lendo e escrevendo com
clarice lispector
uma análise da leitura na obra clariceana
Isa Ferreira Martins (UERJ)
Maria Aparecida Ferreira de Andrade Salgueiro (UERJ)
Objetivamos em nosso trabalho relacionar a produção artística na tríade leitor-escritor-tradutor. Elegemos a produção de Clarice Lispector como o objeto de análises, pois, enquanto leitora, teve acesso a literaturas estrangeiras; como escritora, contribuiu para a expansão de nossa cultura; tradutora, proporcionou acesso a obras como O Retrato de Dorian Gray, de Wilde.
Fundamentamos nossa pesquisa na obra clariceana, em seus críticos, na Estética da Recepção e nas idéias apresentadas por Roland Barthes sobre leitura.
Encontramos em sua produção alusões a textos de Machado de Assis, Dante, Goethe, entre outros. No entanto, em Correspondências: Clarice Lispector, temos uma carta de Clarice à Tânia Kaufmann, na qual relata que escreveu a Álvaro Lins “dizendo que não conhecia nem Joyce nem Virgínia Woof nem Proust” quando escreveu Perto do Coração Selvagem (MONTERO: 2002; 38). Percebemos, então, a concomitância de aspectos aparentemente excludentes: influência e não-influência da leitura sobre o autor.
As questões abordadas são possíveis devido à relação literatura, tradução e leitura, aberta pelas correntes que estudam a transculturação. Uma vez que através da produção textual de determinada cultura e de suas traduções, o leitor participa do diálogo cultural. Assim, podemos observar nova importância com relação à leitora, escritora e tradutora Clarice Lispector.
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