Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UJRJ)

Este trabalho pretende analisar o funcionamento de estratégias coesivo- argumentativas em textos jornalísticos, sob a perspectiva enunciativa. O ponto de vista adotado insere a argumentação como pertencente à ordem do preferencial e do retórico e considera, portanto, o emprego de certas expressões reformulativas, como isto é, a saber, ou melhor, como estratégia de progressão textual e processo avaliativo dos sujeitos enunciadores. Permite também considerar os termos envolvidos na construção dos textos como determinantes de uma orientação de sentido, que vai guiar o raciocínio do leitor em direção às teses defendidas no discurso. Analisa-se um “corpus” formado de textos dos Jornais do Brasil e da Folha de São Paulo, sob a perspectiva da Análise do Discurso comunicacional. (Charaudeau ( 1996) e Maingueneau( 2001). Procurando estabelecer uma interdependência entre a estruturação do enunciado e sua enunciação, parte-se da hipótese de que no exame dos textos, prioritariamente deve-se levar em conta a identidade dos sujeitos envolvidos no discurso, o “contrato comunicativo”, que comanda e rege os enunciados, a situação e a cenografia em que se dá o emprego dos elementos lingüísticos. Aceita-se assim que o discurso é sempre influenciado e determinado pelas condições da situação e/ou inferido de lugares ou crenças socialmente estabelecidos. Dada a importância dos textos da Mídia e de seus diversos gêneros textuais na atualidade, torna-se importante saber como os textos são recebidos e interpretados por leitores criticamente, uma vez que são também co-autores, capazes de avaliar as mensagens dirigidas pelos enunciadores.

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