Dialeto Italiano
Livio Panizza (UERJ)
O termo “dialeto”, do grego (dialektos) foi assumido pelas principais línguas européias, apresenta nos diferentes países outros sinônimos. Pode indicar seja um sistema lingüístico autônomo em relação à língua nacional, seja uma variação falada da língua nacional.
Enquanto a língua pode ser definida como uma variação lingüística com um estatuto sócio-cultural e político garantido pelo estado, dotada de um código específico reconhecido internamente e no exterior, possuindo uma sólida tradição escrita, e utilizada como meio de comunicação nacional em todos os níveis da fala e da escrita, o dialeto é entendido como variação lingüística empregado numa área geograficamente restrita, em âmbitos limitados, e usado predominantemente como meio de comunicação oral.
Há critérios lingüísticos e sociolingüísticos para distinguir o dialeto da língua, como: 1. subordinação social; 2. âmbitos e modalidades de uso; 3. difusão espacial geográfica; 4. oficialidade nacional; 5. compreensão recíproca; 6. modelo de prestígio; 7. fator político; 8. âmbitos de domínio; 9. amplitude e restrição lexical; 10. expressividade e formalismo.
Estes critérios serão desenvolvidos na exposição do trabalho. Se de um ponto de vista estrutural não é possível traçar uma nítida distinção entre língua e dialeto, de um ponto de vista semiológico, funcional e textual as diferenças são profundas. Na realidade, existe uma compLementação funcional entre a língua e o dialeto, ambas as variações lingüísticas desenvolvem funções importantes, mas complementares.
O trabalho será ilustrado com alguns exemplos da escrita em dialeto trentino e em italiano, traduzidos logicamente em português.
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