OBSERVAÇÕES PANCRÔNICO-FUNCIONAIS

PARA UMA ORDEM CIRCUNSTANCIAL-VERBO-SUJEITO

Ângelo Santos Farias (UFF)

Mariângela Rios de Oliveira (UFF)

 

APRESENTAÇÃO

Integrado às pesquisas do grupo de estudos Discurso & Gramática sedes UFF e UFRJ, este texto é prosseguimento de anteriores, em que viemos investigando razões para a posição dos constituintes no enunciado.

Norteados pelos princípios funcionalistas de Givón (1995), segundo os quais algumas das motivações para a ordenação dos constituintes na oração são de origem pragmático-discursiva, e não arbitrárias, trabalhamos com a hipótese de que as razões para a organização dos termos na oração - nos trabalhos anteriores e também neste - não são apenas estilísticas. Atuam também pressões do uso e do discurso a influenciar a posição dos termos conforme as necessidades comunicativas do falante.

O objeto de estudo era até então a ordem VS e investigávamos a sua utilização em seções do discurso de baixa tensão comunicativa, conforme Naro & Votre (1998: 12). Consoante os autores:

a característica cognitiva básica da ordenação verbo-sujeito é sua posição marcada e marginal, no que diz respeito ao fluxo da informação. A ordem VS é utilizada em seções do discurso em que o falante está transmitindo partes da mensagem que não estão sendo apresentadas como centro de atenção para o ouvinte.

Razoávamos, por conseguinte, que, em uma oração, o sujeito tende a ocorrer antes ou após o verbo por pressões do uso ou do discurso, nem sempre aceitando a inversão. Assim, testamos os postulados dos autores em diversos corpora: Vita Christi: texto religioso produzido em latim no ano de 1344 e traduzido para o português arcaico em 1495, do qual analisamos os capítulos I e II em nosso primeiro trabalho e o revisitamos nos seguintes; as “Narrativas de experiência pessoal”, transcritas do Corpus Discurso & Gramática - A língua falada e escrita na cidade de Niterói (1997/8/9), vistas conjuntamente no primeiro estudo, e igualmente revistas nos seguintes; O caminho: síntese da doutrina cristã para adultos, da província eclesiástica de Alagoas, capítulos A e B da primeira parte, e um conjunto de dez textos da atual produção literária da prosa brasileira, com alguns de seus autores já reconhecidos pela crítica nacional, como Silviano Santiago e Luiz Vilela.

A ida a esses textos realizou-se para verificar as ocorrências de VS e a aplicabilidade das generalizações de Naro & Votre em outros registros. A utilização do texto arcaico visava testar as amostras conforme os pressupostos funcionalistas em um documento escrito e de outra época, pois as generalizações dos autores foram estabelecidas a partir dos textos do Corpus Discurso & Gramática - A língua falada e escrita na cidade do Rio de Janeiro (1997), registros escritos e transcrições da oralidade. Vita Christi levou-nos aos textos de O Caminho, de mesmo fundo religioso, porém contemporâneo, e depois aos textos literários, para mais uma vez verificar a aplicabilidade das generalizações em teste a mais um outro tipo de texto.

Realizamos, portanto, várias análises avaliando as construções segundo os pressupostos funcionalistas. Nestes trabalhos, partimos do princípio da iconicidade, que propõe a relação função > forma como motivadora dos usos lingüísticos, privilegiando uma de suas dimensões, o subprincípio da ordem. Este subprincípio estabelece que os constituintes oracionais se ordenam linearmente, no tempo e no espaço, segundo pressões cognitivas, e que as formas veiculadoras de informações mais referenciais e previsíveis na estruturação lingüística tendem a ocupar aí posição inicial. A ordem é, desta forma, abordada como um mecanismo significativo. De acordo com esse subprincípio, o sujeito não-tópico tenderia a ser posposto. Assim, vejamos.

