A EXPRESSÃO ADVERBIAL DO LUGAR
Mariangela Rios de Oliveira (UFF)
INTRODUÇÃO
Este trabalho é parte do projeto integrado “Ordenação de advérbios no português escrito - uma abordagem histórica”, desenvolvido no âmbito do Grupo de Estudos Discurso & Gramática. Sob perspectiva teórica funcionalista (Givón, 2001; Bybee e Hopper, 2001; Martelotta et alii, 1996), o estudo traz resultados iniciais da pesquisa em torno da ordenação de advérbios locativos em três textos de cunho religioso da sincronia atual do português: Tocar o Senhor (TS), do padre Léo; Um coração que seja puro (CSP), do padre Zezinho, e Amor é vida (AV), de Frei Anselmo Fracasso.
Estamos envolvidos com a investigação da sintaxe dos locativos, sua polissemia, motivada por relações metafóricas e metonímicas forjadas no contexto discursivo religioso, e sua gramaticalização, na migração da categoria de advérbio para a de conectivo e daí para a de marcador, conforme propõe Traugott (1995).
Os dados até aqui levantados apontam a relativa mobilidade dos locativos, que tanto podem ocorrer antes ou após seu escopo, em geral representado pelo constituinte verbal, intermediados ou não por outros termos. Essa mobilidade ratifica seu lugar mais periférico na categoria dos advérbios, confirmando o traço “não-predicativo” (Ilari et alii, 1996) ou “não-modificador” (Neves, 2000) que os caracteriza.
Por outro lado, temos encontrado também locativos em construções sintáticas mais ou menos fixas, compondo, segundo Erman e Warren (2000), “unidades pré-fabricadas”. Nesse tipo de organização estrutural, os locativos perdem a referida mobilidade enquanto itens gramaticais, passando a integrar um componente de nível hierárquico mais alto, um todo semântico-sintático que, não raro, se torna indecomponível.
Neste trabalho, tratamos especificamente do papel dos locativos componentes desse arranjo denominado “unidade pré-fabricada”. Interessam-nos aqui investigar como tais itens, que cumprem a expressão de lugar, se articulam nesse contexto sintático.
CONSTRUÇÕES PRÉ-FABRICADAS
Segundo a perspectiva funcionalista (Haiman, 1994; Givón, 2001), práticas discursivas e usos lingüísticos pragmaticamente motivados podem, via freqüência, tornarem-se rotinas comunicativas de uma comunidade, como hábitos ritualizados de expressão (forma) de determinado sentido (função). Quando tal acontece, os constituintes dessas ritualizações perdem sua autonomia maior, em prol da eficiência comunicativa da nova prática então consagrada, da rapidez e da automação tanto da produção quanto da recepção lingüística. É nesse contexto que se situam as chamadas “unidades pré-fabricadas”, definidas por Erman e Warren (2000) como convencionalizações de termos em seqüência, de tal modo que, uma vez sistematizadas no trato social, “aprendidas” via repetição, essas unidades tornam-se um modo eficiente e regular de prática comunicativa, constituindo-se num dispositivo efetivo de uso, tanto na modalidade falada quanto na escrita.
Conforme Bybee (no prelo), unidades pré-fabricadas, enquanto seqüências de itens gramaticais num arranjo estrutural específico para uma também específica função, incluem-se entre os processos de gramaticalização. Esse entendimento leva em conta tanto padrões estruturais, como a fixação posicional dos constituintes, a imobilidade interna dos mesmos, quanto critérios funcionais, uma vez que o sentido articulado no interior das unidades pré-fabricadas não é a mera “soma das partes” do sentido de cada constituinte, antes, trata-se de uma função global, de um sentido maior cristalizado por intermédio da seqüenciação desses termos.
Tal entendimento tem abrigo ainda na proposta de Goldberg (1995), para quem construções sintáticas são tidas como unidades gramaticalizadas de nível mais alto. As referidas construções, a partir de motivação pragmático-discursiva, via repetição, tornam-se sistematizadas e, por conseqüência, mais acessíveis.
