verifica-se
que há uma
predominância das
vogais u e o,
para
exprimir
crueldade, utilizadas
relativamente a D. Afonso IV, e da
vogal i, denotando
fragilidade, remetendo
para Inês de Castro.
Este
jogo de
fonemas contribui
para
transmitir a
indignidade do
ato praticado
contra uma
dama
indefesa:
Passada esta
tão
próspera
vitória,
Tornado Afonso à
Lusitana
Terra,
A se
lograr da
paz
com
tanta
glória
Quanta soube
ganhar na
dura
guerra,
O
caso
triste e dino da
memória,
Que do
sepulcro os
homens desenterra,
Aconteceu da
mísera e
mesquinha
Que despois de
ser
morta foi
Rainha.
(Canto III, est. 118)
De
seguida, surge o
desenvolvimento da
ação,
que se prolonga da
estrofe 120 à 132. De
início, o
poeta faz a
caracterização de Inês, a
quem qualifica de
linda, e a
quem
trata
por
tu, aproximando-se, deste
modo,
mais desta
personagem,
com
quem partilha da
dor.
Por
seu
turno, D. Maria
também revela
grande
beleza, sendo adjetivada de formosíssima. No
entanto, ao
referir as
ações da
rainha de
Castela, o
poeta recorre à
forma da
terceira
pessoa do
singular, manifestando
maior
distância e,
por
conseguinte,
menor envolvimento.
Luís de Camões vai
denunciar a
grande
paixão
que une Inês ao
príncipe
herdeiro do
trono.
Apesar de
todo o
cenário envolvente
estar coadunado
com
este
amor,
pelo
sossego e
beleza
inerentes ao
ambiente
rústico dos
campos do Mondego, vislumbra-se,
desde
logo,
um
mau
presságio,
através de
pequenos
indícios,
tais
como, o
significado dos
verbos utilizados.
Por
exemplo, na
estrofe 121, o
poeta vai
terminar os
seis
primeiros
versos,
em
tom
gradativo, empregando
verbos
que remetem
para as várias
etapas do
romance de Pedro e Inês (respondiam,
moravam, traziam, apartavam, mentiam e voavam),
verificando-se
que as
três primeiras
ações manifestam a
alegria de os
dois amarem e serem correspondidos e as
seguintes
são
um
prenúncio de
que essa
felicidade é
ilusória e
fugaz:
Do
teu
Príncipe
ali
te respondiam
As
lembranças
que na
alma
lhe moravam,
Que
sempre
ante
seus
olhos
te traziam,
Quando dos
teus fermosos se apartavam;
De
noite,
em
doces
sonhos
que mentiam,
De
dia,
em
pensamentos
que voavam;
E
quanto,
enfim, cuidava e
quanto
via
Eram
tudo
memórias de
alegria.
(Canto III, est. 121)
D.
Inês,
por
ser
oriunda de influente
família
galega, oferecia
perigo
para a
independência
lusitana. O
povo
não aceita esta
situação e, pressionando o
rei,
através dos
seus
conselheiros, alcança o
seu
objetivo de
eliminar a apaixonada de Pedro. O
príncipe estava
viúvo de D. Constança e
não pretendia casar-se
outra
vez.
Este
fato preocupava os portugueses,
pois havia
apenas
um
legítimo
herdeiro da
coroa, o
que
não
garantia a
sucessão.
Em
contrapartida, os
filhos de D. Pedro e D. Inês poderiam
constituir uma
ameaça
para Portugal,
devido à
ambição da
poderosa
família Castro.