1: aí... enquanto isso a gente ia pa... parando... eh... a gente ia... assim... paramos... sentia sede... paramos... eh... no:: ponto... eh... onde pára o ônibus (VS)... sabe? eh... aí a gente parava lá pra comer... (CN - NEP. p. 7)

Neste primeiro exemplo, do “Corpus de Niterói”, temos a oração “a gente ia” com o sujeito tópico “a gente” formando uma cadeia até o ponto onde a estrutura VS rompe a seqüência. Nesta oração e na seguinte, o sujeito é mencionado; nas três posteriores, vem como anáfora zero, representado pelas desinências verbais , ora como “nós”, ora como “a gente”. Assim, segue uma seqüência de orações iniciadas pelos verbos “parar” e “sentir”, que é interrompida ao aparecer a oração VS. Aí, os verbos perdem a posição inicial e a sucessão só se refaz após, no momento em que o sujeito “a gente” retorna para a posição de tópico.

A nova estrutura está fora do eixo nuclear informacional e introduz um novo referente, e a sua função parece ser apenas presentativa. O seu sujeito poderia vir na posição inicial, como está o da oração seguinte e encerrar naquele ponto a seqüência de informações, principiando uma outra como centro de atenção. Mas o falante não a emite dessa forma. Pelo modo como está estruturado o seu discurso, o sujeito, como toda a oração, fica em segundo plano; a mensagem representa um comentário de fundo; poderia ocupar a posição inicial se fosse o tópico. Nesses casos, a composição pode ser vista como um comentário incidental em relação ao fluxo principal do discurso. Não raro, tais construções ocorrem com um sujeito marcado e pesado em oposição ao “leve” e não-marcado da estrutura SV.

O conceito de marcado diz respeito ao princípio icônico da marcação. Através desse princípio, contrapõem-se na expressão lingüística formas marcadas vs. não-marcadas. Estas, freqüentes, comuns e mais simples; aquelas, esporádicas, salientes e complexas. O parâmetro do peso refere-se a maior ou menor extensão estrutural de um constituinte, bem como à sua definição semântica. Ambos os conceitos estão diretamente correlacionados.

As pesquisas acima nos possibilitaram estabelecer outras generalizações e reunir novos dados às informações organizadas por Naro & Votre (1998). Notamos em Vita Christi, por exemplo, a escolaridade do aspecto fundiário das cláusulas VS em excertos como 2:

2 - E porém, antre o Verbo e o princípio acerca do qual é verbo há pessoal distinçom. Nom procede o Verbo do Padre (VS) per obra ou procedimento que passe fora, mas per tal que fica dentro. (p. 31, § 69)

Neste exemplo, o S da VS, já citado anteriormente, ameniza a quebra da cadeia e descaracteriza a marcação, não ocorrendo mais como novo, de sorte que coloca a composição de que faz parte em um plano intermediário entre figura e fundo.

Nos contos notamos a forte presença da VS dicendi, caso do segmento seguinte:

3 - A ponte cai se for atravessada por um mentiroso, diz ele. (Ficções, p. 113)

Esta é uma ocorrência freqüente em textos literários.

O principal, entretanto, foi a confirmação da relação circunstancial (X)-VS em textos argumentativos, como se pode notar no trechos destacados de O Caminho e de Vita Christi.

4 - Ora, o Senhor é Espírito e ONDE está o Espírito do Senhor (VS), aí há liberdade (O caminho, p. 62)

5 - ONDE existem direitos de liberdade (VS), existem também deveres para com o próximo (VS) (O caminho, p. 62)

Para esclarecer, transladamos na seqüência o quadro elaborado com o correr dos estudos. Aos circunstanciais denominamos X e às orações VS antepostas por circunstanciais denominamos XVS.

