A INFÂNCIA EM MENINO DE ENGENHO
André Luiz dos Santos
Era então a indústria o doce esforço, que hoje nos parece de brinquedo, dos engenhos movidos a mão ou a roda d’água ou a giro de animais. E os desenhos de Frans Post animam figuras de negros trabalhando no meio daquelas rudes fábricas de aquedutos de pau ou tangendo os carros de boi cheios de cana madura.
(Gilberto Freyre)
Este estudo surge a partir da leitura do livro Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. O ponto que mais chama à atenção na leitura de Freyre é o entrelaçamento dos três elementos da formação racial do Brasil. Essa disposição do índio, do português e do negro despertam grandes temas possíveis de serem explorados. O tema da infância é o que aguça o desenvolvimento deste ensaio, e tal movimento se dá, principalmente, na relação acentuada de mando do menino de engenho sobre o moleque.
A evidente e precoce disposição do “pequeno senhor de engenho” no mando sobre os pequenos escravos inicia-se na próprias brincadeiras:
Mesmo no jogo de pião e no brinquedo de empinar papagaio achou jeito de exprimir-se o sadismo do menino das casas-grandes e dos sobrados do tempo da escravidão, através das práticas, de uma aguda crueldade infantil, e ainda hoje corrente no norte, de “lascar-se o pião” ou de “comer-se o papagaio” do outro; papagaio alheio é destruído por meio da lasca, isto é, lâmina de vidro ou caco de garrafa, oculto nas tiras de pano do rabo. (Freyre, 1995: 368).
Como vemos, é marcante a relação de superioridade estabelecida desde os primeiros contatos do menino de engenho com o moleque. Nas brincadeiras mais simples encontravam os meninos brancos maneiras diversas para expandir os seus sentimentos. O objeto para tais práticas era o próprio amigo das brincadeiras, ou seja, o moleque. A idéia da servidão nesse mundo infantil tem várias fases, começando com as maldades nas brincadeiras de crianças, até o ponto em que o moleque é vítima dos primeiros impulsos sexuais de seus pequenos senhores.
Além disso, a precocidade com que as crianças se inseriam na realidade do mundo dos adultos é outro fator que contribui para as atitudes voltadas para o sadismo. As preocupações do mundo adulto, com suas crenças e superstições, influenciaram de forma profunda a personalidade da criança colonial.
O aparecimento da infância começou no século XIII, mas só nos séculos XVI e XVII é que o desenvolvimento do mundo da criança mereceu atenção por parte dos pintores, que retrataram alguns momentos desse mundo infantil. As primeiras crianças que chegaram na América com a expansão marítima portuguesa, sofreram toda uma série de violências. Além de terem sido deslocadas de seu ambiente natural, passaram por outros constrangimentos, como fome, medo diante das dificuldades com que eram feitas as viagens e abusos sexuais causados pelos adultos.
O deslocamento das crianças africanas para o Brasil também não foi muito diferente. O que marca e diferencia a realidade da criança negra da branca está no desenvolvimento das relações estabelecidas na sociedade brasileira. É evidente, como já constatei nas primeiras linhas deste estudo, a superioridade da raça branca sobre a negra. A criança negra no Brasil teve várias funções, inclusive servindo de distração para as mulheres brancas. Uma espécie de brinquedo nas mãos dos seus senhores.
A lembrança da infância, seja ela boa ou má, é fato que está presente na vida de qualquer adulto. Gilberto Freyre, muito antes de publicar o seu Casa-Grande & Senzala, ainda com vinte e quatro anos de idade, irá escrever um artigo onde a imagem da infância, através do mundo dos brinquedos, é um feliz retorno à realidade infantil:
Este Natal, vendo as lojas cheias de brinquedos e de caixas de chocolate, lembrei-me dos meus natais de menino. E dos meus brinquedos de menino. Lembrei-me do pequeno mundo que eu fazia funcionar como se fosse um deus: pequeno mundo de soldadinhos de chumbo, dos quais desmilitarizava grande número por meio de tacos de pano e retalhos de papel que lhes serviam de sobrecasacas, fraques, batinas, alvas. (Freyre, 1979: 105, v. II)
Um ano antes a essa publicação, Freyre escreveu um belíssimo texto sobre sua impressão diante da cidade de Nuremberg. Nesse artigo, o autor de Casa-Grande irá fazer um verdadeiro discurso falando da importância do brinquedo na infância e sua influência na personalidade da criança:
Quando eu era menino possuí várias caixas de soldadinhos de chumbo. Eram o meu encanto. Não me envergonha confessar que brinquei com os ditos até os treze anos - quando já era redator-chefe do jornal do colégio. Devo aos tais soldadinhos muitas horas de alegria e, ao mesmo tempo, valor educativo. Não brincava com batalhas; sem querer fazer gala de bom gosto posso afirmar que a vontade de ser general ou palhaço de circo jamais me empolgou. (Freyre, 1979: 240, v. I).
