Bruno Fregni Bassetto (USP)

Nos últimos tempos, tem-se notado mudança de mentalidade em relação ao conhecimento das línguas clássicas, mais especificamente do latim. A busca de um conhecimento mais aprofundado de nossa própria línguas faz com que se procure saber de sua origem, dos processos de transformação da língua-mãe, sem os quais não se explicam fatos elementares da língua, tais como a ortografia e os aspectos semânticos do vocabulário, para citar apenas alguns. Não se trata, portanto, de remexer inutilmente em alfarrábios empoeirados de importância duvidosa ou de interesse apenas de especialistas. Realmente, o conhecimento do latim e seus desdobramentos, objeto da Filologia Românica, é fundamental para entendermos as bases de nossa própria língua em todos os seus aspectos. O novo despertar dessa visão deve ser ampliado, divulgado e seus resultados práticos certamente far-se-ão sentir em todos os sentidos entre os que se dedicam aos estudos do vernáculo nos mais diversos níveis, sobretudo no universitário. Sem conhecimento do "terminus a quo", será afetado também o "terminus ad quem" com conseqüências deletérias, verificáveis até mesmo em gramáticas e estudos afins, que deveriam primar por uma visão integral de toda essa problemática. A mesa redonda proposta pretende apresentar e debater alguns dos aspectos mais revelantes dessa questão.