Estratégias da Intertextualidade

Maria Lucia Mexias Simon (USS)

Os arquétipos de gênero, por mais abstratos que sejam, constituem estruturas textuais sempre presentes no espírito de quem escreve (arquitexto). Perdem sua transitividade, já não falam, são falados; deixam de denotar para conotar; já não significam por conta própria, passam a ser material de reconstrução. A relação da obra de arte com seus arquétipos pode ser de realização, de transformação ou de transgressão. Muitas vezes, é o tipo dessa relação que define a natureza da obra (sátira, drama etc). Os contos, mitos e histórias tradicionais tendem a englobar-se e formar agregados enciclopédicos, distanciando-se durante séculos, constituindo uma série de analogias, sobretudo numa cultura homogênea. Os poetas (e a poesia) são, freqüentemente, errantes. O intertexto desempenha o papel do filósofo, do santo, unanimemente venerado, tido como mártir e de quem se veste, como uma roupa, o modo de dizer. Visamos, nessa comunicação, a relatar pesquisa em andamento, sobre essas estratégias da intertextualidade presentes no cancioneiro contemporâneo no Brasil.

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