Maria Aparecida Barbosa (USP)

Este trabalho propôs-se a examinar a dialética da significação, entre vocábulos contrários e contraditórios de microssistemas lexicais, que configuram relações antonímicas, relações que o léxico sempre sustentou e que possibilitaram, em abordagem epistemológica diversa, ou em dimensão semântico-semiótica, formalizações em quadrados e octógonos semióticos, convertendo tais vocábulos em termos com funções de metalinguagem. A antonímia, ou ‘oposição de sentido’, há muito é reconhecida como uma das mais importantes relações semânticas. Tem sido, contudo, segundo Lyons, objeto de grande confusão, em parte porque tem sido olhada como complementar da sinonímia e, em parte, porque muitos semanticistas não deram suficiente atenção às diferentes espécies de oposições que se estabelecem entre os elementos desses microssistemas lexicais. Examina, ainda, de um lado, as relações lógicas subjacentes ao fenômeno da sino-antonímia, suas especificidades e semelhanças estruturais; de outro, os microssistemas lexicais de sentidos opostos por contrariedade ou por contraditoriedade, com vistas à elaboração de uma tipologia de relações antonímicas. Foram utilizados modelos e métodos da lexicologia, da sintaxe-semântica.. Estuda, também, a natureza desse tipo de relação de significação, de acordo com Lopes. Concluiu que não se trata, contrariamente ao que se crê, de uma propriedade das palavras em si mesmas mas uma propriedade estrutural do sistema, ou antes, das relações que instauram as estruturas. Com base nos tipos de oposições observáveis entre esses elementos lexicais, considerou as relações de complementaridade, as de gradualidade e as de reciprocidade.