Empréstimos
lingüísticos
no português do Brasil
um olhar para as seções dos jornais
Zero Hora e Correio do Povo
Letícia Bortolini (UFRGS)
Margarete Schlatter (UFRGS)
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a incorporação de estrangeirismos lexicais na língua portuguesa. Enfocamos a influência do contexto social em que a língua é usada na determinação de quais palavras serão emprestadas e, dessas, quais permanecerão no léxico. Nosso ponto de partida é a revisão crítica das considerações de Said Ali, Matoso Câmara Junior, Rodrigues Lapa e Ana Zandwais em relação ao tema, nas quais os autores concordam que os empréstimos são abundantes na língua portuguesa, além de serem responsáveis pela renovação e ampliação do vocabulário do idioma. A seguir, executamos um estudo preliminar da realidade empírica de ocorrências de estrangeirismos em dois veículos jornalísticos de grande veiculação no estado do Rio Grande do Sul, Zero Hora e Correio do Povo, em que os dados coletados foram analisados com base nos seguintes aspectos: A) seção onde aparecem; B) língua de origem; C) se estrangeirismos ou empréstimos; D) se empréstimos totais ou parciais. Os resultados revelam que a maioria das palavras estrangeiras encontradas tem origem na língua inglesa e que elas ocorrem com maior freqüência nas seções que abordam eventos sociais, o que sugere que a incorporação de um termo estrangeiro está associada ao status que o ele pode conferir a uma atividade. A análise também sugere que as ocorrências caracterizavam-se em sua maioria por empréstimos totais.
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