AS PRÁTICAS DE LEITURA E DE PRODUÇÃO TEXTUAL

MEDIADAS
PELAS
NOVAS LINGUAGENS TECNOLÓGICAS

Marina Coelho Moreira Cezar
Marco
Antonio Paulini Lopes

 

Introdução

O propósito deste artigo é repensar as relações entre o ensino de língua portuguesa e as novas linguagens tecnológicas mediadoras do conhecimento, analisando como a tecnologia interage de forma sistemática e significativa nas práticas de escrita e leitura no dia-a-dia da sala de aula, fomentando um trabalho de qualidade, ainda que, por exigir uma reformulação no processo ensino-aprendizagem, muitas vezes haja resistência às mudanças trazidas por esta nova realidade educacional.

Para isso, serão abordados três aspectos: a questão do surgimento de um novo meio de comunicação - o ciberespaço, onde o usuário passa a ser também interagente do processo, operador, participante da mensagem, podendo alterá-la, personificá-la, modificá-la à vontade -; a necessidade de o professor estar preparado para formar leitores e produtores de textos não meramente informativos nesse novo espaço e a web como valiosa ferramenta na introdução de novas estratégias na compreensão e produção textuais.

No entender de Bastos (1997), a realidade educacional de hoje tende a ser tecnológica, o que vai exigir de todos, principalmente, do professor o entendimento e a interpretação de tecnologias. Por isso, para que sua práxis não fique à parte dessa realidade, o docente deve assumir uma atitude crítico-reflexiva que qualifique o uso das tecnologias de informação (TI) no processo ensino-aprendizagem.

Com os novos paradigmas que se articulam no mundo de hoje advindos das inúmeras transformações no mundo moderno, o professor tem de assumir uma nova postura no cotidiano da escola, instituição que, segundo Lévy (2000:8), se baseia no falar/ditar do mestre, há cinco mil anos  e nos últimos quatrocentos anos chegou ao uso moderado da impressão.

Vive-se um momento de crise econômica, de paradigmas, crises de identidade e desregulação na organização do trabalho. O sistema educacional enfrenta dificuldades para gerenciar essas transformações, assim como adequar os modelos de formação a esse tempo de constantes  mutações. As inovações tecnológicas invadem a vida cotidiana e colocam os profissionais da educação frente a desafios incomuns. Levy (2001) anuncia que nos primeiros decênios do século XXI, mais de 80% dos seres humanos terão acesso ao mundo virtual. O ciberespaço será o epicentro do mercado, o lugar da criação e aquisição do conhecimento, o principal meio da comunicação e da vida social. (Maciel,2001, p.48)

Num país em que 15 milhões dos brasileiros com 10 anos de idade ou mais são analfabetas, de acordo com dados do Censo de 2000, e que 25% de 15 a 62 anos têm domínio pleno da leitura e conseguem localizar informações em um texto, segundo Pesquisa do Ibope/Instituto Paulo Montenegro e da ONG Ação Educativa (O Globo: 9/9/2003, p.3), o desafio enfrentado pelas instituições educacionais é não apenas incorporar as novas tecnologias de informação como mais um instrumento de apoio ao ensino de português, mas também reconhecer as concepções que o aluno tem sobre estas tecnologias e a partir delas, elaborar, desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento de uma reflexão sobre os conhecimentos aprendidos e assim otimizar os usos pedagógicos destes novos meios nas aulas de português.

O professor deve ficar atento para não incorrer no discurso pedagógico que se dissimula sob a capa de transmissor de informação, ou de cientificidade (apropriando-se da linguagem científica), deixando em segundo plano a reflexão sobre os fatos, esquecendo-se do seu papel de mediador das novas tecnologias.

No ensino de Língua Portuguesa, que é o nosso objeto de estudo, é necessário que se busque melhorar a eficácia das aulas de leitura e de produção textual, levando os alunos a perceber que as ferramentas das TI transformam radicalmente as formas de comunicar, assim como as de trabalhar, de decidir, de pensar. (Perrenoud, p.125)

 

A MODALIDADE COMUNICACIONAL EMERGENTE – O CIBERESPAÇO

A interconexão mundial de computadores (Internet) faz surgir um novo espaço de interação: o ciberespaço, onde a mensagem pode ser alterada, transformada, à vontade, personalizada de acordo com a intencionalidade do usuário que passa, portanto, a ser também interagente, operador, participante da mensagem.