 

 

Corpus de Niterói

Vita Christi

Textos literários

O caminho

Total geral

Orações XVS

5/25

19/25

29/46

24/40

77

Orações VS

20/25

6/25

27/46

16/40

69

Proporção XVS/VS

1/5

@ 4/5

@ ½

3/5

146

XVS 53%

A princípio, há de se notar a forte presença das orações antepostas por X, orbitando acima dos cinqüenta por cento no total. Os exemplos 4 e 5, retirados de O caminho e de Vita Christi, representam a forma mais freqüente de VS. Geralmente, ou são iniciados por um advérbio, ou por uma perífrase adverbial, ou por uma oração adverbial, ou compõem a própria estrutura adverbial, o que reforça a posição das cláusulas VS em estruturas de baixa tensão comunicativa. Destaca-se, nessas orações com o sujeito posposto, a tendência destacada de ocorrer um circunstancial na posição que fica vaga à esquerda do verbo, mesmo entre os textos literários.

Nos textos literários, as orações antepostas por X têm uma freqüência proporcional às demais devido à maior ocorrência das orações com verbo dicendi, tipicamente VS apenas.

No Corpus de Niterói, as orações VS representam maioria em relação às XVS, haja vista os termos que seriam os circunstanciais encontrarem-se em curso de gramaticalização, como que “dissolvidos”. Falamos das formas “aí”, “né”, “daí” e outras que não podemos afirmar com segurança serem advérbios ou marcadores.

Por outro lado, em Vita Christi e em O Caminho, as proporções são, respectivamente, quatro quintos e três quintos de XVS para VS.

Baseando-nos nestes dados, categorizamos as orações com sujeito posposto em antepostas e não-antepostas por circunstanciais, e as não-antepostas subdividimos em compostas e não-compostas por verbos dicendi. Contudo, as não-antepostas por circunstanciais somente seriam mais freqüentes que as antepostas em casos especiais, que é o do Corpus de Niterói, com a substituição de prováveis estruturas adverbiais na fala por termos do tipo “aí” e “daí”, possível reflexo de sua condição de corpus de fala e escrita, e o dos textos literários, nos quais há a concorrência da VS dicendi, estrutura típica de narrativas. Nos demais casos, nos textos dissertativos,as antepostas por circunstanciais representariam maioria. Estes dados levaram-nos a refinar a nossa hipótese inicial de uma estrutura VS apenas para a de uma composição XVS, em oposição à ordem canônica SVC (sujeito-verbo-complementos) em textos de natureza argumentativa.

Para verificar nossas conjecturas, perscrutamos um novo conjunto de textos, composto de dez pares de editorias da Folha de São Paulo e do Jornal do Brasil. Publicados entre novembro e dezembro de 1994, provêm de canais semelhantes, usam a mesma variante de língua, a culta, e tratam dos mesmos assuntos, a política nacional logo após a primeira eleição de FHC. Aqui, se a tese estiver correta, não se tratando nem de transcrição da oralidade e nem de texto literário, a presença de XVS será eminentemente superior.

 

ANÁLISE DO CORPUS E RESULTADOS

Levantamos um total de treze construções. Em somente três o verbo não vem antecedido por um circunstancial, em segmentos como abaixo:

6 - …lembrou ontem Fernando Henrique Cardoso… (JB - T. 8 - § 7)

Em duas dessas três, porém, ainda figura algum circunstancial em outra posição, como se vê o elemento intercalado entre o V e o S em 6. Ao fim, somente o exemplo 7 é VS apenas:

7 - …chegou a hora das reformas. (JB - T. 7 - § 6)

As composições XVS prototípicas somam sete. Entretanto, juntamos a elas as outras orações que também trazem um elemento adverbial antes do verbo, mesmo não tendo esta estrutura básica. Referimo-nos a casos como 8 e 9:

8 - …com mais severidade do que mereceu a equipe de Parreira durante as eliminatórias. (JB - T. 8 - § 1)

9 - Por tudo isso, aumenta ainda mais a responsabilidade do futuro presidente. (F. - T. 2 - § 7)

Seguindo o proposto, os denominaríamos, respectivamente, XVSX e XVXS. Ou seja, diferente do caso 6 (não incluído entre as XVS, pois apresenta o seu circunstancial posposto ao verbo), os excertos 8 e 9 também trazem um elemento X anteposto ao verbo a exemplo de 7. Associado-os às XVS típicas 9 (que trazem apenas esses três elementos), elevam o total de orações VS antepostas por X para dez. Temos, portanto, uma diferença proporcional considerável.

