PRINCÍPIOS
DO
SISTEMA
ALFABÉTICO
DO
PORTUGUÊS
DO BRASIL
Leonor Scliar-Cabral
(UFSC/CPNq)
|
|
+ant
-cor
(labiais) |
+ant
+cor
(anteriores) |
-ant
+cor
(posteriores) |
-ant
-cor
-post
(posteriores) |
-ant
-cor
+post
(posteriores) |
+obstruinte
-cont
(oclusivas) |
-son
(surdas)
+son |
p
b |
t
d |
|
|
k
g (galo) |
+cont
(fricativas) |
-son
+son |
f
v |
s
z |
§ (chá)
½ (já) |
|
R (rosa) |
-Obstruinte
+nasal |
|
m |
n |
|
ø (vinho) |
|
(+vocálico)
+lateral
-lateral
-cons (semivogais) |
|
|
l
r (caro) |
|
ñ
(velha)
j (pai) |
w (teu) |
Quadro
fonêmico das
consoantes,
conforme
o
modelo
de Lopez (1979),
com
o
acréscimo
das
semivogais,
exemplos
e
termos
comparativos
(entre
parênteses)
à
nomenclatura
de Mattoso
Câmara
Jr. (1975).
Também
substituímos o
símbolo
x
que
constava na
casa
da [+cont, +post] e
que
se referia à
variedade
carioca
descrita
por
Lopez,
pelo
símbolo
R,
mais
genérico,
adotado
por
Mattoso
Câmara
Jr.,
para
cobrir
todas as
realizações
possíveis
nas diversas
variedades
sociolingüísticas do
português
do Brasil.
+Orais |
-posterior
-arredondado
(anteriores) |
+posterior
-arredonado
|
+posterior
+arredonado |
+alta |
i |
|
u |
-alta
-baixa |
e |
|
o |
+baixa |
«
(pé) |
a |
¿ (pó) |
-Orais (nasalizadas) |
|
|
|
+alta |
ĩ |
|
ũ |
-alta |
ẽ |
|
õ |
+baixa |
|
ã |
|
Sistema
vocálico do
português do Brasil,
conforme o
modelo de Quicoli (1990),
com
acréscimo das
vogais
nasalizadas.
PRINCÍPIOS
APLICADOS
PELO
LEITOR:
DESCODIFICAÇÃO
Examinaremos
como se
aplicam os
princípios do
sistema
alfabético do
português do Brasil
por
um
leitor
proficiente.
A
leitura
começa
por uma
intenção
por
parte do
leitor,
desde a
busca de
informação, de
um
momento de
lazer, de
prazer
estético e
assim
por
diante.
Suponhamos
que esteja
lendo
um
jornal, no
qual terá
preferências
por
seções
como os
editoriais, o
noticiário
internacional,
a
página
esportiva, os
anúncios
classificados,
ou a
coluna
social. Ao
selecionar
qualquer uma
destas
seções, os
títulos
ou
subtítulos
acionam
um
ou
mais
esquema(s),
ou
marco(s),
ou
roteiro(s) de
sua
memória (isto
é chamado de pré-leitura
conforme
assinalamos
anteriormente),
o
que garantirá
a
atribuição dos
sentidos às
palavras,
adequada ao
texto.
Iniciada a
leitura do
texto
propriamente
dito, no
momento de
fixação do
olhar,
que é
precedido e seguido
pelos
movimentos
em
sacada, ocorre
o
primeiro fatiamento,
através das
pistas
fornecidas
pelo
impresso,
em
geral,
sinais de
pontuação,
maiúsculas
ou
outros
operadores,
combinadas
com o
conhecimento
sintático internalizado (conforme
se verifica, adotamos
um
modelo de
processamento
interativo e
compensatório).
Uma
vez
reconhecidas e identificadas as
letras,
pelos
princípios
que
explicaremos a
seguir,
um
certo
número delas é
suficiente
para a
identificação
da
palavra (o
que se costuma
denominar
por
descodificação propriamente
dita),
com
suas
informações
sobre se é
substantivo
ou
verbo, se está
no
singular
ou
plural, etc.;
a
seguir, é atribuído o
sentido. A
articulação
dos
sentidos das
palavras numa
frase
constitui uma micro-estrutura provisoriamente arquivada na
memória
operacional e
assim
sucessivamente,
até se
chegar à
compreensão do
texto.
Quando o
leitor
não possui
em
sua
memória
lexical o
item cujas
letras
identificou (uma
palavra
com a
qual esteja se
defrontando
pela
primeira
vez), terá
que
atribuir o
sentido
graças
principalmente
à
informação
que provém do
impresso.
O
reconhecimento
e
identificação
das
letras
que
representam os grafemas e
seus
respectivos
valores
para
que se
dê a
busca das
palavras e
seu
acesso, no
sistema da
língua
portuguesa do Brasil, ocorre
através de
quatro
meios,
fundamentalmente
(observe
que nas
regras de
conversão
usamos a
transcrição
fonológica,
por
economia. Na
realidade, o
leitor
converte os grafemas às
unidades
tais
como
são realizadas
em
sua
variedade
sociolingüística).
A
leitura dos
grafemas representados
por duas
consoantes
contíguas, sendo a
primeira
[-cont]
como /p/ /t/,
/k/, /b/, /d/, /g/ e a
segunda, uma
consoante
que
não [+voc],
isto é,
que
não seja /l/
ou /r/,
determina
para a
maioria dos
falantes
brasileiros a
inclusão de uma
vogal
epentética /i/
entre ambas,
como
em “cóccix”
à
/Èk
¿kisi/ (a
minha
faxineira
deixou
um
recado
para
eu
comprar
“ajáquis”,
para
a
marca
Ajax). É o
que
se observa
em
encontros
como
“ps”, “tm”, “cn”, “gn” e
assim
por
diante.
APLICAÇÃO:
Chamamos a
atenção
do
professor
para
o
fato
de
que
o
detalhamento
da descodificação nesta
obra
é movido
pela
necessidade
de aprofundamento da
matéria
para
fundamentação
do
planejamento
em
sala
de
aula
e
não
porque
ela
seja o
único
ou
mais
importante
processo
envolvido na
leitura.
Regras
de descodificação
Observe
que, na
notação “__
V”, a
letra V poderá
ser
lida
como a
descodificação das
letras “i”
ou “e” e “u”
ou “o” na
semivogal /w/
ou /j/, se o
hiato puder
ser
dito
como
ditongo
crescente.
Regras
D1:
Regras de
correspondência
grafo-fonêmica
independentes
de contexto
A
correspondência grafo-fonêmica
independente de
contexto significa
que uma
ou duas
letras (os grafemas)
sempre corresponderão à
realização do
mesmo
fonema, seja
em
que
posição ocorrerem na
palavra. Daremos a
seguir
cada uma das
correspondências,
com o
respectivo ex.:
“p”
à /p/ “pato”;
“b”à /b/ “bola”;
“t”à /t/ “tatu”;
“d”à /d/ “dado”
(os
fonemas
são [-contínuos] e
sua
realização
não pode
ocorrer isoladamente). Observe-se
que,
quando “t” e “d” estiverem
antes da
letra “i”
ou da
letra “e” lidos
como [i]
ou
semivogal [j], na
maior
parte das
variedades sociolingüísticas africam e palatizam,
lendo-se
como [d½]
e [t§],
respectivamente,
como
em “dia” e “tia”.