O modelo emissão-mensagem-recepção não está mais centrado, como no passado, na transmissão de informações fechadas, praticamente imutáveis, mas sim na interatividade, que abre infinitas possibilidades de modificações pelo receptor, o que vai redimensionar o papel de todos os agentes envolvidos com os processos comunicativos, inclusive nos que ocorrem nas salas de aula, como observa Cristal (2002) ao dizer que no futuro [a Internet] será a principal maneira pela qual nos comunicaremos. Essa mudança do tipo de comunicação que se dará daqui a alguns anos é igualmente defendida por Perrenoud (p.128): no ritmo em que vão as coisas, a comunicação por correio eletrônico e a consulta à Web (World Wide Web) irão tornar-se tão banais quanto o uso do telefone. Há alguns dias, a televisão mostrou uma tribo indígena brasileira dando seus primeiros passos na infovia.

A correspondência eletrônica, meio de comunicação que vem se expandindo rapidamente, caracteriza-se pela instantaneidade, rapidez, volatilidade e fluidez da mensagem. Quando se recebe uma carta, vinda pelos Correios, após a sua leitura, ela é guardada em uma gaveta, um armário, etc., ou pode-se relê-la em outros momentos (às vezes, já amarelecida pelo tempo). Depois de ler um e-mail e de tomar conhecimento do seu conteúdo, o usual é deletar, ou  arquivar por algum tempo, ele só será impresso se se quiser lhe dar um destino similar ao da correspondência tradicional.

Essa rapidez e fugacidade da comunicação mediada pelo computador cria o que vem sendo chamado de estilo Web (writingweb), em que se misturam os códigos oral, escrito e icônico, onde  a noção de erro, tão cara aos compêndios didáticos, passa a ser relativizada e as impropriedades gramaticais, os problemas de pontuação, ortografia e acentuação, por exemplo, passam a ser vistos sob nova ótica: a da pressa, a do imediatismo.

Neste sentido Cristal assinala que se deixar de fora a pontuação em um e-mail, ninguém dirá que ele não conhece ‘gramática, provavelmente dir-se-á que ‘Crystal está com pressa’. (2002)

Cabe aqui lembrar que para isso, possivelmente terá contribuído o fato de que, nos primórdios do computador pessoal (PC) no Brasil, os primeiros teclados (dos velhos XT) eram importados e, por isso, precisavam ser adaptados. Um exemplo disso era o ç, letra do alfabeto português, que não havia nas línguas de origem (principalmente o inglês)  dos aparelhos importados naquela época. Para produzi-lo, tinha-se de operar alguns comandos: digitar o sinal do acento agudo ´ e depois o c, o que levava o usuário, muitas vezes em função da rapidez, a escrever coracao em lugar de coração.

Com as TI, surge, no dia-a-dia, uma grande variedade de textos e  de linguagens. Neologismos são criados, há uma presença maciça de palavras estrangeiras (inglesas, primordialmente).

O aspecto gráfico passa a ter um papel fundamental, modificando e multiplicando ainda mais todos os significados do texto; a linguagem tem de ser simples, direta; os parágrafos e as frases tornam-se mais curtas; os textos mais sintéticos - poupando o tempo do leitor. Pesquisas apontam para o fato de que, no monitor, o internauta pára de ler um texto quando chega à vigésima linha.

Novas convenções simbólicas surgem, principalmente, nas salas de bate-papo (chats) comumente freqüentadas por jovens. São usados:

a)       Emoticons ou smileys: elementos gráficos que auxiliam na comunicação on-line demonstrando o forte predomínio da função emotiva da linguagem nesse tipo de comunicação.

        :-)     - “Sorriso",

        :-(     -  "Estou triste",

        `;-)    -  "Piscadela",

        []        - "Abraço", etc.

b)       Netiquetas: regras comportamentais utilizadas on-line por usuários da internet que facilitam a comunicação uma vez que todos falam ao mesmo tempo. Escrever com letras maiúsculas, por exemplo, significa estar gritando com o interlocutor; procurar não enviar mensagens abreviadas desnecessárias para grupos, o que aumenta o tráfego na internet e congestiona as caixas de correio.

c)       Neologismos: palavras criadas por usuários para otimizar ou identificar comunidades lingüísticas:

       gateen,

       5entao, (assim mesmo, sem til)

       broteen, e outros.

d)       Abreviaturas que facilitam a comunicação instantânea:

        tc ( teclar),

        blz (beleza),

        rs (risos), etc.

Os livros didáticos usados no dia-a-dia da sala de aula começam a registrar essas mudanças; como se pode ver no texto abaixo tirado do livro de FARACO E TEZZA (2001:28-9). É a transcrição de um fragmento de uma sala de bate-papo:

(17:50:57) Leticia/14 fala para Lake 0 Fire: c tem, é?

