Da oralidade à escrita(Re)categorizando as ocorrências

Marcelo Andrade Leite (USS)
Maria Inês Mexias Rodrigues
(USS)

O trabalho sobre sessenta textos de alunos adultos em processo de alfabetização pertencentes ao arquivo do projeto Língua, Comunidade & História mantido pela Universidade Severino Sombra - Vassouras - RJ, leva-nos a uma encruzilhada epistemológica e nos força a uma reflexão mais atenta das inadequações registradas em textos de adultos e suas respectivas categorizações propostas por outros autores.

Primeiramente, ressaltamos que o contraste entre as inadequações cometidas por adultos e crianças revelou-nos uma similaridade inquietante e nos apontou para o fato de que, na verdade, as referidas ocorrências são decorrentes da transição de um universo oral para um escrito e, nessa passagem, o aluno transfere algumas características da oralidade uma vez que não reconhece na escrita uma outra forma de expressividade humana com suas regras próprias e a encara meramente como uma tentativa de reprodução ipsis litteris da oralidade.

Por outro lado, alguns aspectos (poucos) registrados nos textos de crianças não apresentam significativa ocorrência em textos de adultos. Daí, ser necessário repensar alguns aspectos do processo de aquisição da linguagem escrita por parte do adulto para acurarmos a instrumentação teórico-investigativa que norteia a pesquisa desenvolvida.

Com base nos trabalhos do Ceale (Centro de Estudos de Alfabetização e Letramento) em Belo Horizonte - MG e em textos de SOARES (1989) e NASCIMENTO (1998) e outros, propomos uma reformulação na categorização das inadequações referentes à norma culta registradas em textos de adultos.

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