Neste
episódio,
muitos
recursos estilísticos ajudam a
expressar variados
sentimentos,
desde o
amor à
saudade. A
utilização de
formas
populares,
como
meninos,
para
mencionar os
netos do
rei e os
adjetivos
queridos e
mimosos, expressando
carinho,
são
alguns dos
artifícios a
que recorre o
poeta,
para
manifestar
piedade. À
semelhança da Cassandra da Eneida, Camões apresenta
Inês, de
mãos atadas, e de
olhos erguidos,
em
direção ao
céu,
como se estivesse a
implorar
auxílio
divino. A
palavra
olhos é
duplamente utilizada,
para
reforçar a
idéia de
que
estes teriam de
atuar
mais
convincentemente, de
forma a
compensar as
mãos
que estavam impossibilitadas de o
fazer,
por estarem
presas:
Pera o
céu
cristalino alevantando,
Com
lágrimas, os
olhos
piedosos
(Os
olhos,
porque as
mãos
lhe estava atando
Um dos
duros
ministros rigurosos);
E despois,
nos mininos atentando,
Que
tão
queridos
tinha e
tão
mimosos,
Cuja orfindade
como
mãe temia,
Pera o
avô
cruel assi dizia: / «(...).»
(Canto III, est 125)
Igualmente o
recurso ao
discurso
direto vai
transmitir
maior
emotividade, partilhando o
leitor da
situação angustiante. Luís de Camões narra as
súplicas de D. Inês,
perante o
rei D. Afonso IV, suplicando-lhe
que
não a
mate,
principalmente tendo
em
atenção os
filhos,
netos do
rei,
que se encontravam
presentes e
que ficariam
órfãos e desamparados.
Para
melhor
realçar a
desumanidade deste
ato, D. Inês vai
comparar o
seu
caso
com as
histórias de Semíramis e de Rômulo e
Remo,
que foram abandonados à
sua
triste
sorte,
mas sobreviveram
porque foram alimentados
por
animais. De
fato, D. Inês utiliza
argumentos
fortes, colocando
alternativas à
sua
execução,
como o
desterro
para
muito
longe,
onde
não voltaria a
ver o
príncipe e
onde
poderia
educar os
filhos, a
quem designa
por
relíquias,
para
manifestar a preciosidade
que representavam,
por serem
descendentes de D. Pedro. No
entanto, de
nada
lhe serviram os
seus
rogos,
pois Pêro
Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco
insistiram
com o
rei, alertando-o
para o
risco da
perda da
independência.
Por
mandado de D. Afonso IV, Inês de Castro foi
degolada
em 7 de
Janeiro de 1355,
como consta do
documento Chronicon Conimbrigense.
Devido à
injustiça deste
desenlace, o
poeta compara Inês
com Policena,
que foi sacrificada
por Pirro,
sob
imposição de
seu
pai, Aquiles:
Qual
contra a
linda
moça Polycena,
Consolação
extrema da
mãe
velha,
Porque a
sombra de Aquiles a condena,
Co
ferro o
duro Pirro se
aparelha;
Mas
ela, os
olhos,
com
que o
ar
serena
(Bem
como
paciente e
mansa
ovelha),
Na
mísera
mãe
postos,
que endoudece,
Ao
duro
sacrifício se oferece: / (...).
(Canto III, est. 131)
No
respeitante ao
desenvolvimento do
episódio da Formosíssima Maria,
que ocorre
entre as
estrofes 103 e 105, o
poeta
igualmente utiliza o
estilo
oratório,
para
transmitir
maior
impacto no
leitor. D. Maria,
para
tentar
convencer o
rei a
auxiliar Afonso
XI de
Castela, no
combate ao
mouro, travado na
Batalha do Salado, apresenta-se a
chorar, utilizando
argumentos
persuasivos. As
hipérboles a
que recorre D. Maria evidenciam a
ferocidade do
inimigo, contrastando
com a
sua
fragilidade
física e amplificando o
teor da
mensagem veiculada:
Quantos
povos a
terra produziu
De África
toda,
gente
fera e
estranha,
O
grão
Rei de Marrocos conduziu
Pera
vir
possuir a
nobre Espanha.
