Eliana da Cunha Lopes (FGS)

De Ovídio, poeta elegíaco por excelência, pode-se dizer que os sofrimentos do homem DOLOR, no desterro, e o romance AMOR com Corina, cantado exaustivamente em sua obra AMORES transformaram-no em arauto do conceito mais moderno de elegia.

AMOR et DOLOR, na obra ovidiana, foram os alicérceres que enriqueceram sobremaneira a obra do poeta. Isolado dos familiares, distante de Roma, no longínquo Ponto Euximo, Ovídio consegue elaborar uma rica obra de cunho inteiramente pessoal, com versos eivados de dor e saudades DOLOR que os aproximam das mais modernas elegias.

A primeira pessoa é enfatizada, o subjetivismo é a marca da elegia do poeta.O tom confessional é harmonizado, com muita habilidade. Há um aprimoramento formal particular ao estilo ovidiano.

Na vasta obra elegíaca ovidiana, o constante meditar, a busca eterna de compreensão dos seres e da natureza fazem -se presentes quando o poeta dispensa atenção primordial à análise do comportamento humano.

Com Ovídio, encerra-se a galeria dos grandes poetas elegíacos latinos e, como eles, soube desenvolver, com mestria, a elegia temática amorosa. O mundanismo faz-se presente em várias obras ovidiana. Este, provavelmente, foi a causa que o levou à dor e ao sofrimento DOLOR que o baniu do convívio de Roma.

A espantosa facilidade de versificação de que era dotado, tornou-o para a poesia o que Cícero o fora para a prosa: o modelo dum estilo abundante e impessoal.

Iniciou, por volta dos vinte anos,a composição do seu cancioneiro amoroso com a obra AMORES. Ovídio deu a sua amada AMOR, o pseudônimo de Corina alusão feita à pretensa professora de Píndaro.

Procurar-se-á, neste trabalho,mostrar que AMOR et DOLOR marcaram a trajetória da vida do poeta sulmonense: AMOR, por Corina, na URBS e DOLOR, no Pontus Eximus.