Embora não seja tarefa simples a identificação efetiva das unidades pré-fabricadas, dado o gradiente que as caracteriza, é possível, pelo menos, identificar, conforme Erman e Warren (2000), quatro grandes classes prototípicas dessas construções: as lexicais, as gramaticais, as pragmáticas e as reduzidas
A análise a partir das unidades pré-fabricadas implica considerar as relações metafóricas e metonímicas em sua correspondência. Parte-se do pressuposto de que as derivações de sentido dos termos da unidade, sua trajetória de abstratização, e mesmo o sentido que se forja a partir da construção como um todo - metáfora, tem a ver com a ordem seqüencial de seus constituintes, com os lugares fixados de cada ocorrência constitutiva da unidade - metonímia. Assim posto, supera-se o tratamento dicotômico das duas instâncias em prol da abordagem holística dessas construções.
LOCATIVOS NAS CONSTRUÇÕES PRÉ-FABRICADAS
Para a análise interpretativa do papel semântico-sintático dos itens adverbiais locativos em tais construções, selecionamos mais especificamente três destes itens: aqui, lá e aí. Essa seleção leva em conta tanto a freqüência quanto a variedade de ocorrência dos referidos constituintes.
O locativo aqui
Na pesquisa da ordenação dos locativos, chama nossa atenção o fato de encontrarmos, entre os dados, usos adverbiais mais “soltos” em relação aos demais constituintes oracionais, como a seguir:
(1) Ciúme entre duas pessoas que se amam é: tristeza ou descontentamento por vermos a pessoa amada dispensar atenção ou dedicar amizade a outros, ou, então, receber atenções e agrados dos outros. Aqui, também, o ciúme brota do egoísmo, do desejo da posse exclusiva. (AV, p. 37)
Em (1), o locativo aqui, intermediado por pausa e afastado do termo verbal por duas inserções (também e o ciúme), funciona mais autonomamente em relação aos outros constituintes oracionais. Trata-se de uma posição que confirma a condição marginal dos locativos em relação à predicação verbal.
Contudo, a ocorrência mais freqüente desse item adverbial em Amor é vida é justamente na composição de uma unidade pré-fabricada em posição pré-verbal:
(2) Na eternidade saberemos o porquê de cada dor; aqui na terra é preciso ter sempre em mente as palavras de São Paulo... (AV, p. 51)
(3) Aqui na terra a felicidade não é plena nem perfeita porque tudo que é humano traz a marca da imperfeição. (AV, p. 58)
A construção aqui na terra constitui-se numa unidade de tipo lexical, uma vez que faz referência a um contexto situacional bem definido e recortado relativo ao ambiente biossocial. Estruturalmente, podemos especular que essa unidade é proveniente de uma estratégia de intensificação, uma vez que na terra constitui-se numa expressão apositiva em relação a aqui, o que torna aquela “cópia” desta.
Por outro lado, levando em conta as condições discursivas caracterizadoras do texto religioso (Orlandi, 1987), nosso material de investigação, podemos considerar que a unidade aqui na terra tem sua ocorrência motivada justamente por conta de uma referência espacial ao mundo terreno, cheio de vícios e sofrimentos (tudo que é humano traz a marca da imperfeição), que se contrasta radicalmente em relação a outro mundo, o celestial, onde reina a verdade e a felicidade (na eternidade saberemos o porquê de cada coisa). Nesse sentido, entendemos que o espaço físico assim dicotomicamente tratado encerra outra oposição, de natureza ideológica, que separa Deus e os humanos, a virtude e o pecado, a perfeição e a imperfeição e assim por diante. Note-se que em (2) e em (3) a unidade aqui na terra se situa em posição de tópico, como primeiro constituinte oracional, o que reforça o referido contraste; em (2), por exemplo, no mesmo período se organizam os dois espaços referenciais antagônicos, ambos em posição pré-verbal e início de oração - na eternidade x aqui na terra.
O locativo lá
Em relação ao locativo lá, a situação é semelhante. Na obra Um coração que seja puro, esse constituinte pode ser encontrado numa referência mais autônoma, como em (4):
(4) ... a pomposa avenida toma o modesto nome de Rua do Remorso que, cheia de meandros e de “permitidos e proibidos”, passa pelo obscuro bairro da Felicidade que também existe na cidade. Lá toma o nome de Rua do Reencontro. (CSP, p. 18)
Assim como aqui, lá também pode integrar unidade pré-fabricada, o que se verifica no seguinte exemplo:
(5) - Está bem, mãe! Lá fora a gente conversa. (CSP, p. 113)
Acima, a construção lá fora é semelhante à anteriormente comentada aqui na terra. Trata-se de uma expressão intensificadora, cujo segundo termo, de função apositiva, retomado repetidas vezes junto ao antecedente, acaba por cristalizar-se numa unidade pré-fabricada lexical. O reforço inicial cede lugar a uma referência de espaço físico externo regular e integrada.
