José Pereira da Silva (UERJ)

A crítica textual tem sido e continua sendo a mais importante atividade filológica desde a Antigüidade, sem desmerecimento da interpretação e explicação de textos que apresentem algum grau razoável de dificuldade.

A edição filológica é aquela que, através dos recursos da crítica textual e das suas ciências auxiliares, divulga o texto mais autêntico e mais próximo possível da vontade do autor.

Inicialmente preparada em códices ou livros de mão, passaram a ser impressos a partir de Gutemberg e, hoje, pode ser realizada eletronicamente em CD-ROM ou DVD e até virtualmente, disponibilizada a todo o mundo pela internet.

A tarefa substantiva do filólogo, que consiste na preservação da cultura da humanidade registrada pela escrita em todos os tempos, deixa de ser a de guardar as cópias manuscritas em cofres muito bem vigiados de bibliotecas e museus para ser o seu divulgador, visto que é muito mais provável a manutenção de alguma cópia de um documento editado e bem divulgado do que o que se mantém bem guardado no acervo da mais bem cuidada biblioteca ou museu.

Os documentos remanescentes da única expedição científica portuguesa em sua colônia americana (que consumiu os trabalhos de mais de 100 homens por quase 10 anos) estão dispersos por dezenas de bibliotecas e museus brasileiros, portugueses e franceses, principalmente, e a sua edição em andamento pela Kapa Editorial e pelo Instituto Osvaldo Cruz, em publicações independentes.

A publicação dos resultados de reuniões científicas como esta, religiosamente preparada nos formatos impresso, digital e virtual (na versão resumida e na integral) é também um trabalho filológico do qual o CiFEFiL justamente se orgulha.

O filólogo prepara cientificamente o texto para a edição e o editor digita[liza], diagrama, edi[tora] etc.