HÁ FUTURO NAS PROMESSAS DO COTIDIANDO?

Josete Rocha dos Santos (Univer Cidade e UCB)

O presente trabalho tem por objetivo analisar as formas de futuro do presente nos atos de fala comissivos, mais especificamente nas promessas feitas no nosso cotidiano. Adotamos o modelo de Brown & Levinson (1978), a partir dos conceitos de face, polidez, estratégias de polidez e atos ameaçadores da face.

Os testes, para elicitação dos dados em contexto oral informal, contêm cenas com diferentes relações de poder entre falante e ouvinte, distância social existente entre os dois e o grau de imposição do ato, ou seja, o custo da promessa envolvido no ato ameaçador da face. A variável sexo também será estudada. O corpus é constituído de 35 informantes, todos universitários das mais diversas áreas, com um total de 430 dados.

Considerando que toda promessa é a intenção do falante de realizar uma ação futura, as formas verbais de futuro - adotamos a seguinte nomenclatura: futuro sintético perifrástico -IREI + V; futuro sintético -Rei; futuro perifrástico -IR + V e presente 0 - são usadas cotidianamente em enunciados de promessas. O nosso interesse é estudar essas diferentes formas de futuro e quais são os contextos que favorecem uma forma em detrimento da outra. Para tanto, utilizamos o arcabouço da Sociolingüística Variacionista para a formulação de hipóteses e análise dos resultados quantitativos obtidos através do pacote de programas estatísticos GOLDVARB 2001. Aliamos, assim, conceitos pragmáticos e sociolingüísticos para descrever o uso das promessas na fala informal da cidade do Rio de Janeiro.

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