Em torno do locativo lá, levantamos outros tipos de construção, agora com o advérbio em posição pós-verbal. Um deles, de natureza também lexical, encontra-se nos trechos que se seguem:
(6) O fato é que Jesus fica lá conversando na sala com Maria... (CSP, p. 115)
(7) Simplesmente sentou-se aos pés de Jesus e ficou lá escutando o Mestre falar. (CSP, p. 115)
Em (6) e (7), além de comprometer o vínculo semântico-sintático das perífrases fica conversando e ficou escutando, respectivamente, o locativo acaba por se unir de forma mais estreita ao primeiro constituinte verbal, o verbo ficar, criando a seqüência ficar lá. Assim fixado, o advérbio comporta-se como complemento verbal, funcionando como argumento do verbo, como que “incorporado” a este, na composição de uma única seqüência de sentido e de forma. Segundo tal perspectiva, o gerúndio é que passa a funcionar com a efetiva função adjuntiva, numa referência ao modo de ser desse ficar lá, desvinculando-se, portanto, do verbo constituinte da unidade pré-fabricada.
Uma outra unidade pré-fabricada integrada pelo locativo lá em posição pós-verbal, de uso corrente na comunidade lingüística e levantada nos corpora em análise, ilustra-se em (8):
(8) Sei lá, acho que é porque embora saiba que você não aprova o que faço, você nos ouve e conversa com calma. (CSP, p. 36)
Acima, a seqüência tipológica dissertativa motiva o surgimento da unidade pré-fabricada sei lá. Ao contrário das construções até aqui referidas, sei lá não é do tipo lexical, e sim uma unidade funcional pragmática, forjada no trato interacional como um procedimento lingüístico sistematizado a serviço do monitoramento da expressão de modalidade da primeira pessoa do discurso.
Podemos dizer que em unidades mais cristalizadas, como é o caso da articulada em (8), o processo de gramaticalização encontra-se em estágio mais avançado, se comparado ao que ocorre nas unidades lexicais. Em sei lá, tanto o constituinte verbal quanto o locativo perdem sua relativa autonomia morfossintática em prol de uma só referência e expressão simbólicas. Não mais se trata do verbo saber contíguo ao advérbio lá; sei lá é mais do que isso; é um todo de sentido e de forma, uma unidade automática e emancipada em relação a seus elementos constitutivos originais.
O locativo aí
Por fim, tratemos do locativo aí, o item mais recorrente em nossos dados, o que talvez justifique o fato de ser também o mais utilizado na formação de unidades pré-fabricadas. Tal como os anteriores, aí pode funcionar mais autonomamente, como no trecho a seguir, de Tocar o Senhor:
(9) Deus estabelece sua morada no coração de Maria, porque aí sempre pode habitar. (TS, p. 16)
No fragmento acima, aí refere-se a um espaço físico virtual (o coração de Maria), situa-se em posição pré-verbal e em contigüidade ao elemento sempre, este também em função adverbial. Note-se sua posição periférica em relação ao verbo, confirmando a relativa autonomia dos locativos face aos demais constituintes adverbiais.
Mas é no interior de unidades pré-fabricadas que encontramos interessantes arranjos em torno desse constituinte. Uma destas construções encontra-se em (10):
(10) Numa ordem hierárquica: primeiro, crer em Cristo, depois romper com o pecado, e, aí sim, pedir insistentemente ao Senhor. (TS, p. 102)
A construção aí sim, margeada por pausa, após o aditivo e, articula a terceira e última das orações do período. Situada numa seqüência textual em que se prescrevem ordenadamente os procedimentos a serem adotados para a atividade de oração, a unidade pré-fabricada aí sim atua como mais um elemento de conexão, de valor lógico conclusivo, à semelhança de então, logo, entre outros. Num avançado estágio do processo de gramaticalização, essa unidade funcional de valor gramatical constitui-se num todo semântico-sintático em que a referenciação locativa de aí encontra-se muito abstratizada, derivando para a expressão de sentido temporal e lógico-textual, respectivamente. Do mesmo modo, sim não funciona como resposta efetiva a qualquer questão; esse item forma com o locativo um só construto, automático e indecomponível.
