EXTRA! EXTRA!
O
EMPRÉSTIMO
LINGÜÍSTICO
VIROU
NOTÍCIA
Vito
Manzolillo (UNESA)
No Brasil de
hoje,
na
esfera
dos
estudos
lingüísticos,
é
difícil
apontar
um
assunto
mais
discutido e comentado do
que
a
questão
dos
empréstimos.
Tal
afirmativa,
capaz,
num
primeiro
momento,
de
provocar
polêmica
demonstra-se verdadeira a
todo
aquele
que
costuma
ler
com
atenção
os
principais
jornais
e
revistas
do
País,
cada
vez
mais
pródigos
em
artigos,
reportagens e
manifestações
de
leitores
relativas ao
tema.
Ao
contrário
de
outros
tópicos
lingüísticos,
cujo
interesse,
devido
a
suas
próprias especificidades,
quase
totalmente
se restringe a
lingüistas,
gramáticos
e filólogos, a
utilização
–
mormente
quando
considerada abusiva – de
palavras
estrangeiras é
um
daqueles
temas
capazes
de
seduzir
variada
gama
de
indivíduos,
especialmente
quando,
na
sociedade
global,
“reabrem-se
debates
sobre
territórios
e
fronteiras,
povos
e
nações,
diversidades
socioculturais e político-econômicas,
línguas
e
religiões,
nacionalismos
e
colonialismos,
culturas
e
civilizações”.
Na
verdade, é
bastante
natural
que as
coisas se
passem dessa
maneira,
principalmente
nos
dias
atuais,
caracterizados,
graças a
um
significativo
progresso
científico e
tecnológico,
pelo encurtamento das
distâncias
entre
países e
pela
interpenetração
crescente dos
diferentes
povos do
planeta,
fatores
facilitadores da
ocorrência de
empréstimos no
campo
lingüístico,
que devem
ser, de alguma
forma,
levados
em
conta
quando da
abordagem do
assunto.
Questão
espinhosa e
multifacetada
por
natureza, a
adoção de
palavras
estrangeiras
não pode
ser enfrentada
com
posturas
maniqueístas e redutoras,
que
só comportam
juízos
como “certo”
ou “errado” e
mais
nada.
Como (quase)
tudo na
vida,
ela
também
apresenta
aspectos
positivos e
negativos .
Os
textos a
seguir –
alguns
escritos
por
especialistas
– foram extraídos da
imprensa
escrita
nacional e
nos ajudarão a
entender
melhor os
meandros do
empréstimo
lingüístico.
IANNI, Octavio.
Língua
e
sociedade.
In:
VALENTE,
André (org.).
Aulas
de
português:
perspectivas
inovadoras. Petrópolis:
Vozes,
1999, p. 12.