A suposta supremacia da fala carioca
uma questão de norma

Angela Marina Bravin dos Santos (UFRJ)

É lugar comum no meio acadêmico, quer entre historiadores, quer entre gramáticos e lingüistas, a idéia de que a fala carioca se sobrepõe aos outros falares, o que lhe confere um suposto “status” de modelo a ser seguido. Há, por outro lado, autores que acreditam não existir uma variedade de determinada língua superior a outra e, portanto, não há justificativa para tomarmos a fala carioca como o ideal. Subjacente a essas duas visões está a concepção de norma lingüística. O presente trabalho busca justamente contrapor conceitos de norma para explicar a suposta supremacia do linguajar do Rio de Janeiro. Parte-se dos conceitos postulados por Coseriu e das observações de autores brasileiros, dentre os quais se destacam Gladstone Chaves de Melo, Celso Cunha e Serafim da Silva Neto. Retomam-se ainda resultados de pesquisas relativos à expressão do S implosivo e da vibrante no português do carioca.

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