Stefania Buonamassa (UFS e UNIT)

Este trabalho pretende ilustrar as raízes clássicas, quinhentistas e africanas das falas regionais da região do Baixo São Francisco sergipano. A foz do rio, descoberta em 1502, tornou-se um ponto de concentração dos interesses coloniais, que viam no São Francisco um possível caminho de penetração da terra recém-descoberta., até chegarem às cachoeiras de Paulo Afonso, que se constituíram como barreira intransponível ao propósito de exploração inicial. No entanto, apesar dos interesses coloniais terem tomado outra direção, a presença portuguesa desde aquela época marcou peculiarmente o linguajar sergipano. Daí, a nossa pesquisa explora as influências históricas nessas falas, demonstrando que tais variantes, consideradas estigmatizadas, em realidade são o fruto de um processo de cristalização de algumas expressões que, por não ter mantido laço sólido com a metrópole, no caso das quinhentistas, permaneceram aprisionadas nas falas locais. Quanto às influências africanas, supõe-se que o relativo isolamento da região, devido também às características geográficas, deva ter contribuído de forma análoga, como a pesquisa apontou.