É nossa proposta de trabalho analisar as respostas divergentes dos alunos dadas a questões de interpretação de textos, formuladas em provas de Língua Portuguesa, para alunos de 5ª. a 8ª. série do Ensino Fundamental. Temos como corpus os textos-comando (dos professores) e os textos-resposta (dos alunos), pois, desse modo, obtém-se uma visão interativa dos discursos. Está ancorado nos preceitos teóricos da Semântica Pragmática e tem como categoria de análise a pressuposição, noção basilar da obra de Oswald Ducrot. A abordagem metodológica é qualitativa. Pela necessidade de contribuir para fins práticos, este trabalho se constitui em uma pesquisa aplicada, tem caráter descritivo - já que analisa casos. A análise organiza-se em torno das considerações sobre a estrutura composicional das provas, segundo o conceito de gênero de Mikhail Bakhtin. Consideram-se, também, outros teóricos como Maingueneau, em sua fundamentação teórica sobre o discurso; Austin e Searle e os Atos de Fala; Grice e as Máximas Conversacionais, bem como a Teoria da Enunciação (Benveniste). Sendo a pressuposição uma informação não explicitada, aduzida do enunciado, as falhas pressuposicionais podem ocasionar o mal-entendido. Além disso, a ruptura das Máximas Conversacionais e das leis do discurso pode provocar a quebra da expectativa do professor, em função da resposta divergente do aluno.