LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:
um olhar positivo no ensino da linguagem
para diminuir a desigualdade social

Maria Suzett Biembengut Santade (FIMI e FMPFM)

INTRODUÇÃO

Desde o século XX a palavra modernização vem transvestida de modelos econômicos que acabam camuflando as metas sociais (tímidas ainda) na procura de diminuírem os problemas da pobreza e da miséria de uma multidão de “esquecidos”. Há uma estatística triste, segundo a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), de milhões de latino-americanos que vivem na pobreza ¾ aproximadamente 45% da população global ¾ sendo que pelo menos a metade deles vegeta em situação de indigência e miséria extremas. E no Brasil, há mais de 30 milhões de pobres, os quais subnutridos, vivem abaixo da miséria (Ver Arbache, CEPAL, março 2003).

Com os dados da CEPAL, ainda sentimos neste começo de século XXI que uma parte da humanidade permanece egoísta, retendo para si o prestígio sócio-financeiro e mantendo-se no poder sociopolítico através da força do trabalho dos pobres esquecidos os quais enquanto ignorantes culturalmente ficarão à mercê da classe patronal. Esta, quando faz algo social para os excluídos, vangloria-se perante a multimídia sobre seus feitos sociais, como doação de cesta básica, vale-transporte, vale-refeição aos seus empregados. Nessa falsa solidariedade, uma multidão de “esquecidos” continua estagnada à espera dos paternalismos assistenciais. Com toda a tecnologia avançada existente hoje na produção de alimentos, a fome espraia-se por todo o planeta ainda dividindo a humanidade. Que lógica de exclusão é esta que não se altera com toda a evolução da ciência? A globalização planetária traduz esse mapeamento de ideologias de classes que rastreiam a humanidade desde “sempre” e fazem-se as colocações modernas através de estatísticas rápidas resolvidas por projetos imediatos e “filantrópicos” na tentativa de empurrar a problemática da pobreza com formas paliativas de comoção da miséria como vêm ocorrendo no mundo e também no Brasil com a indústria da seca do Norte e do Nordeste. A mídia apresenta a miséria viva nas mesmas populações alienadas em terras não-produtivas, aceitando desmoralizadas as sobras daqueles que se sentem sensíveis perante a retratação dos grandes monopólios televisivos. E nós, movidos por tal comoção, continuamos mais uma vez a formar uma multidão de pobres-favorecidos na amenização do sofrimento dos pobres excluídos. Ora, até quando generosamente vamos cair nesse marasmo de filantropia “falseante”? Onde está o elo perdido o qual deixou hiatizar o ser humano em rico e pobre?

D’Ambrosio (1998) diz que não há felicidade coletiva (solidariedade consciente) sem cada um estar em paz interior. Como um ser humano participará na felicidade dele mesmo, sabendo que o outro não tem o mínimo de dignidade humana respeitado? Não se dá dignidade a outrem através da falsa solidariedade. Segundo D’Ambrosio o mundo globalizado tem o caminho da paz social na amenização dos conflitos sociais. Diz que o transporte hoje facilita os encontros de povos diferentes na troca de cultura. Assim, este sistema de vida há que se haver a queda de preconceitos entre ricos e pobres, mas não de maneira filantrópica e sim através da troca criativa e consciente do saber e do fazer.

Com a globalização a lógica econômica comandada pelas instituições de poder torna o excluído descartável, inútil, sobrante, etc. no processo de produção. Quanto mais rico o país, menos ele precisa do trabalhador não-qualificado. Os empresários empregam poucos qualificados que dão conta na eficácia produtiva do seu mercado. Dessa maneira, seu mercado-empresarial acelera-se em territórios onde se fornecem a mão-de-obra e as matérias-primas mais baratas. Mesmo a prestação de serviço sendo qualificada ou adestrada para aquele tipo de trabalho, a exploração acontece porque na falta de emprego, o indivíduo aceita as condições propostas a ele. Isso é natural que aconteça, pois cada um, em princípio, busca a sobrevivência.

