O trabalho do professor voluntário
normas para o exercício da prática didática
sob o olhar da heterogeneidade enunciativa

Renata Campelo Dias (UERJ)
recdias@yahoo.com.br
Vera Lucia de Albuquerque Sant’Anna
(UERJ)
santanna@vialink.com.br

Com a crescente importância do movimento mundial por ações voluntárias, tentar compreender como se dá essas ações na área da educação e que possíveis perspectivas apresentam, pareceu-nos uma questão investigativa bastante pertinente, não só enquanto profissionais ligados à educação mas também enquanto cidadãos preocupados com as diretrizes da prática sócio- educacional. Dessa forma, esta pesquisa - que integra o projeto intitulado: “Práticas discursivas de heterogeneidade enunciativa”, coordenado pela orientadora - tem dois eixos teóricos de base: a visão ergológica de trabalho (Schwartz, 1998), e a perspectiva enunciativa para os estudos de base lingüística (Maingueneau, 2001). Nosso objeto de estudo são estatutos/regimentos e, quando houver, planos pedagógicos, que de alguma forma prescrevem e/ou orientam o trabalho do professor-voluntário em ONG’s ou associações similares, considerando sempre a oposição estabelecida entre trabalho prescrito e trabalho real. Nosso objetivo, portanto, é identificar vozes trazidas a falar de/sobre/para esse trabalhador nos documentos reguladores da sua atividade, a fim de observar o que se espera/define como trabalho voluntário e, desse modo, participar dos espaços de questionamento e crítica dessa situação de trabalho muito particular. Para realizar tal análise, utilizamos as noções de discurso relatado (Sant'Anna, 2000) e de cenografia discursiva (Maingueneau, 1989). Entendendo que a compreensão do que se pré-estabelece e do que é efetivamente executado em uma sala de aula é uma questão que ultrapassa o cenário que nos prepusemos a estudar, vamos nos ater, no momento, aos documentos de prescrição que regulam a atividade desse trabalhador.

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