Outra interessante unidade formada a partir de aí registra-se no seguinte exemplo:
(11) No segundo episódio, Pedro o segue de longe, tem perdido o contato e, com ele, a força. Aí está a proposta. Assim acontece em nossa vida: quando nos afastamos do Senhor, nos aproximamos do mundo e das coisas do mundo. (TS, p. 27)
O vínculo semântico-sintático da unidade aí está é tal que ela poderia ser substituída por um único termo, como eis, por exemplo. Como modo de referência anafórica e locativa, o uso sistemático desta construção parece ter feito com que a mesma se cristalizasse como forma regular de expressão mostrativa. Por estarmos tratando de textos religiosos, encontramos considerável número dessas unidades, uma vez que constituem eficiente estratégia de convencimento e de doutrinação. Esporadicamente, a referida unidade pode articular-se com alguma alteração face a sua forma padrão, tal como em (12), em que apresenta ordem invertida e flexão de número:
(12) Há quem faça sexo de maneira impura? Há. E nem é preciso dizer. Estão aí os manuais de sexomobilismo. (CSP, p. 39)
A possibilidade de inversão e de flexão, em (12), aponta para o fato de que estamos diante de uma unidade ainda em fase de gramaticalização. Estão aí comporta-se como variante, como uma outra camada, nas palavras de Hopper (1991), uma alternativa de expressão menos ritualizada do que aí está, uma vez que estabelece concordância e permite alguma mobilidade de seus constituintes.
Uma terceira unidade pré-fabricada levantada nos corpora ilustra-se a seguir:
(13) Para muitas pessoas o batismo foi um ato, não se tornou uma atitude de vida, algo existencial. Daí que nem mesmo os cristãos percebem a riqueza desse sinal sensível de Deus. (TS, p. 45)
Situada num avançado estágio do processo de gramaticalização, a unidade daí que passa a atuar como operador discursivo, a conectar fatias textuais mais longas. Assim articulada, a construção tende a iniciar períodos, funcionando, por conta da referenciação anafórica do locativo aí, como eficiente estratégia coesiva que vincula informação antecedente (daí) e conseqüente (que). O resultado é a fixação de uma seqüência (daí que) de valor lógico, que constitui um dos artifícios lingüísticos recorrentes para a fixação do discurso autoritário e assimétrico característico do texto religioso, nosso material de pesquisa.
Por fim, ainda em torno do locativo aí, citamos a quarta unidade:
(14) O fato é que Jesus fica lá na sala conversando com Maria, que não estava nem aí com os problemas da casa! Simplesmente sentou-se aos pés de Jesus... (CSP, p. 115)
O fragmento (14) traz uma interessante construção pré-fabricada lexical, numa escala menos avançada do processo de gramaticalização. Derivada de um arranjo de reforço negativo (não + estava + nem), que se intensifica pela posposição do locativo aí, a unidade passa, via freqüência de uso na modalidade oral, a se tornar uma forma sistemática de referência e concorrente com outras construções, tais como não queria saber ou não ligava. Nessas condições, não só o constituinte verbal encontra-se abstratizado, quanto o próprio advérbio, já que aí passa a referir categoricamente a problemas da casa, a uma localização virtual e mesmo indefinida.
Outro comentário ensejado a partir da observação do exemplo (14) é, conforme referido por Erman e Warren (2000), a fluidez de delimitação de grande parte das unidades pré-fabricadas. Enquanto membros de uma categoria prototípica (Taylor, 1995), muitas dessas construções encontram-se em estágios limítrofes, tanto em termos de conteúdo quanto de expressão. Assim sendo, em (14), seria possível, num outro critério de delimitação, considerarmos a unidade num formato mais amplo, com a incorporação da preposição com, o que resultaria na construção não estava nem aí com, uma possibilidade interpretativa possível e razoável. Tal possibilidade comprova o gradiente que marca essa categoria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os comentários aqui registrados são nossa primeira tentativa de estudar a expressão adverbial locativa à luz da fundamentação teórica funcionalista para análise de unidades pré-fabricadas. Nossos corpora ainda são reduzidos, na base de um só gênero discursivo; os dados também precisam ser ampliados, mas, ao que tudo indica, estamos diante de um campo de pesquisa muito fértil e instigante. Precisamos, nesse momento, enfrentar o desafio de unir análise e síntese, gramática e discurso, a fim de darmos conta tanto das estratégias regulares e sistemáticas de articulação adverbial locativa quanto das motivações pragmático-discursivas que cercam esses usos, ampliando o foco de nossa análise.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GIVÓN, T. Syntax: an introduction. Vol. 1. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2001.
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