A IMPORTÂNCIA DA FONOLOGIA SINCRÔNICA
NO ESTUDO DA DIACRONIA
Manoel Pinto Ribeiro (ABF, UERJ e UNISUAM)
INTRODUÇÃO
As línguas se encontram sempre em um equilíbrio instável e numa mutação contínua. Há razões de ordem psicológica e social que podem perturbar o uso de uma língua e provocar alterações. Muitas mudanças são explicadas pela história da língua, como veremos a seguir.
A variação lingüística é estabelecida pela dialética liberdade / norma. Para assegurar a compreensão do que se fala é necessário que haja uma norma mínima, que estabelece o entendimento entre os falantes de uma determinada comunidade lingüística. Baseada numa tradição coletiva, temos uma norma superior, imposta pelo uso coletivo, que busca a conveniência social, com uma defesa de certos princípios comuns a todos os falantes (Silva, 1973).
Há muito radicalismo em alguns trabalhos que procuram invalidar o uso de um nível culto ou formal, já consagrado, sem exageros de certas determinações de autores que não seguem os preceitos da lingüística que procura descrever os fatos da linguagem sem um parti pris normativo.
Porém não é nosso objetivo discutir esses pontos polêmicos criados há algum tempo. A norma culta é exigência em determinadas situações de uso da língua, por isso há um nível de linguagem que deve ser utilizado.
A chamada parte “dura” (hard) da lingüística tem deixado de ser objeto mais atento de estudos, o que traz prejuízo para o entendimento de algumas variações. Isso ocorre principalmente com o estudo de Fonética e Fonologia. Por isso passaremos a verificar o quadro de vogais orais na fase sincrônica, no português do Brasil. Também é importante que ressaltemos a falha descrição de muitos compêndios que omitem esta lição. Parece-nos que é necessária uma releitura de vários conceitos do grande descritivista da língua portuguesa - o mestre Joaquim Mattoso Camara Jr.
O QUADRO DE VOGAIS
As vogais orais, de acordo com o ambiente fônico (posição do fonema na sílaba), apresentam um quadro variável. Assim:
1 - tônicas - sete vogais: / a / , / é / , / ê / , / i / , / ó / , / ô / , / u / . Aqui o quadro apresenta o maior número de vogais (sete), em virtude da oposição entre o timbre aberto e fechado, como em: peso (s. = / ê / ) x peso (v. = / é / ) gosto (s. = / ô / ) x gosto (v. = / ó / ). A comutação (substituição) de fonemas ocasiona a mudança de significado dos vocábulos.
2 - átonas pretônicas - cinco vogais: / a / , / ê / , / i / , / ô / , / u / . Nesta posição, só necessitamos de cinco vogais. Aqui se anula a oposição entre aberta e fechada (neutralização) que ocorre na posição tônica. Com duas vogais pretônicas, pode ocorrer uma oscilação ou flutuação, fenômeno fonético apenas, pois a mudança não traz alteração no significado. Isso acontece com as vogais / e / e / o / , em palavras como: 1) desvia: o / e / pretônico pode ser emitido como / i / ; porém, máxime nos estados nordestinos, há um forte timbre aberto nessas vogais: / é / ; 2) costume: o / o / pretônico pode passar a / u / ; também no Nordeste se nota um timbre aberto nessas vogais: /ó/.
3 - átonas postônicas mediais - ídolo rima com estrídulo; pérola com cérula ( = cerúlea - da cor do céu), como nos mostra Mattoso Camara Jr. num estudo sobre poesia em autores brasileiros. Diz o autor não existir nessa posição, fonologicamente, a vogal / o / . Apesar de alguns vocábulos (eruditos) manterem o / o / inalterado (ícone, átona, paroxítona, oxítona, proparoxítona), na pronúncia formal, o fato não traz oposição significativa. Portanto, o quadro de vogais postônicas mediais passa a ser de quatro fonemas, já que as posteriores / ô, ó e u / ficam reduzidas apenas ao / u / , pela neutralização (anulação da oposição lingüística).
4 - átonas postônicas finais - três vogais apenas: / a / , / i, / u / . Ex.: bônus / U / x pato / U / ; jure / I / x júri / I / . Observem-se: tribo e quase, com vogais pronunciadas / u / e / i / , respectivamente.
Aqui, ocorre a neutralização total entre as vogais anteriores e posteriores, resultando um fonema apenas em cada uma dessas séries. O fonema único resultante dessa anulação da oposição é denominado de arquifonema.
