Maria Celeste de Castro Machado (Colégio Militar)

Pretende-se analisar o poder que as palavras incorporam devido à organização usada no discurso bíblico. Muito se escreveu sobre a Palavra/ Bíblia, tentando “penetrar no seu reino”, analisando seu caráter inspirado, através de vários critérios, interpretando, enfim, seu poder sobre o entendimento humano e buscando o significado que ela adquire na vida espiritual do crente/leitor.Será focalizada a palavra contida na Palavra, retomando conceitos lingüísticos, com o objetivo de estudar implicações que o seu uso deflagra. Sem pretender imprimir caráter apenas didático ao estudo, relembram-se algumas das implicações citadas, como pretexto para enfocar alguns dos problemas que afetam o dia-a-dia de quem lida com a bíblia e com os homens que a lêem. Serão revistos os desvios de leitura que ocorrem devido à ambigüidade; à tradução equivocada dos originais bíblicos; ao desconhecimento do vocabulário pelo leitor; à impropriedade do uso de vocabulário pelo intérprete da leitura; à eliminação, adulteração ou reinvenção de metáfora; à interpretação extemporânea pelo leitor, o que, no caso da Palavra, torna-se defeito grave devido à possibilidade de profunda deturpação, caso a leitura se reduza ao nível do significante; e, finalmente, à interpretação simplista das palavras, prendendo-se ela ao nível do significado.