O indigenismo de Raul Bopp, em Cobra Norato

Maria Beatriz Ribeiro (USP)

O indigenismo está fortemente presente na obra “Cobra Norato”, de Raul Bopp. Verificamos, além de inúmeros termos do Tupi Antigo, do Nheengatu e de outras línguas indígenas da região amazônica e do Caribe, a presença de um mito indígena que nomeia o próprio poema, sendo ainda o personagem principal da narrativa. Os outros personagens do poema são componentes do universo simbólico indígena. É o caso de Boiúna, do Tatu da Bunda Seca, etc.

Verifica-se no poema o emprego de diminutivos e de estruturas morfológicas inspiradas no Tupi Antigo e no Nheengatu, que dão ao texto um caráter afetivo e até mesmo infantil.

Em Cobra Norato o indigenismo modernista atinge, talvez, sua mais acabada expressão.

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