Poder
tamanho
junto
não se viu,
Despois
que o salso
mar a
terra
banha;
Trazem
ferocidade e
furor
tanto,
Que a
vivos
medo, e a
mortos faz
espanto. / (...).
(Canto III, est. 103)
Outros
recursos estilísticos ajudam a
expressar a
necessidade de
atuação
rápida,
por
parte de D. Afonso IV,
como,
por
exemplo, as
antíteses utilizadas
para
diferenciar e
opor os
dois
povos, e o
hipérbato,
pois a
inversão da
ordem
habitual das
palavras desperta a
atenção do
receptor. D. Maria responsabiliza o
pai
pela
sua
sorte, enumerando,
em
tom
gradativo, a
privação dos
seus
bens,
caso D. Afonso IV
não se disponibilize a
auxiliar o
rei de
Castela,
pois havia a
forte possibilidade de a
rainha
ficar «Sem
marido,
sem
reino e
sem
ventura.».
Através das
apóstrofes dirigidas a D. Afonso IV,
inicialmente, invocando-o
como
Rei, e
posteriormente, chamando-lhe
pai, D. Maria
incentiva o
soberano de Portugal, e
apela simultaneamente ao
seu
sentimento
paternal, fortalecendo o
seu
pedido. Na
estrofe 105,
um
jogo
hábil de
palavras,
repetições e
sonorizações,
com
insistência no
fonema o, e o
emprego do
imperativo transmitem
um
ritmo acelerado aos
versos, denotando a
necessidade de o
rei se
apressar,
pois a
sua
demora
poderia
ser
fatal:
(...) . /
Portanto, ó
Rei, de
quem
com
puro
medo
O
corrente Muluca se congela,
Rompe
toda a
tardança, acude
cedo
À miseranda
gente de
Castela.
Se
esse
gesto,
que
mostras
claro e
ledo,
De
pai o
verdadeiro
amor assela,
Acude e corre,
pai,
que, se
não corres,
Pode
ser
que
não aches
quem socorres.
(Canto III, est. 105)
Passando à
conclusão dos
episódios
em
análise, verificamos
que,
apesar de D. Afonso IV
ter nas
suas
mãos a
solução de
ambos os
casos, as respectivas
decisões
vão se
opor,
pois o
rei vai
ser adjuvante de D. Maria, combatendo ao
lado de Afonso
XI, e
oponente a D. Inês, autorizando a
sua
execução.
São
decisões antagônicas
tomadas
pela
mesma
personagem, aparentando o
rei uma
dupla
personalidade,
pois,
por
um
lado,
manifesta
humanidade,
por
outro, evidencia
crueldade. No
entanto, o
que está
em
causa é o
objetivo
máximo de
preservação da
independência portuguesa. É essa
preocupação
que D. Afonso IV
manifesta nas duas
situações,
pois, ao
ajudar D. Maria, afasta o
mouro da
Península
Ibérica, e, ao
eliminar D. Inês, acautela a
manutenção da
nacionalidade
lusitana.
Assim, na
estrofe 105 do
episódio da formosíssima Maria, D. Afonso IV
prontifica-se a ajudá-la, de
imediato,
como impõem as
circunstâncias, contribuindo
para
um
desfecho
feliz,
pois os
mouros foram
completamente devastados. Luís de Camões compara a
súplica de D. Maria
com a de
Vênus, na Eneida,
quando esta deusa intercede
pelo
filho Enéias,
junto do
seu
pai,
Júpiter:
Não de
outra
sorte a
tímida Maria
Falando está,
que a
triste Vénus,
quando
A
Júpiter,
seu
pai,
favor pedia
Pera Eneias,
seu
filho, navegando;
Que a
tanta
piedade o comovia,
Que,
caído das
mãos o
raio infando,
Tudo o clemente
Padre
lhe concede,
Pesando-lhe do
pouco
que
lhe pede.