É válido destacar que as características dessas construções com sujeito posposto não se alteram, em função da presença do circunstancial à direita da VS, e, sim, reforçam-se, como se pode ver no décimo exemplo, um caso típico de XVS:

10 - O presidente eleito prometeu enviar ao Congresso uma série de propostas de emendas em fevereiro, quando assumem os novos legisladores (XVS). E, no geral, as propostas mencionadas são bastante acertadas. (JB - T. 7 - § 5)

Como no exemplo 1, de VS, temos uma oração na ordem canônica transmitindo a informação principal. Após, a oração XVS surge acrescentando a informação acessória. É o complemento da oração na ordem SVC que é retomado após a XVS como tópico, formando uma seqüência. Temos, então, guardadas as diferenças, um outro segmento de informações interrompido ao aparecer a oração com sujeito posposto.

Aqui também a estrutura destacada está fora da cadeia informacional nuclear. Nesses casos, ratificamos: a composição pode ser vista como um comentário meramente incidental em relação ao fluxo principal do discurso, com as demais características já seriadas: baixa tensão comunicativa, sujeito posposto marcado e pesado em oposição ao da ordem SV e função presentativa, além da presença do circunstancial à esquerda do verbo.

Reunindo casos como 10 a como 8 e 9, contabilizamos um total de dez estruturas com um circunstancial anteposto ao verbo contra três de verbo-sujeito apenas. As ocorrências de XVS são de fato superiores às de VS em nossos corpora, excetuando os casos de transcrições da fala e de textos literários. Ao menos nesse conjunto de textos, teríamos, então, mais que uma colocação verbo-sujeito e, sim, uma organização circunstancial-verbo-sujeito. Associando esses resultados aos de Vita Christi e aos de O Caminho, reforçamos nossas interpretações.

 

SOBRE O X À ESQUERDA DO VERBO

Esta ordem é ainda mais coerente com o referenciado por Naro & Votre (1998) como “baixa tensão comunicativa” e também estaria ligada a conceitos como os de figura e fundo, elaborados por Hopper (1999), ao dividir a narrativa em dois planos: um o dos eventos principais, ou, mais especificamente, o dos acontecimentos sobre os quais recai o foco narrativo; o outro o das situações que expressam dados referentes ao cenário no qual ocorrem aqueles eventos principais. Os advérbios seriam os termos da língua diretamente relacionados a esse suporte informacional.

E visto que as mencionadas construções se comportam como construção de fundo em textos narrativos e não-narrativos (falamos de Vita Christi e O caminho, de natureza dissertativa) elas podem exercer essa função em mais de um gênero textual. Segundo Martelotta (1986),

A oposição entre figura e fundo não se restringe à narrativa, assumindo um papel mais amplo no discurso. Existem dois níveis de distinção entre figura e fundo. O primeiro reflete a intenção do falante de direcionar o fluxo do discurso para a narrativa ou para a não-narrativa: se o falante está narrando, eventos e situações não-narrativos funcionam como fundo; e, ao contrário, se o falante está comentando ou descrevendo, eventos e situações narrativos funcionam como fundo, servindo para evidenciar este comentário ou esta descrição.

Os advérbios portariam ainda outra importância que a de reforçar uma posição de fundo. Em estudo sobre os circunstanciadores temporais, constata Martelotta (1986: 7) que, não só nos segmentos de fundo como também nos de figura, cada um por uma razão atribuída, esses elementos terminam por ser topicalizados devido às forças pragmático-discursivas que caracterizam o ato da comunicação.