Com a desterritorialização o mapeamento sócio-econômico mundial mobiliza-se. O poder e interesse financeiro adaptam-se em quaisquer partes geográficas, alterando os valores de cada povo. Analisando essa mutabilidade sócio-econômica com o olhar positivo, vê-se a queda da “arrogância” entre países potentes e não-potentes, embora o processo entre aquele que emprega e o que trabalha continua o mesmo. Porém, há perdas e ganhos nesse movimento global de mercado total. Assim, precisa-se de posicionamento político humanizador na mediação dos conflitos que geram violência e miséria. Num olhar positivo, a humanidade, no começo do século XXI, passa por uma espécie de transição sócio-cultural, embora cada população específica ainda não tenha aprendido a praticar as relações intraculturais. Na troca de experiências culturais na mesma comunidade e entre outras, os indivíduos beneficiam-se construindo como ser (substantivo) a ser (verbo) humano como afirma D’Ambrosio (1998). E diz também que quando houver esta consciência de troca(s), cada povo no multiculturalismo avançará na plenitude da felicidade humana. A casa Terra tornou-se uma só aldeia global infinitamente pequena na acomodação de seis bilhões de habitantes. E, nessa soma de cultura, a hipocrisia da camada dos “lembrados” por eles mesmos será colocada de lado e os “esquecidos” estarão (como se espera) no mesmo diálogo das discussões humanizadoras.

LINGUAGEM NA ESCOLA DO POVO

Neste início do século XXI ainda repetimos os erros do ensino na aplicação da linguagem. Estamos na era da informática, na globalização de imagem, na recriação cultural e o ensino está retrógrado no processo lingüístico na escola.

O homem desde seus primórdios tem registrado sua cultura através de desenhos, sinais pictográficos, sinais ideográficos, signos escritos. Os sinais escritos abstraídos do alfabeto outrora desenhado têm marcado os rastros da humanidade através de seus conceitos, de sua história, de suas descobertas.

Sabemos que foi no século XX que os estudos lingüísticos no Brasil começaram a ter avanços. Porém não bastam os pesquisadores mapearam as diferenças lingüísticas. É preciso que nós, professores e educadores, nos movimentemos para compreender e buscar os fundamentos das variações e mudanças lingüísticas. Diz Borba (1977: 9) que “cabe aos professores dos cursos de Letras de nossas faculdades mostrar aos alunos a importância e a utilidade de tais estudos”.

Por que os estudos lingüísticos são importantes? Qual a importância da Lingüística? As respostas a essas questões estão no trabalho de quase todas as categorias de estudiosos como psicólogos, filósofos, sociólogos, antropólogos. Os estudos lingüísticos espraiam-se a outras ciências como computação eletrônica, estatística, análise lógica, oferecendo subsídios importantes a elas. Não há trabalho científico sem a análise e síntese feitas através da linguagem. A linguagem manifesta-se através das línguas as quais espelham a cultura do homem. A língua emerge da cristalização cultural e suas manifestações; ela é um produto social. Quando penetramos no mundo da linguagem, aperfeiçoamo-nos como sujeitos-coletivos. Compreender a cultura do povo é conhecer a si mesmo, é aperfeiçoar-se como indivíduo.

Para penetrarmos numa Língua, precisamos de uma base teórica ao descrever a estrutura da língua e compreender seu funcionamento em todos os níveis: fonético, morfossintático e semântico. Quando pronunciamos ou escrevemos uma palavra, esta se aloja dentro de um contexto semântico. Não há significação real semântica, se a palavra não estiver no funcionamento harmônico dentro do enunciado. Cada palavra traz sua vida em diferentes contextos que são interpretados em épocas históricas diferentes, trazendo uma leitura nova a ela.

