O
riso policrônico de Aristófanes e o sexo
como possíveis paliativos
para os conflitos humanos
Dulcileide Virginio do Nascimento (UERJ)
A humanidade parece possuir uma aptidão natural para o conflito, seja ele interior ou exterior, solitário ou coletivo.
O povo grego do séc. V a.C., intenso cultuador das artes relacionadas a guerra, já possuía nesse período o germe latente, em uma parte , pelo menos, do povo, da busca pela paz. Aristófanes, poeta cômico dessa época, foi um ardoroso crítico da sociedade grega e da forma com que ela se desenvolvia e, na sua peça de nome Lisístrata, apresentada em 411 a.C., utilizou o ápice do desejo humano, o sexo, como uma verdadeira arma química, arma capaz der desfazer desejos outros que não estivessem relacionados ao fato de concretizar a união com o ser desejado. A união dos corpos passou, então, a ser sinônimo de paz .
De uma maneira divertida e questionadora o poeta desfaz as relações mais intrínsecas do poderio masculino entregando-o nas “ frágeis mãos das mulheres” que iniciaram/ desfizeram uma guerra contínua, diária e imprecisa conhecida como a guerra dos sexos.
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