(Canto III, est. 106)
Por
seu
turno, a
conclusão do
episódio de Inês de Castro desenrola-se nas
estrofes 133-135. O
poeta inicia
com uma
apóstrofe ao
Sol,
que,
segundo a
sua
opinião, devia
ter manifestado a
sua
oposição, afastando os
raios,
tal
como sucedeu no
caso
hediondo dos
irmãos Atreu e Tiestes.
A
natureza,
que foi
importante
desde o
início do
episódio, vai
surgir personificada, condoendo-se
com a
morte de Inês. Os
côncavos
vales,
que testemunharam o
trágico
desfecho,
vão
ajudar a
transmitir o
efeito de
eco, amplificando o
tom,
como uma
chamada de
atenção. A
insistência
nos
sons
nasais e a
utilização do
gerúndio sugerem
um
murmúrio prolongado,
como uma
lamentação
pelo
desenlace
infeliz
que se impõe
perpetuar.
Reflexo da
grande
mágoa, as
lágrimas, metamorfoseadas
em
fonte, cujas
águas correm continuamente,
são denunciadoras de uma
tristeza
infinita:
As filhas do Mondego a
morte
escura
Longo
tempo chorando memoraram,
E,
por
memória
eterna,
em
fonte
pura
As
lágrimas choradas transformaram.
O
nome
lhe puseram,
que
inda
dura,
Dos
amores de Inês,
que
ali passaram.
Vede
que
fresca
fonte
rega as
flores,
Que
lágrimas
são a
água e o
nome
Amores.
(Canto III, est. 135)
No
confronto
sintético
entre os
dois
episódios, verificamos
que
ambos têm a
mesma
estrutura, apresentando estrategicamente
localizado, no
desenvolvimento da
ação, o
discurso dirigido ao
mesmo
receptor, D. Afonso IV. As duas
personagens femininas
são caracterizadas fisicamente
como detentoras de uma
grande
beleza, e,
em
contraste,
emocionalmente, encontram-se amarguradas. No
entanto, é de
salientar o
desfecho
favorável a D. Maria,
que se opõe ao
desenlace
relativo a D. Inês.
Através destas duas
figuras, o
poeta apresenta as
principais
características da
mulher, atendendo à
respectiva
época.
Em D. Maria ressalta a mulher-esposa, e
em D. Inês sobressai a mulher-mãe-mártir,
completando-se as predominantes
facetas femininas,
através dos
respectivos papéis desempenhados.
Nos
dois
casos é
relevante o
espírito de
sacrifício da
mulher, a
sua
fragilidade
física e o
fato de
depender
inteiramente do
homem,
que decide
sobre o
seu
destino.
Em
ambos os
episódios Camões utiliza uma
linguagem
rica
em
recursos estilísticos,
em
que se destacam os
tempos e os
modos
verbais,
como o
imperativo, de
acordo
com a
função
apelativa; a
linguagem metafórica e hiperbólica,
para
intensificar a
ação; os
jogos de
palavras e de
sonorizações, ao
ritmo das
sensações despertadas; a
abundante
adjetivação, usada,
por
vezes,
em
forma de
antítese, e as comparações, salientando-se as
que remetem
para a
Antiguidade, contribuindo
para a
elevação destes
textos
líricos.
Comparando os
dois
episódios
com as respectivas
fontes históricas, verificamos
que a formosíssima Maria se aproxima
mais da
personagem
que encarna do
que Inês de Castro. O
poeta segue os cronistas,
quando refere a
vinda de D. Maria a Portugal,
para
pedir
auxílio ao
pai, na
Batalha do Salado.
No
entanto, Camões apresenta D. Maria aparentando
um
casamento
feliz,
pois teme
ficar
viúva e
triste e
posta
em
vida
escura e as
crônicas narram as
desavenças
entre o
casal
real
castelhano e os
maus
tratos de
que a
rainha
era
vítima.
