A DIACRONIA NOS ESTUDOS FILOLÓGICOS

Jessie Navajas de Camargo

Como se dá a renovação e como se fundamenta a transformação do acervo lexical de uma língua, quer do ponto de vista da sincronia , quer do ponto de vista da diacronia?

Quais os mecanismos reguladores da geração de palavras, dentro de um mesmo sistema etimológico? Quais os fatores que interferem nos processos lingüísticos a ponto de tornarem o estudo diacrônico de uma determinada língua mais ou menos permeável à incorporação de palavras de uma outra língua?

Qual a importância de uma reflexão sobre os vocábulos latinos e árabes, considerando-se o quadro atual de debates diacrônicos sobre os princípios de adulteração de uma língua? Conscientes de que o sistema de uma língua não só condiciona e traduz formas específicas de pensar e interpretar o mundo, mas também veicula valores, história e ideologias, as gramáticas normativas apresentam um trabalho descritivo que se constitui em contribuição de grande valor para o desenvolvimento do estudo de processos lexicais.

No entanto, um aspecto que encontramos na abordagem da formação de palavras e nas gramáticas requer um grande cuidado: trata-se da mescla de critérios no que se refere à abordagem sincrônica x diacrônica do fenômeno histórico da formação de palavras.

A proposta deste trabalho visa a explorar a complexidade desse problema de uma perspectiva dicotômica e analisar a evolução histórica das palavras, enfocando a questão da fidelidade da tradução e da adaptação ao léxico português.

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