regionalismos, arcaísmos, tecnoletos
EM “OS SERTÕES” DE EUCLIDES DA CUNHA
Maria Lúcia Mexias Simon (UVA e USS)
Uma das possíveis causas de o número de leitores de "Os sertões" não ser dos mais elevado está, talvez no fato de ser a obra quase tão difícil de desbravar quanto o próprio sertão. Seu volume, acrescido a um vocabulário repleto de regionalismos, arcaísmos, tecnoletos, assustam, um pouco, o leitor não aficionado a desafios dessa ordem. Porém, é exatamente nesse aspecto que reside seu fascínio. O vocabulário rico, a par de uma descrição seca, contudo pormenorizada, a construção sintática peculiar, o uso de figuras de estilo de forma inesperada, pelo caráter da obra, apresentam uma brenha tão áspera, inóspita e sedutora quanto seu próprio cenário. Depois do Conselheiro e depois de Euclides o sertão e a visão do sertão nunca mais foram as mesmas.
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