Uma língua não sobrevive sem sua história, pois esta revela as marcas culturais de um povo. A língua evolui através de seus usuários e sua mutabilidade não acontece de forma inocente. Por isso a revisão constante no sistema lingüístico faz-se necessária tanto na fala como na escrita.

Estar atento à acomodação contínua do uso da língua nos caminhos paralelos oral-escrito faz parte do trabalho do educador. Diz Borba que nos cabe contribuir para o aperfeiçoamento dos novos métodos de alfabetização e aquisição da língua escrita e oral. O processo educativo depende sempre do idioma prático. A criança só conhece o mundo e alarga sua experiência através da língua materna (1977).

Com a democratização da escola na qual recebemos alunos de diferentes estratos sociais, econômicos e culturais, observamos uma gama de variantes dialetais. Numa só escola há a representação de um atlas lingüístico onde encontramos diferentes níveis de linguagem. Hoje, a escola ainda está despreparada para encaminhar melhor as crianças no uso da modalidade padrão-culta da língua. Recebendo as crianças de sociolingüístico diverso, a escola despreparada acaba discriminado-as sem dar chances a elas de reconhecer as diferenças lingüísticas e de saber utilizar as várias linguagens em situações diversas.

Com todas as pesquisas e estudos feitos no decorrer do século XX, ainda são tímidas as contribuições dentro das escolas de Ensino Fundamental e Médio. Sentimos que as pesquisas sobre a oralidade dentro de um mesmo país, abalaram o ensino tradicional, causando contradições e suspeitas em muitas aplicações pedagógicas. O que ensinar? Ensinar a Gramática Tradicional com suas regras cristalizadas fora do contexto dos educandos não mais combina com o ensino atual. Porém, legitimar todos os dialetos com suas formas estigmatizadas, poder-se-ia fragmentar ainda mais o conhecimento da Língua Portuguesa.

O ensino tradicional sempre foi mais teórico que prático, mais normativo que descritivo, e distante da realidade. Ora, isso se liga intimamente ao tema do saber lingüístico do aluno. Por que ensinar teoria gramatical ao aluno, se ela é o pressuposto de qualquer ato de fala, por simples que seja? (Luft, 1985: 79)

(...) o profissional do ensino deveria estar tecnicamente capacitado a detectar os contrastes entre as regras da língua culta, à qual a escola pretende fazer o aluno ascender, e as regras dos outros níveis gramaticais. Em termos técnicos, deveria ter bons conhecimentos de Gramática Contrastiva. Esta o instrumentaria muito melhor para o seu ofício do que mil detalhes preconceituosos da Gramática Normativa. (Luft, 1985: 76)

Mesmo com toda a democratização da escola no século XX, ainda fazemos a dicotomia entre ensino elitizante e popular. Se optarmos por um dos lados, estamos discriminando-nos em caminhos paradoxais. O melhor é tentarmos viabilizar um ensino transitório por mediação entre os contrastes lingüísticos. Só assim formaremos usuários competentes no uso da Língua com suas variações.

Através dos estudos lingüísticos, observamos que, no começo do século XX com Ferdinand de Saussure, houve a preocupação em separar o ensino de língua escrita e falada. Aqui no Brasil já os literatos relataram suas preocupações com o uso da língua segundo os moldes tradicionais e o jeitão lingüístico dos brasileiros. Oswald de Andrade apresentou as infrações lingüísticas segundo os moldes do bom falar e do bom escrever transcritos na Gramática Tradicional em seus poemas os quais desmascaram na Semana da Arte Moderna em 1922 a literatura cor-de-rosa daqueles que não utilizavam o povo como protagonista em seus escritos.

Vicio na fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados

Na década de 20 observamos uma nova visão educacional no mundo na busca da Escola Nova, a escola social-democrática. Porém, sabemos que a passos lentos vem se concretizando tal escola com muitos erros porque a burguesia tenta organizar a igualdade escolar dentro da desigualdade de que ela necessita na implantação dos seus interesses como classe dominante.