No
respeitante a D. Inês, o
poeta
também se baseia nas
crônicas,
quando apresenta o
romance contrariado
que conduziu à
execução,
a
influência da
família Castro, as
pressões dos
conselheiros e a
vingança de D. Pedro. No
entanto,
todo o
episódio está impregnado de
ficções próprias da
imaginação
poética. Na
sua
época, Inês
era considerada uma
mulher
maldosa e
ambiciosa, causadora da
infelicidade do
príncipe,
temendo-se,
conseqüentemente, a
sua
ligação
com o
herdeiro da
coroa portuguesa. Luís de Camões,
tal
como
outros
escritores, contribuiu
para a
transfiguração desta
imagem, passando Inês a
ser percepcionada
como uma
inolvidável
mártir,
protagonista de uma das
mais belas e
emocionantes
histórias de
Amor.
Confronto sinóptico
entre os
episódios
da Formosíssima Maria e de Inês de Castro
Formosíssima Maria |
Inês de
Castro
|
Contraste
entre o
retrato
físico
de D. Maria e o
seu
estado
psicológico. |
Contraste
entre o
êxito
alcançado na
Batalha
do Salado e o
caso
triste
de Inês. |
Voluntariamente, D. Maria dirige-se a D.
Afonso IV. |
Involuntariamente, D. Inês enfrenta D.
Afonso IV. |
D. Maria informa o
rei
português
sobre a
forte
invasão
moura a
Castela,
solicitando-lhe
auxílio. |
D. Inês é informada da
sua
execução,
suplicando
clemência
ao
rei. |
Tentando
convencer o
pai, D.
Maria responsabiliza-o
pelo
seu
destino,
pois teme
ficar
viúva e
sem
reino. |
Tentando
sensibilizar D.
Afonso IV, D. Inês realça a menoridade dos
filhos,
netos do
rei,
pois receava a
sua
orfandade. |
Em D.
Maria sobressai o
papel de
mulher-esposa. |
Em D.
Inês evidencia-se o
papel de
mulher-mãe-mártir. |
D. Afonso IV decide
logo
colaborar
com
Afonso
XI,
combatendo o
inimigo
comum. |
D. Afonso IV hesita, deixando ao
critério
dos
conselheiros
a
sorte da
donzela
indefesa. |
O
rei
revela-se
corajoso e
humano. |
O
rei
manifesta-se
oscilante
e
cruel. |
A
colaboração
de D. Afonso IV proporciona
um
desenlace
feliz. |
A
atuação
de D. Afonso IV conduz a
um
desfecho
infeliz. |
AMOR
FICTÍCIO:
D. Maria e Afonso
XI
permanecem
juntos,
mas
passionalmente
distantes. |
AMOR
VERDADEIRO:
o
desaparecimento
físico
de Inês
não
extingue a
paixão
de Pedro. |
CAMÕES, Luís de. Os
Lusíadas. Org.
por Emanuel Paulo
Ramos.
Porto:
Porto, 2000.
FARIA, Maria do
Céu Novais.
Esquemas de
lições
sobre Os
Lusíadas. In:
Comissão
Executiva do IV
Centenário da Publicação de Os
Lusíadas. Lisboa: Neogravura, 1972.
PINA, Ruy de, Chronica de Elrey
Dom Afonso o
Quarto. Lisboa: Bíblion, 1936.
SCHEREMETA, Antônia Ariete et
alii. Comparação do
drama de Inês de Castro
em Camões e
em Garrett. In: Publicação
semestral
para a
divulgação da
Cultura Portuguesa, vol. 1, nº 6,
Curitiba:
Universidade
Federal do
Paraná, 1972.
TEYSSIER,
Paul. Le
mythe d’Inès de Castro – La Reine
Morte. In
VII
Separata dos
Arquivos do
Centro Cultural
Português, Paris:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1974.
VASCONCELOS, António de. Inês
de Castro. 2ª ed. Barcelos:
Cia. Ed. do Minho, 1933.
...........................................................................................................................................................
|
Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos
|