DISCURSO JURÍDICO E O TRADUTOR
O DIREITO EM LÍNGUA INGLESA
E NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Alessandra Ramos de Oliveira (UnB)
Para realizar seu trabalho com sucesso, é preciso que o tradutor se aproprie do modo de expressão da comunidade a que o texto de partida se dirige. É imprescindível a identificação entre o texto produto da atividade tradutória e os leitores, de forma que a expectativa desses não seja frustrada. Essa expectativa diz respeito tanto à linguagem técnica, no caso de material das áreas de exatas, por exemplo, quanto aos traços que caracterizam a poesia do texto de determinado autor.
Seu comprometimento com o que o leitorado espera força o tradutor a fingir que compartilha do tipo de linguagem usado por um grupo específico. Assim, ele se filia, pelo texto que produz, a grupos sociais diversos, dependendo do tipo de material a ser traduzido e da comunidade a qual se dirige. Para atuar na área jurídica, o tradutor se investe da autoridade necessária para produzir textos que serão recebidos por juízes, advogados, professores e outros profissionais da área, o que só é possível se o tradutor conhecer as convenções que regem a comunidade jurídica usuária da língua para a qual traduz, e conseqüentemente, a forma como essas regras estão refletidas na linguagem.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo identificar pontos de contato e de distanciamento entre os discursos jurídicos elaborados em língua inglesa e em língua portuguesa do Brasil, em uma tentativa de facilitar a compreensão dos fenômenos lingüísticos aí registrados e, assim, auxiliar o trabalho dos tradutores da área.
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