RELAÇÕES DE ANTONÍMIA NA COSMOVISÃO QUÉCHUA
Júlio Luis Flor Bernuy (UNIBERO)
No século XXI, o homem quéchua está imerso na dinâmica das sociedades, caracterizada pela liberdade de se inserir no processo histórico de desenvolvimento, com pensamento marcado pela tensão dialética entre a modernidade e a tradição. Na práxis cultural andina, as manifestações tradicionais são algumas vezes consideradas como impróprias para a época e, outras vezes, ovacionadas como expressão sagrada de uma cultura milenar.
Na língua e na cultura quéchua estão sempre presentes as relações antonímicas, como em todo sistema semiótico, e muito mais nas relacões semântico-semióticas expressas no léxico, pelo caráter dinâmico do código e pelas necessidades flutuantes num universo antropocultural submetido a movimentos de múltipla índole.
A cosmovisão quéchua está manifestada na língua quéchua e no code-switching espanhol-quéchua como uma ideologia ou axiologia ou sistema de valores da sua cultura, transmitindo e manifestando os processos semióticos de seu sentimento de permanência e continuidade ou (re)formulando a adaptação e a readaptação permanente num mundo incessantemente mutante. Nesses processos a tensão dialética é manifestada na dicotomização de sentido, traço essencial da língua, reflexo das manifestações culturais nas relações de oposição, inclusão, complementação ou dependências internas. Talvez o aspecto religioso seja o elemento que com maior constância - embora não com maior força - controle a conduta humana, e, aqui, a terra é o ponto nevrálgico ou eixo central da concepção cosmogônica Inca, hoje quéchua. Para tanto, neste trabalho apresentamos sucintamente as relações de antonímia no universo cosmogônico andino-quéchua.
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