A ORDEM V SN NAS CONSTRUÇÕES MONOARGUMENTAIS NA FALA CULTA
DO PORTUGUÊS BRASILEIRO E EUROPEU

Maria Spanó (UFRJ)

O fenômeno da ordem dos constituintes em sentenças declarativas tem sido amplamente discutido. Mesmo sob enfoques teóricos diferentes, os trabalhos constatam uma diminuição na freqüência da ordem V SN no Português do Brasil e a sua restrição a determinados contextos de uso, especificamente verbos com um argumento, como as construções inacusativas existenciais e as inacusativas não-existenciais.

Neste trabalho, focalizo os contextos inacusativos não-existenciais e a atuação dos condicionamentos a esse tipo de ordem, particularmente a natureza sintático-semântica do verbo. A análise se baseia em um corpus constituído pelas variedades brasileira (anos 70 e 90) e européia (anos 70) do português falado, utilizando a abordagem teórico-metodológica da Sociolingüística Variacionista e do modelo de Princípios e Parâmetros.

De um modo geral, os resultados revelam um comportamento diferenciado quanto ao posicionamento do SN dentro do próprio grupo dos verbos monoargumentais, podendo-se observar um continuum que vai desde contextos mais associados à ordem SN V até contextos mais associados à ordem V SN. Além disso, esses resultados apontam mais semelhanças do que diferenças entre as variedades estudadas.

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