É possível observar, através das palavras de Freyre, a influência que os brinquedos da infância tiveram na sua vida. Como vemos, os brinquedos têm esse poder de encanto aos olhos das crianças, transformando os seus mundos em verdadeiros contos de fadas, pautados pelas possíveis funções que esses pequenos objetos podem assumir. Esta relação é dupla, pois muitas vezes a força da personalidade das crianças sobre os brinquedos, evidente na tenra idade, é intensa. Em outros casos, também podendo ser percebido nos primeiros anos de contato com os brinquedos, serão estes que contribuirão fortemente na formação da personalidade infantil.
Philippe Ariès, no livro História Social da Criança e da Família, irá traçar a “linha do tempo infantil”, mostrando o desenvolvimento da criança desde a Idade Média até os nossos dias. É com a constituição da família nos séculos XVIII e XIX que a criança passa a montar seu mundo “independente” no cenário infantil. Com o início da melhora das condições sociais esse quadro toma uma nova moldura, e se ainda no começo do século XIX sentimos um deslocamento da realidade infantil no mundo, isso é causado pela acentuada pobreza na maioria das sociedades. Ora, se pensarmos a realidade dos países pobres, e nesse panorama o Brasil se insere, chegaremos à conclusão de que a realidade da infância é uma possibilidade praticamente do pós-guerra. É com as melhorias sociais, muito mais acentuadas nesse período, que teremos condições de vislumbrar uma infância sadia, tomada pelos brinquedos, ainda que sejam os mais simples, como o pião, o papagaio (ou pipa) e as brincadeiras, que só estão presentes numa infância livre, distante do trabalho.
O desenvolvimento da infância, com suas angústias, suas brincadeiras e seus brinquedos está muito bem delineado no livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego. Como o próprio nome engenho sugere, além da conhecida moenda de cana-de-açúcar, podemos ter o significado de faculdade inventiva, talento. Assim, o próprio título da obra pode associar-se à idéia da infância, representada na figura do menino com suas invenções, seus talentos. Carlinhos, protagonista do romance, desde o contato com o processo do engenho do seu avô irá estabelecer uma relação com o mecanismo deste:
Não sei por que os meninos gostavam tanto das máquinas. Minha atenção inteira foi para o mecanismo do engenho. Não reparei mais em nada. Voltei-me inteiro para a máquina, para as duas bolas giratórias do regulador . (Rego, 1987: 59 e 60).
Esse fascínio pelo mecanismo do engenho é o despertar de um novo mundo para Carlinhos. Esse momento surge com a morte da mãe, e sua nova casa, que passa a ser o Engenho Santa Rosa.
O menino distante do mundo dos pais, transitando entre a senzala, o mundo dos moleques e a casa-grande, irá formar uma imagem da infância, onde a presença desses elementos serão a marca do adulto. Quando Carlinhos chega ao Santa Rosa, um mundo de possibilidades se levanta diante de suas vistas. O contato com os moleques e as primeiras brincadeiras no pomar do engenho são indícios de como promete ser saudável essa fase da sua vida:
Os moleques estavam me esperando, mas não se aproximavam de mim. Desconfiados, eles olhavam para o meu pijama, para os meus alamares, encantados, talvez, com a minha roupa. Porém aos poucos foram se chegando, que pela tarde já estavam de intimidade. E fomos à horta para tirar goiabas e jambos. O que chamavam de horta era um grande pomar. Muito de minha infância eu iria viver por ali, por debaixo daquelas laranjeiras e jaqueiras gordonas. (Rego, 1987: 58).
A imaginação é um dos elementos essenciais à vida infantil. Para viver intensamente a infância é preciso criar fantasias capazes de transpor as realidades. Os brinquedos sem a imaginação, praticamente são elementos mortos no mundo das crianças. São as alternativas propostas pela invenção (engenho) que darão vida a todo tipo de brincadeira. Muitas vezes, as crianças se utilizam de fatos reais para criarem seus divertimentos. O episódio do cangaceiro Antônio Silvino, em visita ao engenho Santa Rosa, é um exemplo desta possibilidade de associação entre o real e o imaginário:
Para os meninos, a presença de Antônio Silvino era como se fosse a de um rei de nossas histórias, que nos marcasse uma visita. Um dos nossos brinquedos preferidos era até o de fingirmos de cangaceiros, com espada de pau e cacetes no ombro, e o mais forte dos nossos fazendo de Antônio Silvino. (rego, 1987: 64).