“f”à
/f/ “café”;
“v”à
/v/ “uva”;
“ss”à
/s/ “massa”;
ҍӈ
/s/ “moça”;
“sç” à
/s/ “desço”; “ch” à/§/
“chave”;
“j”
à/½/
“janela”;
“nh”à
/µ/
“tinha”;
“rr”à
/R/ “carro”;
“ü”
à
/w/ “sagüi”;
“ó”à/¿/
“óculos”;
“õ” à
/õ/ “põe”; “á”
à/Èa/
“água”;
҈ӈ
a(;
҉ӈ
/Èã/
“lâmpada”;
“ã”
à
/ã/ “rã”.
Regra
D2.1
/s/ # __
“s”à
/ “n”+,“l”+,“r”+__
/z/ “V”+
__ “V”
Deve-se
ler a
regra
acima, da
seguinte
forma: o grafema “s” se
lê
como a transposição à
realização do
fonema /s/,
quando estiver
em
início do
vocábulo,
como
em “sapo”,
ou
quando,
em
início de
sílaba, estiver
depois das
letras “n”, “l”
ou “r”
como
em “ganso”, “bolsa”
e “urso”; o grafema “s” se
lê
como a transposição à
realização do
fonema /z/
quando estiver
entre as
letras
que representem as
vogais
ou
semivogais
como
em “mesa”, “deusa”, “casual”,
“Ásia”. Observe-se
que a
letra “n” na
regra D2.1 está nasalizando a
vogal precedente e
que o “l” é lido na
maioria das
variedades sociolingüísticas
como a
semivogal [w],
mas,
como estamos vendo, o
valor dos grafemas é
determinado pelas
letras
que os circundam e
não
pelos
fonemas.
APLICAÇÃO:
Conforme se
pode
depreender,
explicar
que a
mesma
letra
ora possa
ter
um
valor,
ora
outro,
dependendo das
letras
que a cercam
não é
fácil,
particularmente
para o
ensino do
português
como
segunda
língua,
como, p. ex..,
para
falantes
nativos do
espanhol,
onde a
oposição
entre /s/ e
/z/ inexiste.
Regras
D3:
Dependentes
da
metalinguagem
e/ou
do
contexto
textual
morfossintático e
semântico
Regra
D3.1
A
forma
padrão
canônica
do
vocábulo
da
língua
portuguesa,
quanto
ao
acento
de
intensidade,
é o
vocábulo
paroxítono,
por
isto,
estes
vocábulos,
só
mediante
certas
condições
recebem o
acento
gráfico.
Em
decorrência,
todo
o
vocábulo
sem
acento
gráfico,
com
duas
sílabas
ou
mais,
terminado pelas
letras
“e”, “o” e “a”,
seguidas
ou
não
de “s”, deve
ser
lido
como
paroxítono,
isto
é,
com
acento
de
intensidade
na
penúltima
sílaba,
como
p. ex., “casa”,
“porta”,
“comida”,
etc.,
salvo
raros
vocábulos
com
duas
sílabas
átonos,
como,
por
exemplo,
a
preposição
“para”
e a
combinação
da
preposição
“por”
mais
os
artigos
definidos
“o(s)” e “a(s)”,
como
“pelo(s)”,
“polo”,
ou
“porque”,
cuja
atonicidade
só
é percebida na
cadeia
da
leitura
e
não
quando
lidas
isoladamente. No
entanto,
os
vocábulos
de
maior
freqüência
de
uso
são
os
monossílabos
e
dissílabos
átonos:
artigos,
preposições,
pronomes
e
conjunções,
como,
p. ex.: “o(s)”, “a(s)”, “de”, “por”,
“que”,
“se”, “porque”.
As
letras
que
representam
vogais
sem
acento
gráfico
nas
palavras
derivadas
ou
compostas
por
aglutinação,
quando
na
primitiva
tinham o
acento
mais
forte
passam a
ser
lidas
com
acento
de
intensidade
secundário,
como
em
“cafezinho”, “radiografia”,
“bombeiro”.
D3.4.2: Descodificação das
letras
“e” e “o” na metafonia
verbal
A
aplicação
de
conhecimentos
morfossintáticos permite,
por
exemplo,
a
utilização
das
regras
de metafonia
verbal,
internalizadas
precocemente
no
processo
de
aquisição
da
linguagem.
Sendo
assim,
identificado “gosto”
como
verbo,
na
cadeia
“eu
gosto”,
o “o” será lido
com
o
valor
de /¿/,
em
virtude
da
harmonia
vocálica
entre
a
vogal
do
radical
/o/,
com
a
vogal
temática
subjacente
da 1ª
conjugação
/a/. A sistematização
abaixo
permite
atribuir
os
valores
de [+bx]
ou
[-bx] às
letras
“e” e “o”, a
partir
da
derivação
verbal
do
sistema
do
presente,
que
é
onde
se aplica a metafonia
verbal.
D3.4.2.1:
Sistema
do
presente
O
sistema do
presente é constituído do
pres. do ind., (menos
a 1a.e 2a. pess. pl.,
formas
arrizotônicas,
que derivam do
infinitivo),
do pres. do subj. e dos
imperativos
(menos
a 2a. pess. pl. do imperat.
afirmativo.).
É
importante
fazer a
distinção
entre
formas
rizotônicas e arrizotônicas,
no
sistema
verbal.
São
rizotônicas todas as
pessoas
do
singular
e a 3ª do
plural
do
sistema
do
presente,
ou seja,
aquelas
em
que o
acento de
intensidade
recai
sobre a
última
vogal do
radical
como
em “eu
levo”, “tu
escreves”, “ele
refere”, “eles
levam”,
conforme a
tabela
abaixo.
São
arrizotônicas, todas as
formas
verbais
em
que o
acento de
intensidade
recai
sobre a
vogal
temática
ou
sobre a
vogal dos
morfemas
que a sucedem
como “nós
cantamos”, “eu
cantarei”.
TABELA
3. Descodificação das
formas
rizotônicas do
sistema
verbal
______________________________________________________________________
1ª
conjugação
2ª
conjugação
3ª
conjugação
VT /-a-/ [+bx]
/-e-/ [-alt, -bx] /-i-/
[+alt]
______________________________________________________________________
Pres. ind. VT
/-a-/
~ /ã/ /e/
~ /i/ ~ /e)/
/i/ ~ /e)/
sing.
1ª
Harmonia
vocálica
“levo”à
/Èl«vu/
“movo”à/
Èmovu/
“firo”à
/Èfiru/
Regra
morfológica: [+bx]
2ª
“levas”à
/‘l«vaS/
“moves”à/‘mviS/
“feres”àÈf«riS/
3ª
“leva”à
/Èl«va/
“move”à
/Èmvi/
“fere”à
/Èf«ri/
pl.
3ª
“levam”à
/Èl«vãw/
“movem”
à
/Èmve~j/
“ferem”
à /Èf«re~j/
Derivação
da 1a. pess. sing. , do pres. ind.:
Pres. subj., imperat. neg. (todo)
e afirmat. (menos
as 2ªs pess. )
Morfema
modo/temporal
/e/
~ /i/ ~ /e)/
/-a-/ ~ /ã/ /-a-/
~ /ã/
Sing.
1ª
“leve”à
/Èl«vi/
“mova”à/
Èmova/
“fira”à
/Èfira/
2ª
“leves”à
/‘l«viS/
“movas”à/‘movaS/
“firas”à
/‘firaS/
3ª
“leve”à
/Èl«vi/
“mova”à/Èmova/
“fira”à
/Èfira/
pl.