(17:51:19) G@T@!!! grita com M@rcinho: Vc esta comigo ou com “ESSA”...G@T@ manhosa????????

(17:51:28) G@T@ manhosa grita com M@RCINHO: DE SAMPA, E VC DEVE SER O MAIOR GATINHO, TÔ TE ADORANDO, ADORO IR AOS BARZINHOS!!!!!!!!!!!!!

(17:51:37) O Surfista grita com TODOS: ALGUMA GAROTA AFIM DE TC?

(17:51:41) Leticia/14: Ninguém pode ir até a sala 1..... larguem mao de serem egoistas.......

(17:51:50) G@T@ manhosa grita com RENATO/19/SP: VC TEM 19 ANOS?

(17:51:56) Sedutor grita com M@RCINHO: prefira a gatinha manhosa ´já que o namorado dela é meio assim

(17:51:59) Leticia/14 fala para Lake 0 Firee: ce é fanzao, hein???????

(17:52:03) Graziela reservadamente fala para TODOS: A´LGUEM QUER TC?

(17:52:31) TK  fala para Mari: TO AFIN DE TE CONHECER

(17:52:37) Leticia/14 fala para Lake o Fire: eu acho q foi a tonta da Courtney q matou ele!

(17:53:34) G@t@ manhosa grita com G@T@!!!: NATHÁLIA, EU VI AQUELE GATO MA-RA-VI-LHO-SO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(17:53:35) Lobo+solit@ario grita com TODOS: E aí, tem alguma gatinha afim de tc???

(17:54:16) Sedutor grita com G@T@!!! bem e aí o que vc me diz de ter um magico ao seu lado beijando seus labios úmido. Que tal?

(17:55:18) Xande MTX grita com TODOS: BOA TARDE GALERA!!!!

 

A FORMAÇÃO DE LEITORES E PRODUTORES DE TEXTOS

A leitura e a produção textual ocupam espaço importantíssimo na aprendizagem porque têm papel decisivo e fundamental na capacidade de reflexão, expressão e criação de novas informações e conhecimentos.

O discurso passa a ser visto justamente como a “instrumentação” do modo de se produzir linguagem, como efeito de sentidos entre emissores e receptores, enquanto parte de um funcionamento social geral e não mais como mera transmissão de informação. Os emissores, os receptores, a situação, o contexto histórico-social, as condições de produção constituem o sentido da seqüência verbal produzida.

É preciso ter consciência de que quando se diz algo, alguém o diz de algum lugar da sociedade, com determinada intencionalidade, para outro alguém que também está em algum lugar da sociedade e isso faz parte da significação da enunciação. Neste sentido, faz parte da estratégia discursiva prever, situar-se no lugar do receptor, antecipando representações, a partir de seu próprio lugar de emissor.

Por isso, o aluno deve ser levado a fazer correlações e estabelecer hipóteses, a desenvolver a compreensão, o raciocínio, a refletir também sobre o seu uso lingüístico. Estas demandas exigem uma melhor formação global do professor de língua portuguesa.

Formar para as novas tecnologias é formar para o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação. (Perrenoud, p.128)

Os recursos tecnológicos disponíveis poderão ser de grande valia no aprimoramento da leitura e da produção de textos desde que o aluno tenha a orientação de um professor que saiba conduzi-lo para um uso pertinente dos softwares e da metodologia de pesquisa na internet. Caso isso não ocorra, o acesso ao ciberespaço não trará praticamente nenhum benefício ou inovação à leitura e à construção textual.

Valente (1999) afirma que o docente que queira implantar soluções pedagógicas inovadoras deverá conhecer, sobretudo, o lado técnico-funcional dos programas e da Internet.

Logo, conhecer os programas utilizados no computador é importantíssimo para o professor, pois levar o aluno a compreender tais linguagens, recursos, mecanismos expressivos e comunicativos contribui não só para o aperfeiçoamento de sua capacidade de expressão, mas também amplia suas possibilidades de participação ativa na vida social como produtor e leitor coerente de textos.

Dominar os recursos oferecidos pelas novas tecnologias, como as ferramentas de corte, de realce; explorar recursos como salvar um arquivo, apagar e reescrever um texto, quantas vezes isso for necessário, levará o aluno a aprender a melhorar seu texto, construindo um conhecimento novo, articulando-o com outros previamente elaborados e pensados.  compartilhados, reorganizados e renovados por tantos quantos forem os interlocutores (navegadores) interessados ou, a quem ele seja oferecido.

