Tânia Maria B. Rodrigues (UFF)

Este trabalho analisa a escolha lexical dos verbos introdutores de fala no discurso direto, na mídia impressa contemporânea. Assim, tendo como escopo a análise semiolingüística do discurso, na linha de Charaudeau (1996), foram verificadas duzentas e quarenta e duas ocorrências em dois periódicos de grande circulação na cidade do Rio de Janeiro - O Dia e Jornal do Brasil, no período compreendido entre novembro e dezembro de 1998. Utilizamos como teoria complementar, os postulados de Goffman (1980) sobre a noção de “face”. Revela-se, portanto, como essa seleção pode configurar a imagem de um indivíduo sob o olhar de um narrador/jornalista. Destaca-se, ainda, a expressividade na seleção dos verbos introdutores de fala, tornando o texto mais original e engajado em uma realidade carente de análise e crítica. Também se observa a atuação dos dicendi como organizadores discursivos no texto midiático. Tais verbos mostram-se, sobretudo, como uma excelente marca lingüística para desvendar a ideologia subjacente ao texto. Propõe-se, finalmente, uma categorização desses verbos a partir da análise do material lingüístico em textos divididos em quatro mundos distintos a saber: mundo político, mundo esportivo, mundo artístico e sociedade em geral. Finalmente, sugere-se uma estratégia de ensino voltada para uma leitura mais crítica do texto jornalístico.

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