DIALÉTICA DA SIGNIFICAÇÃO NO DISCURSO
ÉTICA E MORAL

Maria Margarida de Andrade (Mackenzie)

Este trabalho tem por objetivo analisar os diferentes sentidos que os significados das palavras assumem, em situação de discurso. A Semiótica, ciência que estuda os significados das linguagens verbais e de outros sistemas de signos, tem suas raízes na antigüidade greco-romana. Platão e Aristóteles já se preocupavam com a natureza dos signos, da significação e da comunicação humana. Outros filósofos e gramáticos dedicaram-se ao estudo sobre a origem das palavras e sua significação, porém, foi Demócrito, no século IV a. C., quem primeiro registrou os fenômenos da polissemia e da sinonímia. Sobre o emprego dos sinônimos, admite-se, atualmente, que não existem sinônimos perfeitos ou absolutos, que possam permutar-se em todos os contextos. Em todas as séries sinonímicas, um dos elementos é sempre o mais adequado para determinado contexto, pois os significados das palavras se apresentam mais no contexto lingüístico e extralingüístico que na sua estrutura semêmica. Palavras aparentemente sinônimas, no discurso apresentam conotações diferentes, porque os significados sofrem variações conforme a época, o lugar, a sociedade e a cultura. Tais diferenças estão sempre ligadas ao uso dos falantes. Para ilustrar o assunto, tomou-se por base a crônica de Cony A moral e a ética, publicada na Folha de S. Paulo, em 22-02-2003. O autor, neste texto, faz referências não somente à variação, mas também à evolução do sentido dessas palavras. Confessando sua implicância com a palavra ética, afirma que moral tem significado mais abrangente, transcendendo o “ofício ou função”.

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