Sérgio Arruda de Moura (UENF)
Marinete Sales de Souza (UENF)
Andressa do Amaral Machado (UENF)

O texto elabora questões iniciais de apresentação e inserção de linhas políticas de uma pedagogia lingüística em escolas, a partir dos programas de língua materna. Parte-se do pressuposto de que as atividades de ensino de língua materna podem extrapolar o âmbito da sala de aula e servir de suporte para outras reflexões no âmbito social quando se usa a língua como expressão incontestável de padrões sócio-políticos e culturais tanto de indivíduos quanto de grupos. Lingüística e Pedagogia, amparadas por outras disciplinas, engendram um modelo de construção de identidades baseado na importância que assume a linguagem nos campos sócio-cognitivos - campos nos quais as estratégias de uso e construção do conhecimento se aliam a uma visão ampla e crítica da sociedade. Desta forma, uma pedagogia lingüística também salienta a habilidade e a necessidade social da língua como fator fundamental para o desenvolvimento pleno de alunos de língua materna - cidadãos usuários da língua, inseridos na esfera social da escola, de quem se espera o domínio funcional de uma língua adequada a contextos específicos de uso. Entendemos, portanto, que a diversidade de registros lingüísticos coincide com a diversidade de indivíduos com peculiaridades ideológicas que tornam sua experiência no mundo única. Dialogando com professores de línguas num projeto pedagógico específico, destacaremos o papel que tem a ciência da linguagem na consecução de objetivos tão amplos, dentre os quais, o uso social da língua.