Gladstone chaves de melo
entre purismo gramatical
& sensibilidade estilística
Darcília Marindir Pinto Simões (UERJ)
A participação do Prof. Gladstone Chaves de Melo no panorama dos estudos estilísticos da língua portuguesa no Brasil merece ser divulgada para a nova geração de estudiosos do vernáculo. A visão do mestre, classificada por alguns como extremamente purista e reacionária, mostra-se aberta ao deleite do texto cuja forma se apresenta afinada com seus propósitos expressivos. Acerca do fazer literário e do cruzamento das variáveis lingüísticas no interior da obra, o notável estudioso debruçou-se sobre páginas de Vieira, Alencar e Gonçalves Dias (entre outros), em cujas fontes bebeu o que há de mais significativo na literatura lusófona.
Gladstone Chaves de Melo, monumento da cultura nacional, destacava a beleza dos textos e o valor dos dados enciclopédicos neles projetados, examinado-lhes a riqueza lexical e demonstrando a importância da leitura dos clássicos da literatura lusófona. Sua posição metodológica ante os conhecimentos da sintaxe da língua e a despreocupação com os excessos nomenclaturais desenhara uma posição vanguardista, a despeito de sua imagem austera e dita conservadora. O respeito ao coloquialismo como marca estilística na obra de José de Alencar é prova de sua sensibilidade estilística, que, associada à atitude filológica no tratamento da produção literária deixou-nos legado valioso para a análise dos componentes da expressividade textual em língua portuguesa.
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