Por conseguinte, é importante para o professor conhecer os programas utilizados no computador e, principalmente, na Internet e usá-los com proficiência, levando o aluno a compreender que tais linguagens, recursos, mecanismos expressivos e comunicativos contribuem para a ampliação e aperfeiçoamento do seu saber expressivo, da sua competência lingüística. (Coseriu, 1980).

 

A CONTRIBUIÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

NA SALA DE AULA

A informação elaborada em um mundo fragmentário e instantâneo, como o nosso, revela-se um problema e uma solução para uma melhor aprendizagem. No primeiro caso, o excesso de informação cria um sentimento de vazio no aluno, pois ele tem a impressão de que está sempre perseguindo alguma coisa a ser conquistada, aprendida, sem nunca conseguir alcançá-la; no segundo, há uma revalorização da busca incessante do saber, uma vez que, a cada instante, novas informações incrementam esse saber.

A profusão de linguagens simultâneas - verbal e não-verbal (modalizadores autonímicos, imagens, sons, ilustrações móveis) – das novas tecnologias reflete bem o tempo em que vivemos. Um novo tipo de inteligência está surgindo e a escola não pode ignorá-la.

[...] A leitura desenvolve-se no seu tempo. É uma operação analítica, duplamente abstrata: tem-se que fazer a análise gramatical e, depois, a análise lógica. Curiosamente são as duas primeiras que se realizam na escola. O homem que é um homem dedutivo, racional, analítico, rigoroso, preciso.

Só se pode contemplar uma imagem, ao contrário, “submergindo-se” nela. É uma operação sintética que principalmente é realizada de forma global. A atual profusão de imagens e sons está dando lugar ao nascimento de um novo tipo de inteligência – ou segundo Pierre Levy a sua extensão( grifo nosso). ( Ferres, 1996: 93 - apud Kawamura)

Ainda que alguns estudiosos como Babin & Kouloumondjian (1989) critiquem o uso exacerbado de imagens e de sons, uma vez que, segundo eles, muita informação desse tipo dificultaria o espírito crítico e a capacidade de raciocinar, tal tese tornou-se irrelevante com o advento das novas tecnologias, pois as linguagens interagem neste ambiente e fazem o usuário interagir (interatividade).

O aluno utilizará as imagens como um suporte para modelar a reflexão, fomentar a intertextualidade e o hipertexto, e não como um mero ícone da informação alienante.

No ensino da Língua Portuguesa, a real importância dessa tecnologia é introduzir novas estratégias e habilidades na compreensão e na produção textual com o uso de multimídias em pesquisa, design e projetos.

As novas ferramentas de suporte digital constituem, nesse sentido, um enriquecimento considerável do ambiente de aprendizagem: edição de textos, hipertextos, correios eletrônicos, grupos de discussão, ferramentas de composição e de criação musical, visual, audiovisual, ferramentas de simulação e de interação, programação robótica, ferramentas de visualização e de navegação, etc.” (Lévy, 2001).

Em termos de linguagem, uma das ferramentas de extrema valia é o hipertexto[1], porque, na sua essência, ele modifica a interface da escrita.

A leitura em hipertexto exige do leitor, sobretudo, uma posição ativa, que tende a neutralizar a distinção entre o que Barthes (1980) denominava texto de leitor e texto de escritor. O início e o fim da leitura, assim como o seu trajeto, é definido pelo leitor. Em cada lexia/página, ele é obrigado a eleger, entre os links disponíveis, o rumo de sua leitura, (re) criando, desse modo seu texto individual – o texto que procura, as informações de que necessita. É ele quem define o que é ‘central’, ‘complementar’, ‘paralelo’, etc. (Magalhãe e Castro, 1999)

O hipertexto caracteriza-se por ser:

a)     Não-linear: apresenta uma flexibilidade desenvolvida na forma de ligações permitidas/sugeridas entre nós que constituem redes que permitem a elaboração de vias navegáveis.

b)    Volátil: são passageiras todas os escolhas (links), sendo um fenômeno essencialmente virtual.

c)     Topográfico: é um espaço de escritura e leitura sem limites definidos para se desenvolver. O que dificulta a identificação dos limites textuais.

d)    Fragmentário: há uma constante ligação de partes em geral breves com possíveis retornos e fugas.

e)     De acessibilidade ilimitada: acessa todo tipo de fonte: dicionários, museus, obras científicas, literárias, arquitetônicas, etc.

f)      Multissemiótico: caracteriza-se pela possibilidade de interconectar simultaneamente a linguagem verbal com a não-verbal de forma integrativa.

g)    Interativo: possibilita a interconexão em uma comunidade lingüística entre vários navegadores em tempo real.