Temos cinco letras, mas apenas três fonemas. Não importa que no Sul, o / e / e o / o / sejam pronunciados de acordo com a ortografia, pois, nas demais regiões, essas vogais soam como / i / ou como / u / . De qualquer forma, a articulação do fonema como / i / (mais normal) ou como / e / (no Sul) não acarreta mudança de significado no vocábulo: é apenas um fenômeno fonético.Esta lição, como afirmamos acima, se apóia em ensinamentos do lingüista Joaquim Mattoso Camara Jr. Em nossa Gramática aplicada da língua portuguesa, demos grande realce a esse enfoque do estudo das vogais, pois essa lição define claramente quais são as vogais no português do Brasil.
Celso Cunha e Wilton Cardoso (1978: 66) nos mostram que “a história das vogais e dos encontros vocálicos portugueses explica-se fundamentalmente pelo vocalismo do latim vulgar”.
As vogais tônicas permanecem em português, respeitados os valores do latim vulgar. As vogais longas eram fechadas; as breves tinham o timbre aberto. Como vimos, o timbre das tônicas / e / e / o / é fator distintivo, ou seja, serve como elemento opositivo na língua portuguesa.
As vogais postônicas do latim vulgar desapareciam (sofriam síncope) para evitar o proparoxítono, tendência que ocorre até hoje no registro popular: pólvora passa a polva ou porva; abóbora se torna abobra.
Os hiatos no latim vulgar tendiam a desaparecer, pela difícil pronúncia, exigindo aberturas sucessivas da boca. Assim: vinea > vinia > vinya > vinha. Havia uma tendência de fechamento da vogal até chegar a uma semivogal, ocasionando, então, uma palatalização pelo contato do / n / com a semivogal / y / . O hiato do vocábulo ruim (ru-im) não ocorre na fala popular (Nascentes, 1953).
Outro fato comum na história da língua era a crase: sedere > seer > ser. Repare-se o fenômeno com o termo caatinga. Muitos dicionários averbam a variante catinga, com a crase dos aa. O mesmo observamos nos superlativos necesariíssimo e seriíssimo. Com a crase dos ii, passamos a ter seríssimo e necessaríssimo.
Em também, o / a / , na fala popular, passa a / o / , por influência de labiais: tombém, fato que ocorreu, na diacronia, com o vocábulo latino fame que passou a fome.
A terminação -agem tende a perder a nasalidade: corage, viaje, passage. As palavras umbigo e ungüento soam imbigo e ingüento, fenômeno que também costuma ocorrer em Portugal.
No monossílabo bom dá-se uma ditongação: bão. Com o ditongo ei / ey / , principalmente diante de palatais, ocorre a redução para um fonema (monotongação): peixe - pexe; queijo - quejo.
Enfim, poderíamos verificar inúmeras outras variações ocorridas com as vogais no português do Brasil. Os fenômenos acima descritos dão um panorama dos estudos sincrônicos e diacrônicos no campo da Fonética e da Fonologia.
AS CONSOANTES
A consoante (foneticamente falando) é produzida com um obstáculo se interpondo à passagem da corrente de ar, ao contrário da vogal que é um som produzido pela ressonância bucal, onde a corrente de ar passou livremente.
Bertil Malmberg (Fonética, 57) também se firma no critério acima enunciado para a descrição fonética das vogais e consoantes: passagem livre para as vogais; comprimida ou detida momentaneamente para as consoantes.
Pelo critério fonológico, vimos que a consoante não aparece, no português, como núcleo silábico: não atua como centro ou ápice silábico. QUILIS, Antonio & FERNANDES, Joseph A., no Curso de fonética y fonología españolas (p. 47), dizem do espanhol:
... desde el punto de vista fonológico, en español, las vocales se opone a las consonantes precisamente por su capacidad de formar núcleo silábico: vocal = núcleo silábico / consonante = margen silábico.
O QUADRO DE CONSOANTES NO PORTUGUÊS DO BRASIL
O ensino gramatical também não tem dado a devida importância para o número de consoantes de acordo com sua posição na sílaba.