3ª
“levem”à
/Èl«
ve~j
/ “movam”à/Èmovãw/
“firam”à
/Èfirãw/
Derivação
da 2a. pess. sing. , do pres. ind.:
2ª pess. sing. do imperat. afirmat.
menos
/S/ (morfema
modo/temporal
=
zero)
“leva”à
/Èl«va/
“move”à
/Èmvi/
“fere”à
/Èf«ri/
______________________________________________________________________
Observe
que a
vogal
temática, na 1ª
pessoa do
singular do
presente do
indicativo,
foi assimilada na
superfície
pela
desinência de
pessoa e
número,
mas continua
tendo
seus
efeitos
sobre a
última
vogal do
radical,
que recebe o
acento de
intensidade
em todas as
pessoas do
singular e
terceira do
plural, as
formas
rizotônicas..
Sendo
assim, se o
radical
contiver, no
infinitivo,
como
última
vogal uma
[-alt, -bx],
isto é, /e/
ou /o/,
redundará na 1ª pess. sing. na
aplicação da
harmonia
vocálica: na 1ª
conjug. tornam-se [+bx],
ou seja, /«/
ou /¿/,
salvo se
depois delas
ocorrer uma
consoante
[+nas], /m/, /n/, /µ/,
como
em “eu
tomo”, “eu
abono”, “eu
empenho”; na 2ª
conjug., as
vogais /e/
ou /o/ do
radical
permanecem idênticas e na 3a conjug. assimilam o
traço [+alt],
ou seja,
tornam-se /i/
ou /u/ (vide
exemplos, na
Tabela 3).
Antes de uma
consoante
[-ant, +cor],
isto é, /§/
ou /½/
(contexto
produtivo
apenas na 1ª
conjug.), a
harmonia
vocálica
dependerá do
radical
nominal do
qual o
radical
verbal é
cognato,
isto é, se o
radical
nominal
contiver uma
vogal [+bx],
ou seja, /«/
ou /¿/,
ou [- alt,
-bx],
isto é, /e/
ou /o/,
ela se mantém
na 1ª pess. sing. do pres. do ind. e
seus
derivados,
como
em “eu
flecho”
à /ew
Èfl«§u/
e “eu
arrocho”
à
/ew aÈRo§u/.
Nos
verbos da 1ª
conjug.,
antes de uma
consoante
[-ant, +lat],
isto é, /ñ/,
não aplica a
harmonia
vocálica,
segundo a
norma de
prestígio,
como
em “eu
espelho”
à
/ew iSÈpeñu/,
embora a
tendência
atual, na
fala
coloquial,
seja na
direção da
aplicação da
regra
geral,
baixando a
vogal.
Na
segunda
pessoa do
singular e
terceiras
pessoas,
reaparece a
vogal
temática
átona e aplica
uma
regra
morfológica:
em todas as
conjugações as
vogais [-alt,
-bx],
isto é, /e/
ou /o/, na
última
sílaba do
radical, se
tornam [+bx] (consultem-se os
exemplos na
Tabela 3),
salvo se
elas forem
nasalizadas
ou ocorrerem
antes de
consoante
nasal /m/, /n/
ou /ø/,
como
em “tu
empenhas”, “ele
come”, “eles
fremem”,
embora na 3a.
conjug. sejam raras as
ocorrências,
sendo
alguns
verbos
defectivos.
Aplica-se a
outra
restrição
já examinada
em
relação à 1a.
pess. sing. (contexto
com a
consoante
[-ant, +cor],
isto é, /§/
ou /½/,
produtivo
apenas na 1ª
conjug.). Observe
que, na
terceira
pessoa do
plural, a
letra “m”
marca a
desinência e a
nasalização da
vogal
temática:
ambas passam a
ser
lidas
como
um
ditongo
nasalizado. A
letra “e”
assinala na 2ª e 3ª pess. sing. a neutralização da
vogal
temática
átona, na
maioria das
variedades
sociolingüísticas, na 2ª e 3ª
conjugações,
lendo-se,
então,
como /i/
átono.
Como o pres.
do subj.
bem
como o
imperat. (exceto as
2ªs pess. do
imperativo
afirmativo) derivam da 1a.
pess. do sing. do pres. do ind. e a 2a. pess. do sing. do imp.
afirmat.
deriva da 2a.
pess. do sing. do pres. do ind., preservam os
efeitos
acima
descritos.
Princípios
aplicados à
escrita
Em
primeiro
lugar,
deveremos
partir
do pressuposto de
que
escrever
é
mais
complexo
do
que
ler,
conforme
verificaremos nesta
abordagem.
Partamos do
primeiro
momento
em
que
o
redator,
movido
por
intenções
pragmáticas
quaisquer, se resolva a
escrever,
selecionando
esquemas
mentais
e
registros
lingüísticos
adequados a
seus
propósitos:
há uma
fase
de
planejamento
que
precede a
linearização
lingüística,
com
inserção
de
itens
lexicais
nas
casas
dos
constituintes
e
respectivos
comandos
manuais,
dependendo do
suporte
empregado
para
escrever.
Apesar
de
estar
se monitorando pari passu, o
bom
redator
não
encerra
o
seu
trabalho
sem
uma
revisão.
Neste
momento,
nos
deteremos
mais
minuciosamente
nos
princípios
que
comandam a
escolha
dos grafemas, realizados
por
uma
ou
mais
letras,
depois
de
selecionada
a
inserção
do
item
lexical
na
frase.
Trata-se,
aqui,
de
um
processo
inverso ao examinado
anteriormente,
uma
vez
que
a
realização
dos
fonemas
deve
ser
convertida
em
grafemas,
ou
seja, devem
ser
codificados (C). É
necessário,
porém,
enfatizar,
que
o
processo
de
conversão
se dá a
partir
da
variedade
sociolingüística internalizada
durante
a
aquisição.
Sendo
assim,
a
formalização
que
damos a
seguir,
por
razões
de
economia
da
notação,
foi
feita
com
base
numa das
possíveis
sistematizações da
fonologia
do
português.
APLICAÇÃO:
Convém
reiterar
ao
professor
que
não
consideramos a
codificação
nem
o
único
processo,
nem
o
mais
importante
da
escrita.
A
especificação
nesta
obra
decorre de uma
necessidade
de aprofundamento da
matéria,
com
vistas
a
fundamentar
o
magistério
para
posterior
planejamento
de
suas
atividades
didáticas.
O
professor
deverá
estar
atento,
ainda,
à
variedade
de
seu
aluno,
particularmente
no
que
diz
respeito
à
morfologia
verbal:
a
distância
entre
o
oral
e o
escrito
será muitas
vezes
muito
grande,
cabendo
explicações
específicas, uma
vez
que
a
regra
não
detalha todas as
realizações
possíveis.
Lembre
que,
embora
o
sistema
escrito
seja
um
só
para
todo
o
território
brasileiro,
a
diversidade
impera na
fala.
C1:
Regras
independentes
do
contexto
Estão
aqui
implícitas as
variantes
alofônicas determinadas
pelo
contexto
fonético,
não
percebidas
conscientemente
pelo
redator:
/p/
à
“p”, /b/
à
“b”, /t/
à
“t”, /d/
à
“d”, /f/
à
“f”, /v/
à
“v”, /m/
à
“m”, /n/
à
“n”, /µ/à
“nh”, /ñ/à
“lh”. Exs.: /Èpatu/
à
“pato”;
/Èboña/
à
“bolha”;
/Èdona/
à
“dona”;
/Èfavu/
à
“favo”;
/Èmiµa/
à
“minha”.
Ditongos
abertos:
/«j/
“éi”
/¿j/
à
“ói”
Exs.:
/iÈd«j
a / à
“idéia”;
/d¿j/
à
“dói”.
C2:
Regras
dependentes
só
do
contexto
fonético
C2.4:
Fonema
/s/
/V
[+post]/
“s”
# __ /
V~~~
/SV
/s/
à
“c” / /j/+__ /V [-post]/
/
V~~~
“ç” /j/+__
/V [+post]/
/
Pela
regra
C2.4, a
realização
do
fonema
/s/
em
início
de
vocábulo,
seguido de uma
vogal
posterior,
oral
ou
nasalizada,
ou
seja, /u/, /o/, /¿/,
/a/, /u~/,
/õ/, /ã/ se transcreve “s”,
conforme
os exs. /Èsubu/
à
“subo”, /Èsoma/
à
“soma”,
/Ès¿la/
à
“sola”,
/Èsala/
à
“sala”,
/Èsu~ga/
à
“sunga”,
/Èsõsu/
à
“sonso”,
/Èsãta/
à
“santa”;
o
hiato
que
começa
com
a
vogal
átona
[+post, +alta]
pode
ser
pronunciado
como
ditongo
crescente:
neste
caso,
a
regra
também
contempla
este
contexto:
/suÈavi/
~ /Èswavi/
à
“suave”.
Se a
realização
do
fonema
/s/
figurar
em
início
de
sílaba
entre
a
semivogal
/j/ e uma
vogal
não
posterior,
isto
é, /i/, /e/, /«/,
/i~/,
/e~/,
se grafa “c”,
conforme
/Èfojsi/
à
“foice”,
/kõjÈsidi/
à
“coincide”, /kojÈseju/
à
“coiceio”, /deSÈbejse~j/
à
“desbeicem”;
caso
a
realização
do
fonema
/s/
figurar
em
início
de
sílaba
entre
a
semivogal
/j/ e uma
vogal
posterior,
com
exceção
de /¿/,
que
não
ocorre neste
contexto,
isto
é, /u/, /o/, /a/, /õ/, /ã/, se grafa “ç”
como
em
/Èojsu/
à
“oiço”, /deSbejÈsow/
à
“desbeiçou”, /li~Ègwisa/
à
“lingüiça”,
/fejÈsãw/
à
“feição”,
/feiÈsõjs/
à
“feições”
.
Forma
marcada: /giÈnejsi/
à
“gneisse”.
VOGAIS
Pré-requisito:
o
acento
de
intensidade
poderá
ser
grafado
com
acento
agudo
ou
circunflexo,
obedecendo a condicionamentos,
conforme
se verificará
nos
exemplos
das respectivas
regras.
Conforme
já
explicado, o
critério
foi o de
contemplar
o
mínimo
de
vocábulos,
de
acordo
com
a
freqüência
e/ou,
obviamente,
quando
não
têm
intensidade,
portanto,
os
vocábulos
terminados pelas
letras
“e”, “o” e “a”
seguidas
ou
não
de “s” e os
vocábulos
átonos
(clíticos)
não
recebem
acento
gráfico.
ALTERNATIVAS
COMPETITIVAS
C3
Alternativas
competitivas
Quando
houver
alternativas
competitivas
para
o
mesmo
contexto
fonético,
é
necessário
selecionar
no
léxico
mental
ortográfico o
item
que
emparelhe
semântica
e morfossintaticamente
com
a
forma
fonológica.
Na
atualidade,
as
alternativas
competitivas constituem a
grande
dificuldade
ortográfica,
pois
o
corretor
nos
programas
de
computador
não
só
não
assinala o
erro,
uma
vez
que
as
grafias
são
possíveis,
quanto
não
pode
resolver
as
dúvidas,
se as
palavras
pertencerem à
mesma
classe
sintática.
Alguns
corretores
já
são
programados
para
resolver
a
incompatibilidade
entre
a
grafia
e o
contexto
gramatical,
como,
p. ex., a
ambigüidade
dos
homófonos
“trás”,
conforme
“por
trás
de” e o
verbo
“traz”. No
entanto,
quando
a
diferença
for unicamente
semântica,
são
necessários
conhecimentos
metalingüísticos
sobre
o
significado,
como
é o
caso,
p. ex.,
entre
“emigrante”
e “imigrante”.
Veremos, no
entanto,
que
as
dúvidas
ficam
bastante
reduzidas,
bem
como
a
necessidade
de
sobrecarregar
a
memória
do
léxico
ortográfico,
com
o
ensino
inteligente
da
morfologia,
particularmente
no
que
se refere à
derivação,
conforme
veremos no
item
C5.
C3.3.1
Fonema
/s/
em
início
de
vocábulo
“s” /V/
/V~/
[-post]
/s/
à
“c”
/# __
/SV/
A
realização
do
fonema
/s/
em
início
de
vocábulo
antes
de
vogal
oral
ou
nasalizada
não
posterior,
ou
seja, /i/, /e/, /«/,
/i~/,
/e~/,
ou
antes
da
semivogal
/j/
pode se
reescrever
ou
com
o grafema “s”
ou
“c”.
Exs. de C3.3.1: /Èsigla/
à “sigla”
e /Èsiklu/
à “ciclo”,
/ÈseSta/
à
“sexta”
e “cesta”,
/Ès«di/
à
“sede”
e /Èeli
Ès«di/
à
“ele
cede”, /Èew
Èsi~tu/
à
“eu
sinto” e /Èsi~tu/
à
“cinto”,
/Èew
Èse~tu/
à
“eu
sento” e /Èse~tu/
à
“cento”,
/sjaÈmeS/à
“siamês”
e /Èsjanu/
~ /Èsianu/
à
“ciano”.
C3.3.7
Fonema
/s/
em
início
de
sílaba,
depois
dos arquifonemas�
R e W
antes
de
vogal
[+post]
“s”
R
�
/
V/
/s/
à
“ç”
/
W +__
/V~/[-alt],
[+bx]~
[+post]
Pela
regra
C3.3.7, a
realização do
fonema /s/
em
início de
sílaba,
entre os
arquifonemas�
R �
ou
�
W
�
e
vogal
oral
posterior
ou
nasalizada
posterior
que
não
a [+alt],
isto
é, /u/, /o/, /o~/,
/¿/,
/a/ e /ã/, pode se
reescrever
tanto
por
“s”
quanto
por
“ç’.
Exs. da
regra
3.3.7: /uRsu/
à
“urso”
e
/ÈtoRsu/
à
“torço”; /veRÈsow/
à
“versou” e /foRÈsow/
à
“forçou”; /peRÈs¿wvi/
à
“persolve” e /teRÈs¿w/
à
“terçol”;
/ÈfaRsa/
à
“farsa”
e /ÈtoRsa/
à
“torça”; /veRÈsõjS/
à
“versões”
e /toRÈsõjS/
à
“torções”;
/Èv«Rsãw/
à
“versam” e /Èf¿Rsãw/
à
“forçam”; /ÈvaWsu/
à
“valso” e /ÈkaWsu/
à
“calço”;
/vaWÈsow/
à
“valsou”
e
/kaWÈsow/
à
“calçou”; /kõpuÈs¿rja/
~ /kõpuÈs¿ria/
à
“compulsória”e
/kaWÈs¿la/
à
“calçola”; /vaWsa/
à
“valsa”
e /ÈkaWsa/
à
“calça”;
/boWÈsõjS/
à
“bolsões”
e /kaWÈsõjS/
à
“calções”;
/vaWsãw/
à
“valsam” e /ÈkaWsãw/à
“calçam.