O professor diante do potencial que as TI disponibilizam e, de certa forma, se materializam em uma página da web, pode criar um link ou mesmo uma palavra e o aluno, com um simples toque do mouse, visualizará uma imagem que está sendo descrita graficamente, ouvirá um som, uma música; ou pode programar esse recurso de tal forma que o aluno ao ler uma determinada parte do texto terá acesso a uma foto, a um filme, a um flash, a um outro texto, etc.

A apropriação desses recursos permite ao professor visualizar caminhos para estabelecer a sua rede de aprendizagem com o auxílio das imagens, dos sons, direcionando melhor o aluno, servindo como mediador do conhecimento diante do discente que é o sujeito de sua própria formação.

 

CONCLUSÃO

Não se pode ficar à margem das inúmeras transformações que estão ocorrendo  no mundo e que são irreversíveis, pois, quer queiramos ou não, isso vem se refletindo nas formas de ensino e impactando-as. Os recursos das TI podem melhorar o processo ensino-aprendizagem, contribuindo para a formação de melhores leitores e produtores de textos.

As TI estão alterando a maneira de ler, interpretar e construir textos,  criando condições para maior interação entre as modalidades falada e escrita e segundo Halliday (apud Marcuschi, 2000), fazendo emergir novas formas de discurso.

Em uma escola democrática, plural, preocupada em formar cidadãos conscientes e profissionais competentes, o professor de não pode ficar alheio às inovações tecnológicas, nem ignorar as ferramentas que permitem formar uma rede virtual de informações, potencialmente infinita em relação às suas fronteiras e aos seus limites, sob o risco de seu discurso e prática pedagógicos serem estéreis ou apresentarem-se retrógrados, não atingindo o aluno que , muitas vezes, com naturalidade o uso de tais recursos.

Para que isso não ocorra, é necessário o docente familiarizar-se com as TI, despindo-se de possíveis preconceitos, aprendendo a mover-se nesse novo espaço – cibernético -, no mundo do bate-papo via Internet, do hipertexto, das mensagens do correio eletrônico (e-mails), dos Blogs, das listas de discussão, de textos variados, compreendendo que os recursos disponíveis são aliados do  projeto pedagógico e que a reflexão e a liberdade de escolha são as chaves que dão acesso ao conhecimento.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BABIN, P & KOULOUMDJIAN, M. F.  Os novos modos de compreender. São Paulo: Edições Paulinas, 1989.

BASTOS, João Augusto de Souza Leão de Almeida. Educação e tecnologia. Educação & tecnologia. Revista Técnico Científica dos Programas de Pós-graduação em Tecnologias dos CEFETs PR/MG/RJ, Curitiba, ano I, abr. 1997, pp, 4-29.

COSERIU, Eugenio. Lições de lingüística geral. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A, 1980.

CRYSTAL, David. O triunfo da indisciplina na evolução da linguagem web. Rio de Janeiro, 4 jan. 2002. Disponível em: http: // www. terra. com. br/ informática.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de ensino: para estudantes universitários. 9 ed. Petrópolis, Voz\es, 2001.

FERRÉS, J. Vídeo e educação. Porto Alegre: Artes médicas, 1996.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

MACIEL, Ira Maria. EAD: construindo significados. Revista ADVIR, Rio de Janeiro, p. 47-55, set. 2001.

MAGALHÃES, Maria Alice; CASTRO, Nivalde. Bibliotecas Virtuais: Portais para a Comunidade Científica. In SBC 99. Rio de Janeiro, 19-23 jul. 1999.

PERRENOUD, Philippe. 10 competências para ensinar convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 200011. CASTRO, Nivalde J. de, 6.

VALENTE, José Armando. Informática na educação: uma questão técnica ou pedagógica. Porto Alegre: Artemed. In: Revista Pátio: Tecnologias Educacionais ano 3, no. 9 maio/julho, 1999.


 

[1] “No seu aspecto conceitual, o hipertexto é composto por um conjunto de lexias interligadas eletronicamente por links (Leão, 1999); Landrow, 1997). A lexia é a unidade básica do hipertexto, e é formada por um bloco de palavras e/ou de imagens e/ou sons. Ela tem extensão variável: tanto pode conter um livro inteiro, como uma seqüência de sons, a imagem de uma mão ou apenas uma palavra. Cada bloco, ou lexia, é conectado a um outro, ou a outros, através de links (símbolos verbais e não verbais) introduzidos no próprio corpo dos blocos. Cria-se, desse modo, um ‘texto’ mais amplo – o hipertexto, que tende a formar uma rede de lexias. ( Magalhães e Castro, 1999)