A partir da década de 70, as escolas populares multiplicaram-se e os alunos das camadas sociais chamadas desfavorecidas foram adentrando-se por essas escolas. Nesse momento, os dialetos tornaram-se reais no cotidiano escolar. Só que os professores não “alfabetizados lingüisticamente” aos estudos teórico-práticos passaram a reproduzir o ensino da língua estigmatizado pela elite burguesa. Nessa vertente tradicional, tais profissionais distanciaram-se das práticas lingüísticas que emergem no cotidiano escolar. Poucos são aqueles que conseguem mediar entre as técnicas conservadoras e as práticas discursivas para num estágio mais avançado chegarem a práticas lingüísticas mais abstratas.

Nessa mesma década, houve o alastramento de programas e projetos internacionais em financiamentos feitos pelo Banco Mundial na promoção de igualdade de oportunidades para todos sem distinção étnica e sócio-econômica. Desse modo, o Banco recomendava a extensão de oferta do ensino básico (fundamental a todas as crianças e adultos). Isso fez com que houvesse uma sinalização ao ensino profissionalizante, tentando através da escola (esta sem recursos necessários para tanto) resolver a problemática de mão-de-obra qualificada tão necessária às mudanças da economia na ascensão dos setores industriais e agrícolas no processo da modernização.

Na investida da escola popular no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1971, há a tentativa de solucionar a problemática educacional através do alargamento das vagas em prol dos desfavorecidos, achando que assim se solucionaria o caos educacional do país. Na cópia de modelos americanos de sistema escolar através de programas compensatórios, dando uma abordagem da mudança global da escola, o ensino torna-se “pasteurizado” (termo usado por D’Ambrosio, 1998) em países do Terceiro Mundo.

Muitos projetos e programas praticados nos Estados Unidos surgem na tentativa de resolverem as desigualdades da população marcadas pelo “desemprego, degradação ambiental, alto índice de natalidade entre mães solteiras, violência entre os membros da própria comunidade e tráfico de drogas” conforme relata Connell (in Pablo Gentili, 1995: 19). Também afirma que “as circunstâncias do surgimento desses programas compensatórios e os meios políticos pelos quais eles têm sobrevivido ¾ e nem todos vingaram ¾ produziram um falso mapa do problema” (p.16). Dizer que o pobre é incapaz na aprendizagem da linguagem por fatores sócio-culturais e financeiros, causa-me suspeita. Não vejo o educando pobre lingüisticamente desalinhado na escola-popular.

É neste ínterim que me coloco como professora de Língua Portuguesa no ensino das práticas lingüísticas. Em que momento devo ensinar a gramática com as regras convencionais e arbitrárias na escola popular? Deixá-la de lado como algo intocável pelo “povo” não posso, pois assim acabo discriminando-o como incapaz no exercício gramatical. Porém, posso chegar às realizações abstratas a partir dos discursos práticos do dia-a-dia dos educandos. Através dos discursos pessoais, operacionalizamos a gramaticalidade em sala de aula que é o palco dinâmico das variações lingüísticas. Através delas, passamos a raciocinar na busca da invariabilidade lingüística como sustentáculo na comunicação social.

As regras impessoais da moral e da lei, assim como as regras gramaticais que ordenam a interação lingüística, não são decretos divinos, mas construções sociais gradual e penosamente moldadas na convivência humana. Ao conferirem maior objetividade aos juízos do espectador imparcial, elas reforçam o nosso grau de adesão às exigências da vida em sociedade. (Giannetti, Mais!, 09/01/00)