C4
Dependentes
da morfossintaxe e do
contexto
fonético
C4.1
Paroxítonos
terminados
em
/ãw/:
/ÈV/
à
“væ”
/ [/È(C2)__(C)
+ C2ãw/
()
#, -verbo]
“v@”
/ãw/
à
“ão” /
[ /È(C2)V(C)
+ C2__/()
#
-verbo]
“am” [/È(C2)V(C)
+ C2__/
+verbo]
Pela
regra
C4.1, os
vocábulos
paroxítonos
que
não
forem
verbos
(raros),
se terminados
em
/ãw/, seguido
ou
não
pelo
arquifonema S �
recebem
acento
circunflexo,
como
em
/Èbensãw/
à
“bênção”,
ou
acento
agudo,
como
em
/È¿Rfãw/
à
“órfão”.
Os
verbos
são
grafados
sempre
com
“am”, o
que
ocorre nas 3ªs
pessoas
do
plural.
Os
monossílabos
tônicos
ou
oxítonos
terminados
pelo
ditongo
/ãw/,
quer
verbos
ou
não,
grafam-se
com
“ão”,
conforme
a
regra
C2.16.1.
C4.9
Mudança
de
vocábulo
átono
para
tônico
C4.9.1
Em
virtude
de
derivação
por
conversão
ou
imprópria
Em
virtude
do
fato
de
que
todo
o
substantivo,
por
princípio,
é
um
vocábulo
fonológico
na
língua
portuguesa e,
portanto,
possui uma
sílaba
de
intensidade
mais
forte,
quando
um
vocábulo
átono
for substantivado (em
geral,
usado no
discurso
metalingüístico,
isto
é,
quando
se
fala
sobre
a
língua),
transforma-se
em
vocábulo
com
acento
de
intensidade,
havendo,
portanto,
uma alteração na
prosódia
do
vocábulo:
submete-se,
então,
às
regras
de acentuação
gráfica
já
examinadas. Os
processos
de
derivação
por
conversão
são
morfossintáticos. No
caso,
utiliza-se,
em
geral,
a
determinação
e o
artigo
definido
ou
indefinido,
ou
outro
determinante,
que
substantivam o
vocábulo,
passando a
assumir
quaisquer das
funções
sintáticas do
substantivo,
como
nos
exs. a
seguir:
“O
quê
pode
ser
pronome
relativo,
conjunção
integrante,
explicativa
ou
integrar
outras
locuções
conjuncionais,
pronome
interrogativo,
preposição
e
até
substantivo!”;
“Tinha
um
certo
quê
no
olhar.”
C4.9.2
Em
virtude
de
deslocamento
para
o
final
do
enunciado
A
posição
do
vocábulo
átono
(clítico) no
português
é a proclítica,
isto
é,
antes
do
vocábulo
com
intensidade,
do
qual
é
dependente
fonologicamente,
com
exceção
dos
pronomes
oblíquos
átonos
que
podem
ocupar
a
posição
enclítica
e mesoclítica. Sendo
assim,
quando
o clítico é deslocado
para
o
final
do
enunciado,
passa
a
não
dispor
de
vocábulo
seguinte
com
intensidade
onde
se
apoiar.
De
átono,
passa
a
vocábulo
com
intensidade,
sujeito
às
regras
de acentuação
gráfica
,
conforme
o ex. a
seguir:
“Queres
me
dizer
por
quê?”
C5.1
Derivação
morfológica aplicada à
codificação
no
sistema
verbal
C5.1.1
Estrutura
do
verbo
no
português
Conforme a
lição de J.
Mattoso
Câmara Jr., é a
seguinte a
estrutura do
verbo no
português: R + VT + SMT +
SPN
em
que R é o
radical, VT, a
vogal
temática, SMT,
sufixo
ou
desinência
modo-temporal e SPN é o
sufixo
ou
desinência de
pessoa e
número. P.
ex.,
em /leÈvavaS/
à “levavas”, temos:
/le‘v-/ =
radical
/-a-/ =
vogal
temática da 1ª
conjugação
/-va-/ =
sufixo
ou
desinência do
pretérito
imperfeito do
indicativo
/-S/ =
sufixo
ou
desinência de
2ª
pessoa do
singular
C5.1.1.1
Temas
das
formas
primitivas,
tempos
derivados e
respectivos
morfemas
modo-temporais
As
formas
primitivas apresentam
desinência
modo-temporal
zero,
com
exceção do
infinitivo,
cuja
desinência é
/-R/
à “r” e da 3a.
pess. pl. do pret. perf. do ind.. A
peculiaridade
da
desinência de
pessoa e
número acaba
acumulando
funcionalmente
a
marca
modo-temporal,
como é o
caso, p. ex.,
das 1as.
pessoas do
singular no
presente e
pretérito
perfeito do
indicativo,
respectivamente
/-u/
à “o” e /-j/
à “i” e da 3a
. pess. sing. do pret. perf. do ind.
C5.1.2
Sistema
do
presente
O
sistema do
presente
já foi
exaustivamente
analisado na descodificação, no
item
D3.4.2.1.
TABELA
5.
Codificação
no
sistema
do
presente
1ª
conjugação
2ª
conjugação
3ª
conjugação
VT /-a-/
[+bx] /-e-/ [-alt,-bx] /-i-/ [+alt]
____________________________________________________________________
Pres. ind. VT /-a-/ ~
/ã/ /-e-/ ~ /i/ ~ /e)/
/i/ ~ /e)/
Morfema
modo/temporal:
0
sing.
1ª
Harmonia
vocálica
/Èl«vu/à“levo”
/Èbebu/à“bebo”
/Èfiru/à“firo”
Regra
morfológica:[+bx]
2ª
/Èl«vaS/à“levas”
/Èb«biS/à“bebes”
/Èf«riS/à
“feres”
3ª
/Èl«va/à“leva”
/Èb«bi/à“bebe”
/Èf«ri/à
“fere”
pl.
3ª
/Èl«vãw/à“levam”
/Èb«be~j/à“bebem”
/Èf«re~j/à“ferem”
Derivação
da 1a. pess. sing. do pres. ind.:
Pres. subj., imperat. neg. (todo)
e afirmat. (menos
as 2as. pess.)
Morfema
modo/temporal
/-e-/ ~ /i/ ~ /e)/
/-a-/ ~ /ã/ /-a-/ ~ /ã/
Sing.
1a. /Èl«vi/à“leve”
/Èbeba/à“beba”
Èfira/à“fira”
2a.
/Èl«viS/à“leves”
/ÈbebaS/à“bebas”
ÈfiraS/à“firas”
3a.
/Èl«vi/à“leve”
/Èbeba/à“beba”
Èfira/à“fira”
pl.
3a.
/Èl«ve)j/à“levem”
/Èbebãw/à“bebam”
/Èfirãw/à“firam”
Derivação
da 2a. pess. sing., do pres. ind.:
2a. pess. sing. do imperat. afirm.,
menos
/S/ (morfema
modo/temporal:
0)
/Èl«va/à“leva”
/Èb«bi/à“bebe”
/Èf«ri/à
“fere”
_________________________________________________________________
A aprendizagem desta
regra resolve
uma
parte
considerável
da
grafia da
realização dos
fonemas /e/, /«/
pelo
mesmo grafema
“e” e /o/, /¿/,
pelo
mesmo grafema
“o”,
bem
como a
respectiva
descodificação dos grafemas “e” e “o” na
leitura.