Também a presença dos brinquedos é constante no romance. Muitas vezes o brinquedo aparece entrelaçado ao rancor dos adultos. Na infância de Carlinhos é marcante a figura da velha Sinhazinha. Uma personalidade que transita entre a bondade com algumas pessoas e a perseguição para com outras que não simpatiza. Ao que vemos, o menino está na lista dos perseguidos, e isso pode ser percebido no momento em que Carlinhos leva uma surra da velha, causada por uma brincadeira com o pião:
Numa ocasião, jogando pião na calçada, o brinquedo foi cair em cima do seu pé. A velha levantou-se com uma fúria para cima de mim, e com o seu chinelo de couro encheu-me o corpo de palmadas terríveis. Bateu-me como se desse num cachorro, trincando os dentes de raiva. E se não fosse a Tia Maria que me acudisse, ela teria me despedaçado. (Rego, 1987: 67e 68).
Apesar das dificuldades da infância de Carlinhos, podemos verificar momentos de descontração, de alegria e de uma vida infantil regada de vontades e de travessuras. Vários são esses quadros que José Lins nos proporciona, entre eles, é possível citar o momento da cheia do rio Paraíba, verdadeiro pânico para os habitantes do Santa Rosa, contudo instantes de grandes divertimentos para Carlinhos e seus amigos.
As conversas das negras da casa-grande , as negras da cozinha com suas histórias de assombrações, é outro momento marcante na infância do menino. A crença nos bichos perigosos do engenho é tristemente desfeita, palavras do próprio Carlinhos, quando tem contato com o catecismo. Mesmo assim, o menino afirma que muita coisa desse mundo das histórias de mal-assombrados ficou registrado na pessoa do homem Carlinhos.
A imagem da senzala tem uma função importante na infância do menino. Apesar deste cenário ser posterior à escravatura, ainda restava a senzala dos tempos do cativeiro. Carlinhos relata com forte expressão de detalhes esse quadro da senzala. Segundo o menino, as negras , mesmo depois da escravidão, continuavam no engenho vivendo da mesma maneira anterior. Morriam de velhas, trabalhando para o Senhor e recebendo o que vestir e o que comer. A contribuição que a escravidão fornece ao mundo dos brancos é muito maior do que parece. Analisando as relações estabelecidas desde o começo do processo, com as negras servindo de reprodutoras, o que ajuda a manter todo o sistema, podemos ver que os negros foram o braço forte na formação da estrutura econômica e social brasileira. Além das negras, os moleques participam ativamente. O sofrimento causado pelos meninos da casa-grande, tem períodos de desforra por parte dos moleques. José Lins pontua esse instante de realização do moleque diante dos meninos brancos, mostrando que a imposição dos que sabem fazer, e no caso dos que sabiam melhor todas as brincadeiras, era a alternativa de força imposta dos fracos sobre os fortes. Tal imposição é acentuada nas trocas estabelecidas pelos moleques:
Pediam-nos para furtar coisas da casa-grande para eles: laranjas, sapotis, pedaços de queijo. Trocavam conosco os seu bodoques e os seus piões pelos gêneros que roubávamos da despensa. (Rego, 1987: 91).
É evidente que, apesar dessas relações, a vida do negro, do moleque, era muito inferior em comparação com a vida do menino da casa-grande. Nas descrições do romance, é fortemente acentuada as dificuldades da vida dos meninos negros. O não acesso ao mundo dos brinquedos infantis é uma espécie de denúncia feita por José Lins através do menino . Quando Carlinhos sai com a Tia Maria para passar o dia no Oiteiro, vemos no percurso da viagem a inferioridade dos vários mundos que compõem a vida das crianças da mesma faixa etária do protagonista. A parte da narrativa que mais desperta essa visão é quando as crianças se aproximam da madrinha (a Tia Maria) para tomar a bênção:
- Deus te abençoe.
E eram mesmo abençoados por Deus, porque não morriam de fome e tinham o sol, a lua, o rio, a chuva e as estrelas para brinquedos que não se quebravam. (Rego, 1987: 97).
A diferença entre a vida de Carlinhos e desses afilhados da Tia Maria merece atenção especial. O mundo da natureza também fazia parte do mundo de Carlinhos, no entanto outros fatores, como os brinquedos, contribuíam para compor esta infância. O que vemos na descrição acima é a ausência dos brinquedos. Os afilhados da Tia Maria recebem a bênção da madrinha, porque diante de tanta privação, conseguem sobreviver, não morrem de fome e ainda têm os elementos inquebrantáveis da natureza a lhes servirem de brinquedos. A maneira como está narrado esse episódio nos faz pensar nos mundos diversos e pouco ou muito enriquecidos, que dão forma à infância das crianças. José Lins acentua, através da sua escrita, uma carga de revolta diante das várias realidades da vida infantil. O sol, a lua, o rio, a chuva e as estrelas não se quebram, mas são brinquedos muito diferentes dos piões, dos papagaios, dos bodoques, entre outros.
