ALUÍSIO AZEVEDO: CRIAÇÃO E JORNAL

José Ferreira Junior (UFMA)

A intenção desta pesquisa é realizar uma edição crítica do romance Girândola de Amores, Mistério da Tijuca na versão em folhetim, publicado pelo jornal carioca Folha Nova (1882-1883), da autoria do escritor maranhense Aluísio Azevedo. A tessitura da obra mostra o quanto o espaço do jornal serviu para estruturar o projeto literário do romancista, oferecendo ainda uma oportunidade para o entabulamento de um diálogo freqüente com o seu público-leitor, sinalizando para uma efetiva recepção crítica. Aluísio Azevedo é um típico exemplo de escritor e jornalista que, no século XIX, compunha romances em forma de folhetim ao mesmo tempo em que era um assíduo crítico de arte, cronista, além de polemista militante. Some-se a isso, o fato de o romancista ter começado pela caricatura sua contribuição para o jornalismo, razão pela qual seu processo de criação, em alguns casos, já está repleto de personagens abertamente caricaturais. Ficam claros os contornos do processo no qual o jornalista influenciava o romancista ¾ na aceleração do ritmo frasal, por exemplo, porque a prosa diária do folhetim tinha que se adequar às limitações físicas do suporte da linguagem: o jornal. Do mesmo modo, o ficcionista burilava o repertório argumentativo do polemista e, sendo assim, ratificava a maneira burlesca e caricatural de apresentar ilações.

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