A posição inicial
É, fora de dúvida, a posição, em português, para a formação do quadro de consoantes. Aqui existem dezoito consoantes. Émile Genouvrier e Jean Peytard (LEP, 71) mostram um quadro de freqüência de emprego de consoantes. O /
ň / e o / l’ / (palatais, escritos nh e lh, respectivamente) em posição inicial, aparecem em raríssimos vocábulos. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira cita cinqüenta e três vocábulos com / ň / inicial. Note-se, aqui, o aparecimento de uma variante com / i / : “nhambu” ou “inhambu”. Brian Head (A comparison of the segmental phonology of Lisbon and Rio de Janeiro) dá como exemplo “nhame”, que Aurélio coloca apenas com / i / . Com / i / , Aurélio (no NDLP, 840) dá oito entradas. Veja-se a oposição em nhato / nato; lhama / lama.A posição intervocálica
Além de a precisão ser menor, não se nota sempre uma nitidez articulatória, havendo vários casos de variantes posicionais. Nesta posição, aparecem dezenove consoantes (o / r / fraco só aparece entre vogais, no português), assinalando-se séries opositivas:
/ p / , / b / : roupa / rouba | / t / , / d / : pote / pode; mete / mede |
/ k / , / g / : reco / rego(verbo) | / f / , / v / : mofe / move |
/ s / , / z / : caça, cassa / casa | / s’ / , / z’ / : acho / ajo; queixo / queijo |
/ m / , / n / , / ň / : amo / ano / anho | / l / , / l’ / : tala / talha, halo / alho |
/ r’ / , / r / : erra / era; sarro / saro |
Na sua tese de doutoramento, em 1949, Mattoso Camara tentou demonstrar que o / r / brando seria um alofone do / r’ / múltiplo. Em trabalhos posteriores, modificou seu pensamento, forçado pelas nítidas oposições que ocorrem em português: mirra x mira.
A posição final
Na posição pós-vocálica, o quadro apresenta uma diversidade de opiniões. No entanto, acreditamos que a solução apontada por Matoso ainda seja a melhor. Assim: / l / , / R / , / S / , / N / . O / l / aparece como uma variante posicional, podendo, em muitas regiões, de acordo com os variados registros, ser emitido como semivogal posterior / w / , fato que não traz oposição significativa em português, desfazendo-se a homonímia no contexto frasal: mal e mau; vil e viu
Essa variação do quadro de consoantes é importante para o entendimento de diversos pontos do nosso sistema fonológico.
Os encontros consonantais
Na realidade fonológica, poucos são os encontros consonantais em português. Mattoso Camara (ELP, 41) nos mostra:
Em posição intervocálica, pode parecer, por insinuação do uso da 1íngua escrita, que há a possibilidade de muitas consoantes, como sugerem as grafias ritmo, apto, e assim por diante. Mas é uma ilusão, como veremos ao apreciar a estrutura da sílaba, em particular no português do Brasil.
Salienta o mestre, ainda, a introdução, pelo vocabulário erudito, de outras consoantes em aparente posição pós-vocálica: pacto, advogado, ritmo, oftálmico. E afirma: “Tudo indica, porém, que a divisão silábica usual, que as considera em fim de linha, é fonética e fonemicamente (fonologicamente) artificial”. (PEFP, lll / l12)
É também notória a reação popular a esses encontros, com o desenvolvimento de outra sílaba: / penew / , / adevogadu / , / abisulutu / , fixando o primeiro membro como consoante pré-vocálica, “em virtude de ele valer no grupo pela sua metástase e ser (de acordo com a nomenclatura saussuriana) uma explosiva, em vez de implosiva com o predomínio da catástase” (Mattoso, PEFP, 111 / 112).
Neste ponto, é necessário que se estude a constituição da sílaba em português. A sílaba típica é a que sai de uma explosão e cai numa implosão. A sílaba atípica é formada de uma implosão seguida de outra implosão. A sílaba atípica é anormal: há implosão, mas não sucede a explosão, desfaz-se sem cair numa explosão, recomeça uma nova implosão, o que seria o caso de apto (considerando~se o encontro consonantal como válido).
Pois bem, na língua portuguesa isso é impossível. Não se pode desfazer esse / p / sem cair numa explosão qualquer e, logo em seguida, armar os mesmos músculos para formar o / t / (razão pela qual sempre se pronuncia a palavra apto com um / i / entre o / p / e o / t / : / ’apitU / .
Em alguns vocábulos, outra resolução do falante é a síncope do fonema causador da incompatibilidade fonética e fonológica: contacto / contato; accessório / acessório.
Não é diferente o tratamento que se dá ao que ocorre, verbi gratia, em fixo e anexo. O fenômeno é idêntico. Na realidade o x representa três fonemas / kis / , e não um encontro consonantal / ks / . O erro gráfico de muitos (fíquiço ou fíquisso, compléquisso, etc) revela prontamente o aparecimento de uma vogal silábica, modificando-se, assim, o enquadramento desses vocábulos também quanto à acentuação tônica.
Celso Cunha (Gramática da Língua Portuguesa. MEC-Fename, 60) afirma:
Na linguagem coloquial brasileira há, porém, uma acentuada tendência a destruir esses encontros de difícil pronúncia pela intercalação da vogal (i ou e):
Dí-gui-nu, peneu, rí-ti-mo
A seguir, o ilustre professor mostra que Gonçalves Dias foi obrigado a contar a palavra admirar com quatro sílabas para manter o verso com sete sílabas: “Deixa-me ouvir teus encantos / Admirar teus verdores.”