Essa função reflete na organização constitutiva da cláusula, em que os aspectos estruturais e as alterações por que passam os componentes da ordenação XVS têm grande participação, passando aos circunstanciais novas funções. Resumidamente, em função das forças da gramaticalização, o sujeito à direita do verbo perde sua força original, com a propensão, principalmente no referente à língua falada, a ser reanalisado como objeto, termo de menor destaque na oração, e o verbo, por sua vez, tende a tornar-se um mero portador de marcas de tempo e aspecto, se ignorada a concordância que o vincula ao seu sujeito (Naro & Votre, 1998). Esses fenômenos contribuem para o aumento da importância do circunstancial à esquerda do verbo, de modo que, à esquerda da VS, esse elemento caracteriza-se como tópico, ocupa a posição original do sujeito e preenche o espaço vazio.

O circunstancial atua, assim, como elemento de equilíbrio, e o verbo, ao seu turno, comporta-se como um eixo em torno do qual vão girar os argumentos. No balanço das atuações, destacaríamos duas performances em dois espaços distintos para os circunstancias: na cláusula, como elemento principal e mais saliente das orações VS, fundamentais para sua estabilidade, e, no texto, responsáveis pela posição fundo da composição em relação com os demais elementos, constituindo desta forma uma outra estrutura.

Esta ordem pode a mais representar a continuidade de uma estrutura latina, a exemplo de trabalhos que referenciam uma colocação do tipo tópico-comentário do latim, que teria passado para o português como a ordem canônica SVC. Costa (1995: 88) com base na teoria da gramaticalização, toma a estrutura sujeito-predicado (sintática) como o resultado de um processo de gramaticalização sofrido pela estrutura tópico-comentário (discursiva) . Vemos o nosso caso como igualmente possível, uma vez que já encontramos ordem XVS também em um texto do português arcaico traduzido do latim, o livro de Vita Christi. Podemos em trabalhos futuros rastrear as ocorrências de verbo-nominativo e verificar a incidência de ablativos à esquerda do primeiro termo, bem como o contexto de ocorrência dessas construções, ou seja, os dois planos de relevância - fundo e figura.

Essas considerações são pontos que pretendemos aprofundar, principalmente a referente à possível origem latina da XVS. Logo, é um estudo com espaço aberto a mais dados e incorporações conceituais que possam contribuir para o desenvolvimento e refinamento da investigação.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos textos anteriores, objetivamos demonstrar as características da ordem VS. Neste, procuramos evidenciar as relações que se esboçaram nos estudos mais recentes, ou seja, a presença da ordenação XVS nos textos de natureza argumentativa.

O próximo passo será aprofundar as novas pesquisas iniciadas, as considerações sobre o X da VS e sobre a XVS como um todo, visto que há a possibilidade de a análise em novos textos trazer mais informações, como demonstrou a investigação dos exemplos em corpora distintos, evidenciando fenômenos que passariam despercebidos em outras circunstâncias. Portanto, o trabalho não se encerra nesta instância.

Outra das razões é contribuir para a visão da ordenação dos constituintes na oração como um fenômeno significativo, em que a opção por uma ou outra colocação não se deve apenas a opções estilísticas de um autor. Além da ordem canônica SVC há outras ordens com outras funções. Comprovadamente presente, a ordem XVS é um exemplo. Esta ordenação talvez ainda não tenha sido analisada mais detidamente sob o ponto de vista de suas motivações pragmático-comunicativas. Procuramos, por isso, com a afirmação de sua presença e funções, autenticá-la como mais que uma variação de colocação sintática do português, e, sim, como uma outra estrutura. Sem usurpar do vernáculo essa possibilidade, podemos, desta forma, confirmar, mais uma vez, o português como língua rica em recursos e sentidos.

Assim, permaneceremos nesse caminho, o da procura de uma perspectiva pragmática que venha a possibilitar uma análise de língua além de seus limites formais. Esta abordagem parece-nos viabilizar uma visão mais acurada do caráter e da presença da ordem VS, uma categoria a ser delimitada pelo próprio exercício da análise, em suas constâncias e variações.

 

BIBLIOGRAFIA

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