TRADUÇÃO
PRÁTICA TÉCNICA
OU FERRAMENTA TRANSCULTURAL?

Isa Ferreira Martins (UERJ)
Maria Aparecida Ferreira de Andrade Salgueiro
(UERJ)

O presente trabalho pretende propor uma discussão sobre o conceito de tradução que, comumente, fica limitado ao sentido da literalidade ou do trabalho técnico.

Milenarmente praticada, a tradução ganha um novo papel de destaque na contemporaneidade devido às discussões sobre globalização - que há séculos vem ocorrendo. No entanto, o legado cultural desse processo, que tem como importante ponte a prática tradutória, ocupa, geralmente, um papel de coadjuvante.

Diante desse quadro, surge, então, a necessidade de um novo olhar sobre o papel do tradutor e das questões que cercam seu ofício.

As experiências vividas como bolsista PROATEC do Escritório Modelo de Tradução Ana Cristina César, do Instituto de Letras da UERJ, motivaram a presente pesquisa. Vivenciar cotidianamente o trabalho desenvolvido pela equipe do Escritório serve como um laboratório para reflexões sobre o papel do tradutor para a sociedade, as desafiantes problemáticas que cercam seu trabalho, além de, cada vez mais, constatar a dimensão da tradução como ferramenta transcultural.

O diálogo entre culturas, proporcionado pela prática tradutória, deixa à sociedade uma espécie de herança coletiva. É através dela que o mundo tem acesso, por exemplo, a relíquias como as de Platão, Shakespeare, Descartes, Dante, Newton, Einstein, Fernando Pessoa, entre vários outros. E possibilita, ainda, a troca de experiências, informações, livros e saberes técnicos, científicos, teóricos, históricos, artísticos, literários, filosóficos...

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