C5.1.2
Sistema
do
Infinitivo:
todas as
formas
são
arrizotônicas
TABELA
6.
Codificação
do
sistema do
infinitivo
___________________________________________________________________
1ª conjugaçã 2ª
conjugação
3ª
conjugação
VT
/-a-/ [+bx] /-e-/ [-alt,-bx]
/-i-/ [+alt]
___________________________________________________________________
Pres. ind.
Morfema
modo-temporal: 0
pl.
1a. /leÈvamuS/à“levamos”/beÈbemuS/à“bebemus”
/feÈrimuS/à“ferimos”
2a. /leÈvejS/à“leveis”
/beÈbejS/à“bebeis”
/feÈriS/à“feris”
Imp.afirm.
Morfema
modo-temporal: 0
pl.
2a.
/leÈvaj/à“levai”
/beÈbej/à“bebei”
/feÈri/à“feri”
Pret.imp. ind.
Morfema
modo-temporal: /-va-/à“va”
/-ia-/à
“ia” /-ia-/à
“ia”
Exs.: /leÈvava/à“levava”
/beÈbiaS/à“bebias”
/feÈriãw/à
“feriam”
Fut.do pres.
Morfema
modo-temporal:
/-Èra-/à“ra”
~ /-Ère-/à“re”
~/-Èrã-/à
“rã”,
para as 3 conjugs.
Fut. do pret.:
Morfema
modo-temporal:
/-Èria/à
“ria” ~
/-Èriã/à
“ria”
para as 3 conjugs.
Exs.: /levaÈria/à
“levaria” /bebeÈriejS/à“beberíeis”
/feriÈriãw/à
“feririam”.
Formas
Nominais
Inf. pess.
Morfema
modo-temporal: /-r-/à
“r”
para as 3 conjugs.
Exs.: /leÈvaR/à“levar”
/beÈberiS/à“beberes”
/feÈrire~j
/à“ferirem”
Gerúndio
Morfema
modo-temporal: /du/
à
“ndo”,
para as 3 conjugs.. A
vogal
temática
nasaliza.
/leÈvãdu/à
“levando” /beÈbe~du/à“bebendo”
/feÈri~du/à“ferindo”
___________________________________________________________________
Observe as
seguintes
variantes
alomórficas no
sistema do
infinitivo:
1)
No pres. do ind., na 2ª pess. pl. (em
desuso), a
vogal
átona da
desinência
modo-temporal [+bx, +post,-arr] /a/ torna-se [-bx, -post],
antes da
semivogal /j/,
isto é, /a/
à
/e/
/__/jS/,
como
em /beÈbiejS/à“bebíeis”,
/kãÈtavejS/à
“cantáveis”.
2)No pret. imperf. do ind. a
desinência
modo-temporal da 1a. conjug. apresenta os
seguintes
alomorfes foneticamente condicionados:
/-va-/à“va”~
/-ve-//__/-jS/à
“ve”~ /-vã-/
/__/-w/à
“va”,
ou seja, a
desinência
modo-temporal /-va-/à“va”
apresenta a
variante /-ve-/,
quando
seguida da
desinência de
pessoa e
número da 2ª
pess. pl. /-j(S)/à
“is” e /-vã-/
à “va”, se for
a
semivogal
nasalizada /-w/
à
“m”,
que assinala a
3ª pess. pl. Exs.: /leÈvava/à
“levava”, /leÈvavejS/
à
“leváveis”, /leÈvavãw/à“levavam”.
Na 2ª
e 3ª conjs.: /-ia-/à
“ia” ~ /-ie-/à
“ie”/__ /-jS/à
~ /-iã-/à”ia”/__/-w/.
Na 2ª conjug., a
vogal
temática é
assimilada
pelo /i/ da
desinência
modo-temporal; na 3ª conjug. ocorre a
crase da
vogal
temática /i/
com o /i/ da
desinência
modo-temporal.
Exs.: /beÈbiaS/à“bebias”,
/feÈria/à
“feria”, beÈbiejS
/
à“bebíeis”, /feÈriãw/à
“feriam” .3) No fut. do pres. ocorrem os
seguintes
alomorfes,
para as
três conjug.:
/-Èra-/à“ra”~
/-Ère-/à“re”
/__ /-j(S)/
ou /__+/-m/
~/-Èrã-/à
“rã”//__w/,
ou seja, a
desinência
modo-temporal /-ra-/à
“ra” apresenta a
variante /-re-/à
“re”,
quando
seguida da
desinência de
pess. e
número de 1ª
pess. do sing. /-j/, da 2a. pess. do pl. /-jS/
ou da
consoante /-m/
que inicia a
sílaba da 1ª
pess. do pl. e a
variante /-Èrã-/à
“rã”
quando
seguida
da
semivogal
nasalizada /-w/,
com
ela
formando o
ditongo
nasalizado
que
se grafa “ão”. Exs. :/levaÈrej/à
“levarei”, /bebeÈraS/à“beberás”,
/feriÈrãw/à
“ferirão”, /levaÈremuS/à
“levaremos”, /bebeÈrejS/
à“bebereis”.
4) No fut.do pret., ocorrem os
seguintes
alomorfes,
para as
três conjug.:
/-Èria/à
“ria” ~
/-Èrie/à
“rie” /
/__jS/ ~ /-Èriã-/à
“ria”
/ /__w/,
ou seja, a
desinência
modo-temporal /-Èria-/à“ria”
apresenta a
variante /-Èrie-/à
“rie”,
quando
seguida da
desinência de
pess. e
número de 2ª
pess. do pl. /-jS/ e /-Èriã-/à
“ria”,
quando
seguida da
desinência de
3a. pess. pl. /w/
à
“m”. Exs.:/levaÈria/à
“levaria”, /bebeÈriejS/à“beberíeis”,
/feriÈriãw/à
“feririam”.
5) No
infinitivo
pessoal, se
observam as
seguintes
variantes:
/-r-/à
“r” ~ /-ri-/à
“re” //
+__/
~ /-rẽ~-/
à
“re” /__j/#
para as 3 conjs.)
Exs.:/leÈvaR/à“levar”,
/beÈberiS/à“beberes”,
/feÈrire~j
/à“ferirem”.
6)O
morfema do
gerúndio vem
precedido da
vogal
temática
nasalizada: /du/
à “ndo”
//V~__/.
Exs.:/leÈvãdu/à
“levando” /beÈbe~du/à“bebendo”,
/feÈri~du/à“ferindo”.
C5.1.3
Sistema
do
perfeito
Observe
que
nos
verbos
regulares o
tema do
perfeito é
idêntico ao do
infinitivo e,
com alterações
apenas na 1a.
e 3a. pess. sing. do pret. perf. do de
alguns
verbos,
toda
a
derivação
é
regular,
mesmo
nos
verbos
mais
irregulares.
TABELA
7.
Codificação
do
sistema do
perfeito
____________________________________________________________________
1ª
conjugação
2ª
conjugação
3ª
conjugação
VT /-a-/ [+bx]
/-e-/ [-alt,-bx] /-i-/ [+alt]
____________________________________________________________________
Os
morfemas
modo-temporais
são os
mesmos
para as
três
conjugações.
