Há quatro anos o CiFEFiL vem mantendo o compromisso de publicar previamente os textos completos de seus eventos remetidos com a suficiente antecedência.
Neste IX CNLF, visto que foram enviados muitos textos, estes “Primeiros Trabalhos” vão editados em dois tomos para não ficar muito volumosos e dispendiosos para os minguados cofres da instituição; sendo que neste segundo reunimos trabalhos de filologia, lingüística e ensino porque no primeiro foram incluídos os que se relacionam principalmente a textos e a literatura.
Os trabalhos filológicos aqui desenvolvidos estão relacionados à análise de diversos textos, começando pelo trabalho de Expedito Eloísio Ximenes baseado nos Autos de Querella do início do século XIX, conservados no Arquivo Público do Estado do Ceará e editados semidiplomaticamente em 2003 pelo autor do texto que aqui se apresenta.
Alex Swander ilumina com luz própria o ensino da redação, mostrando ao professor de Língua Portuguesa uma possibilidade de avaliação através da análise de três redações de alunos seus.
José Mário Botelho, observando as diferenças e semelhanças entre a linguagem escrita e a oral, identifica os elementos que constituem particularidades específicas de uma ou de outra, apesar de tantos elementos em comum em ambas as modalidades da língua, considerando-se que o processo da escrita é extremamente diferente do da fala, além de fatores como o contexto, a intenção do usuário e a temática, por exemplo.
Analisando o processo da produção e da interpretação do texto, Maria Antonieta desenvolve o pensamento do José Mário Botelho relativo à produção da linguagem escrita, lembrando que “o escritor examina o que escreve e usa um tempo considerável na escolha de suas palavras, consultando-as no dicionário quando é necessário”, além de poder “comparar a sua produção com o que tinha em mente, mudar suas idéias, reorganizar o texto, acrescentar ou eliminar itens, até que o produto final surja” (cf. p. 39).
Cleide Emília Faye Pedrosa trata de seu tema preferido nos dois trabalhos editados neste tomo, trazendo-nos mais uma contribuição para o estudo da análise critica do discurso (ACD), que ela vem estudando e divulgando em numerosos outros textos, há quase cinco anos., como se pode ver nas páginas 69 e 70.
Maria Suzett e Élida lembram que a língua é essencialmente oral e que, por isto, é a partir da convivência que ela se desenvolve efetivamente. Por isto, lembram elas, é a necessidade da comunicação que leva as pessoas a aprenderem uma língua estrangeira.*
Analisando a conceituação de cultura, Aldo Luiz Bizzocchi aproxima a Semiótica da Filologia, visto que é semiologicamente que se transmitiram as culturas atuais e passadas, sendo a língua o sistema mais complexo e perfeito, utilizado e estudado pela Filologia para conhecer, interpretar e preservar essas diferentes culturas.
Ana Lúcia Costa liga a sincronia à diacronia para testar a hipótese variacionista sobre o uso de do futuro do pretérito no Rio de Janeiro, na duração de duas ou três gerações do século XX.
Por fim, Elvo Clemente traça um histórico paralelo entre Celso Pedro Luft e Said Ali no trato da gramaticologia brasileira.
Grato por continuar à frente dos trabalhos do CiFEFiL e das causas lingüísticas e filológicas brasileiras, não poderia deixar de lhe pedir que nos apresente suas proveitosas e sempre bem-vindas e utilizadas para a correção e aperfeiçoamento da atividade que desenvolvemos.
Rio de Janeiro, julho de 2005.
[1] No
........................................................................................................................................................... |
Copyright © Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos |