CRUZAMENTO VOCABULAR EM PORTUGUÊS
UMA ABORDAGEM BASEADA EM RESTRIÇÕES

Carlos Alexandre Gonçalves (UFRJ/CNPq)

Nesta comunicação, analiso o Cruzamento Vocabular em português - processo de formação de palavras que consiste na fusão de duas bases (cf., p. ex., ‘chafé’, mistura de ‘chá’ com ‘café’). Com base na Teoria da Correspondência (McCarthy & Prince, 1995), uma extensão da Teoria da Otimalidade (Prince & Smolensky, 1993) aplicada à Morfologia, pretendo analisar o papel dos restritores de fidelidade (MAX, DEP) e de alinhamento (ALIGN), demonstrando que esse fenômeno difere da Composição clássica por não envolver adjunção sintagmática de formas. Ao maximizar a correspondência para com as duas formas de input (as palavras-matrizes), blends lexicais maximizam o alinhamento das bases, otimizando os efeitos de MORFDIS, uma restrição morfológica que milita contra qualquer tipo de descontinuidade.

Analisando dados rastreados a partir de fontes orais (Projeto Discurso & Gramática) e escritas (jornais e revistas de grande circulação nacional), pretendo mostrar que cruzamentos permitem correspondências múltiplas para que ALIGN seja minimamente respeitada, mesmo que, para isso, seja necessário postular a existência de elementos ambimorfêmicos. Estabelecer a hierarquia entre restrições prosódicas, morfológicas e de fidelidade constitui o principal objetivo do trabalho que, para isso, procurar mostrar que o fenômeno em questão é de natureza não-concatenativa, ao lado de outros processos morfológicos do português, como o Truncamento e a Reduplicação.

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