Modo/Tempo
Morfema
modo-temporal
Indicativo
Pret. perf. 0
Exs.: /leÈvaSti/à“levaste”
/beÈbemuS/à
“bebemos” /feÈriw/à
“feriu”
Pret. m.q.-perf. /-ra-/à“ra”~
/-re///__jS/à“re”~/-rã-/à“ra”/
/__w/
Exs.: /leÈvara/à
“levara” /beÈberejS/à
“bebêreis” /feÈrirãw/à
“feriram”
Subjuntivo
Pret. imperf.
/-si-/à
“sse” ~ /-se/ //__jS/à“sse”
~/se)//+__/j/#
à
“sse”
Exs.: /leÈvasi/à“levasse”
/beÈbesejS/à“bebêsseis”
/feÈrisi/à
“ferisse”
Fut.
/-r-/
à
“r” ~ /-ri-//
+__
/ S/ ~ /-re~-/
/+__/j/#
à
“re”
Exs.
: /leÈvaR/à
“levar”
/beÈberiS/à“beberes”
/feÈrirej~/
à “ferirem”
____________________________________________________________________
Observe os alomorfes
abaixo no
sistema do
perfeito:
1) No pret. perf. a
vogal
temática /a/
anterioriza
antes da
semivogal /j/
da 1ª pess. sing. e arredonda
antes da
semivogal /w/,
da 3ª pess. sing.,
isto é, /a/
à
/e/ / /__j/
e /a/
à
/o/ / /__w/,
cf. os exs. /leÈvej/à
“levei”, /leÈvow/à
“levou”.
A
maioria das
gramáticas no
tópico da
derivação
verbal dá a 3a.
pess. do pl.
como a
forma
primitiva.
Preferimos a 2a. pess. do sing.
porque a 3a.
pess. do pl. acusa
excepcionalmente
o
morfema
/-rã-/, descaracterizando a
forma
como
primitiva. A 3a.
pess. do sing.,
forma
mais usada do
que a 2a.,
apresenta alomorfias no
tema,
como é o
caso da 1a.
conj.,
em
que a
vogal
temática /a/
se transforma
em /o/,
por
influência da
desinência de
pessoa /w/,
enquanto na 2a.
e 3a.
conjugações,
ocorre
assimilação.
2) No m.q.-perf., a
desinência
/-ra-/ apresenta a
variante /-re-/
antes da
semivogal /j/
da
desinência de
2ª pess. pl. /-jS/ e /rã/
antes da
semivogal /w/
nasalizada da 3ª pess. pl., grafada
como “m”.
3) A
desinência
/-si-/ de pret.imperf. do subj. apresenta a
variante
/-se-/,
ou
seja, uma
dissimilação,
antes
da
semivogal
/j/, da
desinência
de 2a pess.pl. /jS/.
4) No
fut.
simples
do subj., a
desinência
/-r-/, apresenta as
variantes
/-ri-/
em
início de
sílaba
antes da
desinência de
2ª pess. sing. /S/ e /-re~-/
em
início de
sílaba,
antes da
semivogal
nasalizada /j/, formando
com
ela
um
ditongo
nasalizado,
conforme os
exs.: /leÈvaR/à
“levar”,
/beÈberiS/à“beberes”,
/feÈrirej~/
à “ferirem”.
C5.1.4
Sistema
do
Particípio
TABELA
8.
Codificação
do
sistema do
particípio
____________________________________________________________________
1ª conjugaçã 2ª
conjugação
3ª
conjugação
VT
/-a-/ [+bx] /-i-/ [+alt] /-i-/
[+alt]
____________________________________________________________________
Observe-se a neutralização da
oposição da
vogal
temática na 2ª
e 3ª conjugs.,
em
favor de /i/.
Morfema
modo-temporal: /-d- ~ -t- ~ -z-/
à “d” ~“t” ~ “s”
Derivação:
não tem
Exs.: /leÈvadu/à
“levado”
/beÈbidu/à“bebido”
/feÈridu/à
“ferido”
/ÈpoStu/à
“posto”,
/Èprezu/
à “preso”.
____________________________________________________________________
C5.1.5
Codificação
das
desinências
de
pessoa e
número
Analisaremos
primeiro a
codificação
das
desinências de
pessoa e
número no
singular.
TABELA
9.
Codificação
das
desinências de
pessoa e
número no
singular
____________________________________________________________________
Péss.
Sing 1a
2a 3ª
____________________________________________________________________
0 /-S/à
“s” 0
Exs.: /leÈvava/à“levava”
/beÈbera/à
“bebera” /feÈrisi/à
“ferisse”
Exceções
Ind.
Pres.
/-u/
à
“o”
Ex.: /Èl«vu/
à
“levo”
/-Èow
~ -Èo/
à
“ou”
Exs.:
/Èdow/
~/Èdo/à
“dou”
/iSÈtow/
/iSÈto/à
“estou”
Pret. perf.
/-j/
à
“i”
/-Sti/
à
“ste” /-w/
à
“u”
Exs.:
/leÈvej/
à
“levei” /feÈriSti/à
“feriste”
/leÈvow/
à
“levou”
Fut. do pres.
“ “
Ex.:
/bebeÈrej/
à
“beberei”
Imp. afirm.
0
Ex.
/Èb«bi/à“bebe”
____________________________________________________________________
Examinaremos a
seguir
alguns
processos
morfofonêmicos relacionados às
desinências de
pessoa/número
no
singular e
suas
repercussões
funcionais.
1)A
peculiaridade
das
desinências
/-u/
à
“o” ~ /-Èow
~ -Èo/
à
“ou”
e /-j/
à
“i” exclusivas,
respectivamente,
do
presente
e do pret. perf. do
indicativo,
que
são
tempos
primitivos,
acaba assinalando
funcionalmente
tais
tempos.
No fut. do pres. do ind. o
/-j/
à
“i”,
funcionalmente
,
somente
marca
a 1a. pess. sing.,
pois
este
tempo
e
modo
já
vêm marcados
por
morfema
específico.
Exs.:/
Èl«vu/
à“levo”,
/leÈvej/
à
“levei” e /bebeÈrej/
à
“beberei”.
2) A
desinência de
1a. pess. sing. /-j/ (semivogal)
afeta a
vogal
temática
/a/ da 1ª conjug. e o /a/ da
desinência
modo-temporal do fut. do pres. transformando-os
em [-alt,
-bx],
isto é,
/-e-/
à
“e”,
como
em
/leÈvej/
à
“levei” e /bebeÈrej/
à
“beberei”. Na 2ª e 3a. conjugs, as
vogais
temáticas
/-e-/ e /i/
são
assimiladas
pela
desinência
/-j/
que
se transforma
em
vogal
/-i/
à
“i”,
como
em
/beÈbe-/
+ /-j/à
/beÈbi/à
“bebi” e /feÈri-/
+ /-j/
à /feÈri/
à “feri”.
3)
A
peculiaridade
da
desinência,
/-Sti/
à
“ste”,
exclusiva
do pret.perf. do ind. acaba assinalando
funcionalmente
o
tempo/modo
que,
por
ser
forma
primitiva,
não
apresenta
desinência
modo-temporal.
4)
A
semivogal /-w/
afeta a
vogal
temática
/a/ da 1ª conjug. transformando-a
em [+post,
-alt, -bx],
isto é,
/-o-/
à
“o”,
como
em
/leÈvow/
à
“levou”.
Como
nos
casos
acima,
a
peculiaridade
da
desinência
/-w/
à
“u”,
exclusiva
do pret. perf. do ind., acaba assinalando
funcionalmente
o
tempo/modo
que,
por
ser
forma
primitiva,
não
apresenta a
desinência
modo-temporal.
