A MULTIFUNCIONALIDADE DA PALAVRA
NA DIMENSÃO TEXTUAL DISCURSIVA

Jeni S. Turazza (PUCSP)

A Investigação situa a palavra no espaço de rupturas das fronteiras da unidisciplinaridade, focalizando-a na dimensão da língua em uso e qualificando-a pela mobilidade e transformação dos seus sentidos que, cristalizados pelo uso, são continuamente desmobilizadosóremobilizados por atos de textualização que se configuram por práticas discursivas, frente a modelos variados de contextos de usos, dos quais emergem novos sentidos. Postula-se, frente a esta dinâmica, que as palavras se movem e se transformam, crescem e descrescem a cada uso, configuradas pelo tempo e lugar em que são proferidas: elas são dinâmicas e não estáticas. Assim, elas adquirem cor, intensidade e vivacidade, quando se as inscrevem na dimensão sócio-cognitivo-interativa dos atos de fala e se as concebe como sinais que facultam a construção de novas versões de velhos conhecimentos de mundo; mas, para tanto, faz-se necessário situar os produtores dessas versões no contexto sócio-histórico-cultural. Tal contexto é reconstruído pela dialogia: processo por meio do qual o longo e curto tempo é entretecido por vivências e projeções de conhecimentos de mundo, designados por formas léxico-gramaticais: recursos que garantem o ato textualização - aquele por meio do qual se objetiviza, materializa-se, em língua, o que foi tecido pela dialogia. Dessa tessitura emergem os sentidos que, fundados nos significados, apontam para novas associações entre conteúdos de campos de conhecimentos; logo os sentidos não se reduzem a significados, pois rompem os seus limites por processos de ressemantização e, por essa perspectiva, a palavra se faz multifuncional nos espaços de produções de versões de mundo, garantindo a compreensão de suas representações.

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