Outra palavra de fundamental importância é a de Bernard Pottier e outros (ELP, 12)
Obs. 2: A constituição mais freqüente da sílaba, principalmente no Brasil, é: CV / CV / CV...
Exemplos: futebol / VARIGI / adevogado / clube / peneu / pisikolozía / ápitu / diginu /
Veja-se que em certos vocábulos se têm a impressão, pela convenção ortográfica, de que existem muitas consoantes pós-vocálicas, como ocorre em ritmo. Cremos que o estudo de Mattoso Camara Jr. desmente a lição que mostra aí um encontro consonantal disjunto. Na realidade fônica, como vimos, há uma epêntese de um / i / , que desfaz o suposto encontro consonantal. Essa lição também, infelizmente, não foi revista por grande número de gramáticos.
Os graus de abrimento bucal
Para um entendimento mais completo da conceituação de vogal, semivogal e consoante, torna-se necessária a descrição dos graus de abrimento bucal.
Saussure não adotou o critério tradicional da divisão entre vogais e consoantes, incluindo-as num quadro geral de graus de “aperture” (apertura ou abrimento) . O termo “aperture” (distância entre os órgãos fonadores na articulação dos fonemas) foi traduzido por Sá Nogueira por abrimento. Mattoso Camara lembra que não se deve confundir “aperture” com abertura: esta se refere à abertura da boca determinada pelo afastamento das mandíbulas.
Numa adaptação para o português, os graus de abrimento são:
Grau 0: oclusivas: / p / , / t / , / k / , / b / , / d / , / g / (cerramento dos órgãos na boca, impedindo a passagem de ar) .
Grau 1: constritivas: / f / , / v / , / s / , / z / , / s’ / , / z’ /
Grau 2: nasais: / m / , / n / , / ň /
Grau 3: líquidas: / r’ / , / r / , / l / , / l’ /
Grau 4: semivogais: / y / , / w /
Grau 5: vogais altas: / i / , / u /
Grau 6: vogais intermediárias fechadas: / ê / , / ô /
Grau 7: vogais intermediárias abertas: / é / , ó /
Grau 8: vogal baixa: / a / .
Pelo grau de abrimento bucal, verificamos se um ditongo é crescente ou decrescente. Também se distingue com maior rigor a diferença entre as vogais intermediárias abertas e fechadas, fator de oposição lingüística na posição tônica, como já observamos.
Também é de se ressaltar, pela proximidade de graus, a tendência popular de mudanças em vocábulos como: volta > vorta > voita. Essas variáveis são observadas nas classes populares, em várias regiões do português do Brasil.
Conclusão
Muitos fatos da diacronia continuam a ocorrer no atual estágio da língua portuguesa, o que demonstra a importância do estudo da gramática histórica do português. Verificaremos apenas alguns fatos que são característicos dessa influência diacrônica.
Na evolução do latim corrente até chegar ao português, os proparoxítonos foram eliminados, fato que ocorre normalmente no português do Brasil: - árvore - arve / / ginástica - ginasca / / pólvora - porva / / música - musga / / fósforo - fosfo / / fígado - figo / / crisântemo - crisantemo / / Oceânia - Oceania
A dissimilação total ocorre quando há duas vibrantes no mesmo vocábulo. Uma delas costuma ser eliminada: o latim rostru deu rosto. No uso popular no Brasil, verificamos: perturbar - pertubar / / próprio - própio / / apropriado - apropiado / / problema - pobrema. Observe-se que a língua espanhola manteve a dissimilação em própio e apropiado
A perda de fonemas no início do vocábulo (aférese) é comum em muitos vocábulos: está - tá / / espera - pera / / obrigado - brigado Acontece ainda com o nome Manuel, que procede de Emanuel.
O nome sacristão foi contaminado pelo substantivo santo; daí: sancristão.
A consoante palatal não ocorria no latim literário. Por transformações fonológicas, aparece na evolução da língua. No nível popular, há tendência de eliminação da palatal: lhe - li (que ocorre na origem do vocábulo: il (li)) / / senhor-sinhor-sinhô-siô-seu.
A assimilação resulta da influência de um fonema em outro. No caso, a seguir, o / m / do vocábulo um teria influenciado a transformação do / b / em / m / :. Um bocadinho - um mucadinho
Esperamos, apesar do limite deste trabalho, ter descrito alguns fatos de importância da diacronia que permanecem na atual fase da língua portuguesa, principalmente no uso falado e no nível popular de linguagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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