Passaremos a
examinar
a
codificação
das
desinências
de
pessoa
e
número
no
plural.
TABELA 10.
Codificação
das
desinências de
pessoa e
número no
plural
____________________________________________________________________
Péss.
Pl. 1a.
2a. 3ª.
____________________________________________________________________
/-muS/
à
“mos” /-jS/
à
“is”
/-w/
à
“m” //ã__/
Exs.: /feÈrimuS/à“ferimos”
/leÈvajS/
à“levais”
/Èl«vãw/à“levam”
Exceções
Ind.
Pret. Perf.
/-StiS/
à
“stes”
Ex.:
/feÈriStiS/à
“feristes”
Imp. afirm. /-j/
à
“i” /#/C2V+__/
Ex.:
/leÈvaj/
à“levai”
____________________________________________________________________
Analisaremos a
seguir
alguns
condicionamentos
fonéticos
nas
desinências
de
pessoa
e núrmero no
plural.
1)
Na 2ª pess.pl.
a
desinência
/-jS/
à
“is” apresenta
um
alomorfe /-diS/ //R+__
/, /C2V+__/
à
“des”
como
em
/leÈvaRdiS/
à
“levardes”, beÈbeRdiS/à“beberdes”
e /feÈriRdiS/à
“ferirdes”.
2)
Uns
poucos
verbos
irregulares da
2ª e 3ª
conjugação,
cujo
radical
primitivo é
monossílabo,
têm a
vogal do
radical
assimilada
pela
vogal
temática
tônica e
também pedem a
desinência
/-diS/à
“des”,
conforme a
formalização
/-diS/
//#C2V+__/
à
“des”. Exs.: /ÈvediS/
à “vedes”, /ÈkrediS/
à “credes”, /ÈidiS/
à “ides”,
/ÈpõdiS/
à “pondes”.
Esta
regra
morfofonêmica se estende à 2a. pess. do pl. do imperat. afirm. /-di/
à “de”,
como
em /Èsedi/
à “sede”,
”, /Èidi/
à “ide”.
Aplica-se
também aos
derivados.
3)A
desinência
de 3ª
pess. pl.
apresenta os
seguintes
alomorfes foneticamente condicionados:
/-w/
à
“o” //‘ã__/;
/-j/à
“m” //e~__/.
Exs.: /Èl«vãw/à“levam”,
/feriÈrãw/à“ferirão”,
/beÈbebere)j/
à “beberem”.
C5.1.6
Codificação
das
desinências
de
gênero
e
número
no
particípio
As
desinências
de
gênero
se codificam
como
/-o-/à
“o” e
/-a-/à
“a”.
Exs.: /leÈvadu/à
“levado”,
/leÈvada/à
“levada”.
As
desinências
de
número
são
zero e /-S/ /à
“s”,
como
em /leÈvadu/à
“levado”
e /leÈvaduS/à
“levados”.
SÍMBOLOS
As
instruções
para a
organização do
vocabulário ortográfico da
língua
portuguesa foram estabelecidas no
Pequeno
Vocabulário
Ortográfico da
Língua
portuguesa,
aprovado
pela
Academia
Brasileira de
Letras
em
agosto de
1943,
com
pequenas
alterações
em 18 de
dezembro de
1971. Endossamos o
disposto na “Nota
Explicativa”
da ABL (1998):
Em
virtude de
não
ter sido
ainda cumprido
o
disposto no
artigo 3º
do
acordo
assinado
em 12 de
outubro de
1990,
pela
Academia das
Ciências de
Lisboa,
Academia
Brasileira de
Letras e
delegações de
Angola,
Cabo
Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e
São Tomé e
Príncipe,
seguiram-se nesta
edição as
Instruções
para a
Organização do
Vocabulário Ortográfico da
Língua
Portuguesa, aprovadas
pela
Academia de
Letras
em
sessão de 12
de
agosto de
1943, observadas as alterações introduzidas
pela
Lei no. 5.765,
de 18 de
dezembro de
1971.
SÍMBOLOS
PARA A
INTERPRETAÇÃO
DAS
REGRAS
# significa
limite de
palavra;
sua
ausência à
esquerda
quer
dizer
que se admite
a anteposição de uma
ou
mais
sílabas.
+
subscrito, significa
limite de
sílaba.
// ao
final da
regra
significa
pausa
vazia de
limite de
enunciado.
/ / (barras
paralelas)
significam
transcrição
fonológica.
“ ” as
aspas se
referem à
transcrição
canônica.
[ ] (colchetes)
incluem o(s)
traço(s)
fonético(s)
relevantes.
[ ] [ ]
colchetes
em
duplicata
ou
triplicata
significam
que os
símbolos à
esquerda se
referem
somente aos
que estão à
direita no
mesmo
alinhamento.
{ }
chaves indicam
que
qualquer dos
símbolos nelas
contidos pode se
combinar
com o
que estiver à
esquerda.
( ) (parênteses)
indicam
ocorrência
ou
não.
à
se reescreve.
C2
implica uma
ou
duas
consoantes.
/ no
contexto.
...
nos
demais
contextos.
___ indica
a
posição
ocupada
pelo
segmento
objeto da
regra.
Ècolocado
à
esquerda
do
início
da
sílaba
significa
sílaba
mais
intensa.
˘
assinala,
para
maior
clareza,
a
sílaba
átona,
em
geral
sem
nenhum
diacrítico
no
presente
trabalho.
Contudo, as
vogais
/«/,
/¿/,
por receberem
obrigatoriamente o
maior
acento de
intensidade,
também
não têm
suas
sílabas
assinaladas
por
nenhum
diacrítico
~
símbolo de
alternância,
também usado
toda a
vez
que
ocorrer a neutralização
entre
dois
fonemas.
? S
?
arquifonema utilizado
para
economia da
transcrição,
sempre
que
não prejudique
o
entendimento
da
regra.
Interprete-se
como a
neutralização dos
fonemas /s/,
/z/, /§/,
/½/
nos
seguintes
contextos:
/s/ e
/z/; /§/
e /½/
preservam,
respectivamente
o
traço
[+voz]
ou
[-voz] da
consoante
que
os sucede;
caso
for
vogal,
preservam o
traço
[+voz]
e,
antes
de
pausa
silenciosa
//, preservam [-voz]; /s/ e /§/;
/z/ e /½/
são
mutuamente
exclusivos
em
final
de
sílaba,
conforme
a
variedade
sociolingüística.
?
R
?
arquifonema utilizado
para
representar
a neutralização
entre
os
fonemas
/R/ e /r/
em
início
de
vocábulo
e
final
de
sílaba
interna
ou
externa.
? W
? arquifonema utilizado
para
representar a
neutralização
entre os
fonemas /l/ e
/w/
em
final de
sílaba
interna
ou
externa.
[?voz]
engloba os
traços
[+voz]
e [-voz]
que
são
respectivamente
preservados se emparelharem
com
o
traço
da
consoante
precedente, no
caso,
as fricativas /s/, /§/,
/z/ e /½/.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
SCLIAR-CABRAL, Leonor.
Princípios
do
sistema
alfabético
do
português
do Brasil.
São
Paulo:
Contexto,
2003, 263 p.
––––––.
Guia
Prático
de alfabetização,
baseado
em
Princípios
do
sistema
alfabético
do
português
do Brasil.
São
Paulo:
Contexto,
2003, 255 p.
Vide interpretação dos símbolos no final.