Há, porém, outros aspectos que compõem o mundo infantil. A presença dos sonhos na infância é uma marca constante. Muitas vezes, mesmo percebendo a dificuldade de realização, as crianças alimentam os sonhos, depositando toda uma carga de sentimentos na tentativa de alcançá-los. Um fator que dificulta a realização dos sonhos é o acesso ao poder do mercado. Com a distância, cada vez mais acentuada, do poder de consumo, notamos que os velhos sonhos infantis permanecem na esfera psicológica, e os males causados pela não realização pode ser motivo de muitas incompreensões da mente adulta. No romance Menino de Engenho, Carlinhos nos mostra o desenrolar do processo de um sonho e a felicidade de ter conseguido realizá-lo:
Comecei então a alimentar o sonho de ser dono também de um cavalinho daquele. E um sonho de menino é maior que de gente grande, porque fica mais próximo da realidade. O meu tomara conta de todas as minhas faculdades. E de tanto pedir, eu entrara na posse do objeto sonhado. Já tinha o meu carneiro Jasmim. Faltaram-me a sela e os arreios. Sonhei também noites inteiras com o meu corcel todo metido nos seus arreios de luxo. Queria-os, e, por fim, mandaram fazê-los em Itabaiana. (Rego, 1987: 103).
A distinção entre o mundo de Carlinhos e o de outras crianças, como por exemplo os afilhados da Tia Maria, descritos em parágrafo anterior, é que estes, mesmo depositando toda carga de esperança nos sonhos, não conseguem alcançá-los; enquanto aquele, em pouco tempo, e com uma dose de insistência, consegue o objeto sonhado. É a realidade das diferenças, com suas distâncias e suas impossibilidades de aproximação.
Se, de um lado a infância está sombreada desse mundo dos brinquedos; de outro, a transição desse mundo para a adolescência, por volta dos doze ou treze anos, está marcada pela iniciação sexual. Em Menino de Engenho, o personagem Carlinhos é antecipadamente iniciado no mundo do sexo, e isso se dá em torno dos oito anos de idade. Desde os primeiros contatos do menino com o mundo do engenho, verifica-se um olhar voltado para o mundo do sexo. É através dos relatos das experiências dos moleques, que o sobrinho da Tia Maria vai, pouco a pouco, tomando conhecimento desse novo mundo. O próprio Carlinhos expressa o crescimento da vontade pelo sexo, afirmando que os seus impulsos tinham mais anos que a sua idade e que o sexo crescia nele mais depressa do que as pernas e os braços.
A transição de Carlinhos do mundo dos brinquedos para a vida sexual tem a negra Luísa como par. É esta que irá marcar esse momento da vida do menino. Quando Luísa engravida de outro homem, Carlinhos estabelece os encontros com a rapariga Zefa Cajá:
Tinha uns doze anos quando conheci uma mulher, como homem. Andava atrás dela, beirando a sua tapera de palha, numa ânsia misturada de medo e de vergonha. Zefa Cajá era a grande mundana dos cabras do eito. Não me queria.
- Vá se criar, menino enxerido.
Mas eu ficava por perto, conversando com ela, olhando para a mulata com vontade mesmo de fazer coisa ruim. Ficou comigo uma porção de vezes. (Rego, 1987: 133).
Após esse contato com a rapariga, o menino acaba adquirindo “doença do mundo”. Esse novo acontecimento na vida de Carlinhos, servindo também de risos por parte dos adultos, foi o que determinou a sua ida para o colégio, fechando definitivamente o ciclo da infância no mundo do engenho, com suas brincadeiras, com seus brinquedos.
Assim, penso que todo o trajeto da vida infantil, com suas aventuras, suas realizações, suas alegrias, são fatores que contribuirão para a formação do adulto. Quando imagino o ambiente da infância, vejo a importância da vida infantil, com o afastamento do mundo dos adultos, fato tão incomum nas sociedades modernas. O mundo infantil precisa ser melhor vivido, melhor trabalhado pelas crianças. É possível que agindo assim tenhamos adultos menos comprometidos, mais dispostos ao trabalho do dia-a-dia, mais acreditados na utopia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Tradução Dora Flaksman; Pref. Maisons-Laffitte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981.
BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação.Tradução Marcus Vinicius Mazzari. São Paulo: Summus, 1984.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record, 1995.
------. Tempo de Aprendiz. São Paulo: IBRASA; [Brasília]: INL, 1979, 2 v.
PRIORE, Mary del (org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999.
REGO, José Lins do. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. (Ficção Completa; v. 1)