A ANTONÍMIA DE SISTEMA
E A ANTONÍMIA DE DISCURSO
Guiomar Fanganiello Calçada (USP)
Determinada pelas diversas situações da dinâmica psíquica, no quadro da vida de uma sociedade, a linguagem supõe a existência de uma relação social entre um ou vários emissores e respectivos receptores. Daí a linguagem, como também a língua, se caracterizarem como fenômenos de comunicação e se fundamentarem sobre a possibilidade especificamente humana de captar o caráter significativo das expressões lingüísticas.
Como a relação entre emissor e receptor se estabelece naturalmente por meio da linguagem, esta, como todo sistema simbólico, se utiliza de “signos”, em nosso caso as palavras que refletem a realidade circundante em seus diversos aspectos. Estes “signos”, em atendimento à finalidade específica de comunicação interpessoal, têm um valor constante e geral para os membros da mesma coletividade, mas ao mesmo tempo um valor variável, apto a expressar a dinâmica da realidade e as necessidades particulares de emissores diferenciados.
Apoiados em duas tendências aparentemente contraditórias, a que afirma a importância do contexto, ou do papel dos conjuntos na linguagem, para a determinação do verdadeiro sentido das palavras e a que procura fixar-lhes um significado (sentido) de base, fixo, imutável, comum aos falantes de uma determinada sociedade, abordaremos o fenômeno da antonímia.
Para tanto, procuraremos estabelecer uma concordância entre as diferentes tendências a fim de evidenciar uma relação entre a idéia de falta de imutabilidade do significado até a de sua dependência do conjunto e da organização dos textos para fins de comunicação.
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