Acredito que oferecendo cursos contínuos na preparação, formação e atualização de professores, dando condições físicas na escola para que os mesmos possam trabalhar, e que se conscientizem do seu papel político-pedagógico, a escola popular encontrará seu caminho. Rotular discriminadamente que a população pobre não freqüenta a escola por ser incapaz no processo de aprendizagem, é um falso mapa do problema educacional. O fracasso escolar não se explica somente através da fome, do desemprego, das carências de toda a ordem; o fracasso escolar acontece muito mais pelos currículos embasados em conteúdos determinados por uma pedagogia interesseira. E só mudaremos tal enfoque quando os professores tomarem consciência de suas práticas em sala de aula, aprendendo a ver a pobreza como pobreza, mas descobrindo que ela não pode ser o único obstáculo da ação educacional. Há outros, e mais contundentes. Não há aprendizagem quando ensinamos o aluno a silenciar. Para isso não acontecer, precisa-se de mudanças institucionais através de forças sociopolíticas e mudanças no comportamento dos profissionais da educação em relação ao trabalho educacional, concomitantemente a quaisquer programas dirigidos à questão da pobreza. E a linguagem na sua diversidade somente espelha os fenômenos da variedade social. Ao analisarmos os fenômenos dos dialetos das crianças nas escolas populares, enriquecemo-nos na compreensão também da diversidade da pobreza seja ela cultural e sócio-financeira seja lingüística.

Os educadores da linguagem não necessitam abolir as normas cristalizadas como belas pela humanidade. As regras lógicas da Gramática, como podemos observar no histórico da língua, vêm caminhando com a humanidade. Há a necessidade das regras estáveis para que possamos falar e escrever textos compreensíveis entre nós, falantes, que somos usuários da Língua. A liberdade de criação lingüística deve existir na aplicação dos múltiplos conceitos da palavra que se aloja em diversos textos de diferentes sujeitos. Cada sujeito tem a leitura do mundo diferente em cada época de sua vida e dele em relação a outros contextos sócio-culturais. Porém, a lógica da gramática é para dar sustentação às múltiplas interpretações de seus usuários para que sejam capazes de transmitir seus “eus” na contextualização de sua história.

Segundo Perini (1985), não podemos perder de vista o ensino do português-padrão nas escolas, pois quando analisados os textos científicos, técnicos e jornalísticos, observamos que a modalidade padrão-culta uniformiza tais textos. Quando, por um momento, deixamos de lado o ensino das regras, as quais são “esqueletos” da engenharia gramatical, passamos a compactuar com uma linguagem vazada de coloquialismo, sem discriminar a classe popular, pois esse “deixar de lado” é momentâneo, já que o pano de fundo ou a preocupação fundamental é o horizonte do português-padrão. Sem desmerecer o coloquial do dia-a-dia do educando, pois esse coloquial é composto de variáveis muito ricas, já que é o chão concreto de onde o educando alçará vôos rumo à gramática padrão. Partir do coloquial quer dizer valorizá-lo, mesmo que momentaneamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nós somos elementos históricos em uma nação e contextualizamos nosso tempo num momento sincrônico da nossa vida. Quando hoje sentimos na profissão algo que nos incomoda, que nos angustia... talvez também sejamos culpados em compactuar com tal história.

A inércia educacional nas escolas nas quais tanto lamentamos acontece porque historicamente os responsáveis, que somos nós, não fizemos e não estamos fazendo para tal imutabilidade. Hoje, sabemos que muita coisa foi e está sendo mudada em termos educacionais. Trabalhos ilhados, pesquisas contestadoras estão sendo divulgados, porém não se sente um trabalho-político organizado como prioridade na Educação para o povo. Segundo Magda Soares a educação é contra o povo, pois sempre se discute o que é melhor para ele conforme os interesses primeiros da camada social dominadora. “Nessa luta, porém, o povo ainda não é vencedor, continua vencido; não há escola para todos, e a escola que existe é antes contra o povo que para o povo” (1994: 9).

Há também a estagnação popular em termos de luta. Como diz Paulo Freire (1982), não basta o povo lutar para conseguir o lugar dos opressores e sim lutar contra a opressão, construindo uma cidadania em prol de todos. Cabe a nós, educadores, a tarefa de questionarmos sobre tudo o que está perturbando e movimentarmo-nos para tal mutabilidade cultural.

BIBLIOGRAFIA

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