VILA REAL: UM BREVE ESTUDO DO LÉXICO

Denise Salim Santos (UNIG)

A definição tradicional de léxico ou vocabulário como inventário completo dos termos de uma língua parece-nos uma visão redutora daquilo que julgamos um fator de grande relevância para o estudo de uma língua de cultura: o estudo do léxico.

É no léxico que, com maior vitalidade e imediatismo, se reflete um mundo em constante mudança, mudança esta que determina o nascimento de novos itens lexicais ou a preterição destes, cessada a motivação de seu uso, não raro pelo aparecimento de um novo termo que o substitui. Tal dependência em relação à realidade extralingüística faz do estudo da palavra uma fonte inesgotável de informações. Pelo seu uso chega-se a lugares, tempos, costumes e tradições lingüísticas. Assim, reclamam lexicólogos e lexicógrafos, e com razão, da pouca atenção que se dá aos estudos da palavra, principalmente em relação à produção literária dos grandes escritores brasileiros, que carece de um minucioso estudo no tocante ao vocabulário por eles empregado em suas obras.

Nossa proposta é dar uma modesta contribuição à pesquisa lexical, fazendo o levantamento do vocabulário empregado por João Ubaldo Ribeiro, jornalista e escritor enaltecido pela crítica como profundo conhecedor da Língua Portuguesa, em seu romance “Vila Real”, em que a erudição vocabular se cruza com o popular, com o regional onde o que parecia morto, renasce construindo um texto literário que deixa documentado em suas páginas um acervo lexical valioso dos muitos falares do povo brasileiro.

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